Morador de Rurópolis morto em combate na Ucrânia está em campo minado
O corpo de Tiago Nunes, paraense de 19 anos morto enquanto lutava como voluntário na guerra na Ucrânia, está em um campo minado, o que impede o resgate imediato, segundo informou sua prima, Beatriz Neto, ao portal UOL. Tiago era natural de Rurópolis, no sudoeste do Pará, e sua família ainda busca entender como será possível realizar o translado para o Brasil.
Dificuldade no resgate
Beatriz explicou que os companheiros de Tiago, que também integram as forças ucranianas, aguardam a chegada do inverno rigoroso para tentar recuperar o corpo. “O que a gente pode fazer é orar para Deus mandar mais neve para criar uma camada sobre as bombas e permitir que eles passem para retirar o corpo”, disse a prima.
O Itamaraty afirmou que ainda não recebeu notificação oficial do governo ucraniano sobre a morte. Tiago viajou para a Ucrânia no final de outubro, após decidir, por conta própria, se voluntariar no conflito contra a Rússia.
Sonhos interrompidos
Amigos e familiares de Tiago relataram o desejo do jovem de fazer a diferença no mundo. “Ele sempre dizia que não queria ser apenas mais um na humanidade. Ele queria ajudar as pessoas de alguma forma”, contou Luan Nascimento, amigo próximo, que tentou dissuadi-lo da ideia de ir à guerra.
Na noite de sexta-feira (29), moradores de Rurópolis organizaram uma carreata para homenagear Tiago. A Prefeitura da cidade emitiu uma nota de pesar, lamentando profundamente a perda.
“Um verdadeiro guerreiro”
Nas redes sociais, amigos compartilharam mensagens emocionadas sobre o jovem. “Tiago, você foi forte, um verdadeiro guerreiro, e nunca será apenas mais um”, escreveu um amigo. Outro destacou: “Moleque incrível, cheio de sonhos, com a felicidade estampada no rosto. Agora ficam as boas lembranças”.
A morte de Tiago também foi comentada em grupos pró-Rússia no Telegram, onde se afirmou que o jovem foi influenciado por propaganda que minimizava os riscos da guerra.
O caso de Tiago Nunes se soma às perdas trágicas em um conflito que já ceifou milhares de vidas, deixando famílias em luto em várias partes do mundo, incluindo o Pará.
Fonte: O Liberal
Foto: Reprodução