Refletindo sobre o conformismo popular
Por Dr. José Ronaldo Dias Campos*
Estou considerando não mais escrever, pelo menos de forma intensa como fazia outrora, sobre as mazelas que ocorrem em nossa cidade. Tenho a impressão de que esse esforço não é valorizado pelo povo, que muitas vezes parece resignado diante dos problemas.
Reluto também em expor, com senso crítico, ações que considero, no mínimo, estranhas — para não dizer ilegais ou venais — por receio de represálias. Infelizmente, não é raro que malfeitores, em atos de revanchismo, consigam, como em um passe de mágica, inverter os valores e processar quem teve a coragem de denunciar seus ilícitos, posando de vítima em uma lamentável distorção da realidade.
A corrupção, frequentemente camuflada, torna difícil sua comprovação. As fraudes geralmente decorrem de esquemas engenhosos, arquitetados por mentes férteis, mas voltadas ao mal.
O período eleitoral, que deveria ser um marco para reafirmar os valores democráticos e republicanos, frequentemente frustra as expectativas de mudança. Em vez de fortalecer o sistema pelo voto consciente, ele perpetua um modelo político sustentado pelo clientelismo e pela dependência.
Os órgãos de persecução penal, diante da rapidez e do alcance dos meios de comunicação, deveriam monitorar as redes sociais com mais atenção. Quando uma denúncia não for direta ou identificada, seria prudente investigá-la de forma discreta, utilizando recursos técnicos para identificar indícios de práticas criminosas. Somente com evidências concretas, os procedimentos legais deveriam ser instaurados, garantindo uma apuração justa, imparcial e eficaz.
Precisamos corrigir o sistema político viciado que prega: “Tudo está bom, tudo vai bem, desde que eu esteja me dando bem!”. É hora de transformar essa mentalidade, exigindo ética, transparência e compromisso com o bem comum.
O Impacto