Com iniciativas inovadoras, Parque de Ciência e Tecnologia Guamá auxilia na preservação da Amazônia
Abrigo de práticas inovadoras para o monitoramento ambiental e preservação da Amazônia, o Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, incentiva a colaboração entre os setores públicos e privados. No complexo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a startup Solved desempenham papéis fundamentais no combate ao desmatamento e à degradação ambiental.
Através do Inpe, o PCT Guamá utiliza o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que ajuda a identificar desmatamentos e outras atividades ilegais, permitindo intervenções rápidas. A Solved, por sua vez, desenvolve soluções tecnológicas com inteligência artificial para melhorar o monitoramento ambiental e a gestão dos recursos naturais. Essa parceria ajudou em ações coordenadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), e levou ao fechamento de quatro garimpos clandestinos, à destruição de 82 acampamentos ilegais, à apreensão de 9,5 mil metros cúbicos de produtos florestais e ao confisco de 272 equipamentos utilizados em crimes ambientai. Essas ações concentram-se em áreas críticas, como São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso.
Cesar Diniz, CEO da Solved, é um dos pesquisadores que contribui para essas inovações, que utilizam imagens de satélite e inteligência artificial para mapear mudanças ambientais e impulsionar políticas de conservação. Seu trabalho abrange desde o estudo de manguezais até a análise de impactos do garimpo e desmatamento, promovendo soluções locais para desafios ambientais.
“A boa aplicação de uma solução deve sempre levar em consideração as características locais. Os profissionais da Amazônia são essenciais para pensar soluções amazônidas. Nosso trabalho é inteligência espacial, criação de mapas, cartografia e algoritmos para soluções espaço-relacionadas, sempre levando em conta as características do contexto amazônico, seja a cultura, os povos ou o clima”, explica Cesar Diniz.
Desde 1985, o sensoriamento remoto tem sido crucial para monitorar a expansão dos garimpos na Amazônia, uma prática que deixa sérias marcas no ecossistema, como crateras que se tornam reservatórios de água e podem gerar impactos ambientais. A relação entre desmatamento, mineração ilegal e doenças tropicais é essencial para criar estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável. “O desafio não é apenas gerar dados, mas transformá-los em informação de qualidade, facilmente compreensível para gestores públicos e utilizável na formulação de políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das pessoas”, comenta Diniz.
Primeiro parque tecnológico do Norte do Brasil, o PCT Guamá, é uma iniciativa do governo do Pará com parcerias de universidades e instituições com o objetivo de promover pesquisa aplicada, inovação e empreendedorismo sustentável. Localizado entre os campi da UFPA e Ufra, o PCT Guamá ocupa 72 hectares e abriga mais de 30 empresas, 40 associados e 12 laboratórios de pesquisa. Faz parte de um grande ecossistema de inovação global, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), integrando importantes instituições como o Inpe e a Finep
Em 2024, a partir de dados gerados pelo PCT Guamá, o governo do Pará embargou mais de 37 mil hectares usados para atividades ilegais, reduzindo em 28,4% a degradação ambiental, dentro do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), que combina fiscalização rigorosa e incentivos às alternativas voltadas ao consumo e economia sustentável.
Por Rodrigo Neves com informações do PCT Guamá
Imagem: Reprodução/PCT Guamá
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