Arrecadação no Pará ultrapassa R$ 10 bilhões no primeiro bimestre de 2025
O Pará registrou uma arrecadação recorde de impostos nos primeiros dois meses de 2025. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o volume recolhido por meio de tributos municipais, estaduais e federais atingiu R$ 10,8 bilhões, representando um aumento de 10% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o montante foi de R$ 9,8 bilhões.
Arrecadação e destino dos recursos
Na capital paraense, Belém, a arrecadação seguiu o mesmo ritmo de crescimento, passando de R$ 220,9 milhões para R$ 243,1 milhões. Segundo especialistas, esse aumento pode refletir diretamente em investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança pública.
“Quando há uma maior arrecadação, isso significa mais dinheiro para ser distribuído entre União, Estados e Municípios, podendo ser revertido em melhorias para a população”, afirma o economista Valfredo de Farias.
Contudo, ele alerta que nem toda a arrecadação é destinada a novos investimentos, já que uma parte significativa do montante é utilizada para cobrir despesas fixas, como folha de pagamento do funcionalismo público e previdência.
Impacto no bolso do consumidor
O aumento da arrecadação pode estar ligado a diversos fatores, como o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o aquecimento da economia local impulsionado pelas obras para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que acontecerá em Belém.
Entretanto, o crescimento da carga tributária pode ter efeitos diretos sobre o custo de vida dos paraenses. Segundo Valfredo, sempre que há aumento de impostos, há um impacto nos preços dos bens e serviços, refletindo nos custos das empresas e, consequentemente, no valor pago pelo consumidor final.
Reforma tributária e perspectivas
Apesar do crescimento da arrecadação, a tão esperada reforma tributária ainda não trouxe mudanças significativas na carga de impostos. De acordo com especialistas, o principal efeito da reforma, até o momento, tem sido a simplificação do pagamento de tributos, reduzindo a quantidade de guias e boletos para dois principais tributos: federal e estadual.
“A reforma não significa necessariamente uma redução da carga tributária, mas sim uma forma mais simples de recolhimento. A implementação completa pode levar até sete anos, e até lá, muitos ajustes podem ocorrer”, explica o economista.
O que esperar para os próximos meses?
A arrecadação fiscal no Pará deve continuar em crescimento, impulsionada por novos investimentos e ajustes tributários. Alguns fatores que podem influenciar esse cenário incluem:
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A continuidade das obras para a COP 30, que movimentam diversos setores econômicos;
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O impacto do aumento do ICMS sobre combustíveis e serviços;
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O ritmo da implementação da reforma tributária e suas possíveis mudanças ao longo dos anos.
Para a população, o desafio continua sendo equilibrar o impacto dos impostos no orçamento familiar, ao mesmo tempo em que espera que os recursos arrecadados sejam devidamente aplicados para melhorar os serviços públicos e a infraestrutura do estado.
Fonte: Belém Negócios