“Ainda estou aqui…” Plano Diretor
Por Fábio Maia
Revisando um artigo meu e fazendo uma análise temporal da preocupação ambiental em Santarém, notei que, “surpreendentemente”, logo após a aprovação do Plano Diretor em 2018, a pauta do ambientalismo seletivo retornou ao centro do debate, uma prática constante em nossa região. Esse modelo é praticado pelos mesmos entes públicos que insistem em colocar sua ideologia ambiental à frente do desenvolvimento e bem-estar de toda a população.
O processo de revisão do Plano Diretor, iniciado em julho de 2018 com a definição de oficinas comunitárias para ouvir as demandas da população, culminou na aprovação unânime pela Câmara Municipal e sanção do prefeito.
No entanto, logo em seguida, ressurgiu o discurso repetido, desgastado e apocalíptico, que prega a destruição total da biodiversidade e o fim dos povos tradicionais da nossa região, toda vez que surge a possibilidade de um empreendimento privado em Santarém. Esse discurso falacioso é um verdadeiro misto de sensacionalismo barato e corrupção intelectual, típico de quem está alheio às dificuldades do desemprego e aos prejuízos econômicos e sociais que esse tipo de militância ideológica vem causando há décadas em nossa cidade e região.
Esse discurso não é novo. Ele ecoa há décadas, disfarçado de preocupação ambiental e social, mas com uma visão ideológica claramente direcionada, que inviabiliza o desenvolvimento econômico por meio do terrorismo ambiental. Um exemplo prático disso é que ouvimos essas mesmas variações catastróficas de “extinção de peixes, ameaças arqueológicas e alterações irreversíveis do ecossistema” desde que se cogitou a “possibilidade” de implantação da empresa Cargill na área da Companhia Docas do Pará (CDP).
E o que aconteceu de lá para cá? Nada! Pelo lado da catástrofe ambiental prevista, lógico! O que ocorreu de fato foi um salto econômico para Santarém e toda a região. Hoje, a Cargill emprega diretamente centenas de trabalhadores, movimenta milhões de reais anualmente na economia e impacta positivamente três municípios: Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos. E os peixes e pescadores? Felizmente para nós, e infelizmente para os apocalípticos, eles continuam lá, normalmente!
Essa mesma hipocrisia ambientalista foi demonstrada no caso do Lago do Juá, onde um empreendimento imobiliário legalizado, como o Buriti, foi combatido com veemência por ONGs ambientalistas e servidores do Ministério Público, sob o terrorismo das mesmas narrativas ambientais, enquanto uma invasão desordenada e gigantesca ao lado ocorria sem qualquer preocupação ou ação dessas mesmas organizações.
Essa seletividade nos alvos evidência que a preocupação real não é o meio ambiente, mas sim o controle ideológico sobre o desenvolvimento econômico da região. Agora, o mesmo pode ocorrer na área portuária 2, onde, após a delimitação da área destinada à instalação de portos pelo Plano Diretor Municipal, nos mesmos moldes da Cargill, a militância ideológica saiu novamente de seus gabinetes refrigerados para trazer mais uma vez a velha e surrada narrativa da destruição e proteção dos povos tradicionais.
No entanto, se mais uma vez as narrativas e ações judiciais protelarem até mesmo a possibilidade de estudos e da opinião dos povos, e não houver um planejamento ordenado de desenvolvimento econômico e social dessa área, infelizmente ela estará fadada à mesma destruição que atingiu o Juá, onde uma ocupação desordenada e desestruturada acabou por destruir o lago, sem que os promotores do ambientalismo esbravejassem suas narrativas catastróficas, deixando apenas as mazelas da irresponsabilidade e hipocrisia seletiva.
Criaram em nossa região duas castas de sociedade: uma que se serve do ambientalismo e outra que é escravizada por ele. Os que se servem se preocupam mais com “supostas” extinções de insetos e peixes e suas audiências, onde parecem reis e rainhas no centro da mesa, do que em demonstrar qualquer tipo de empatia pelos pais de família desempregados ou pelos jovens que, sem perspectivas de emprego e renda formal, são empurrados para a marginalidade, o consumo de drogas e a prostituição.
Essa casta privilegiada do funcionalismo público é a mesma que cobra infraestrutura para educação, saúde e turismo, enquanto inviabiliza a arrecadação de recursos que poderiam financiá-la. Já a segunda casta, a dos escravos do ambientalismo, os povos tradicionais, sob o falso pretexto da proteção de seus direitos, estão condenados a viver no subdesenvolvimento e na falta de perspectiva de melhoria de vida, tudo em nome da manutenção da igualdade na pobreza.
O impacto dessa hipocrisia econômica é claro: Santarém, que já foi o segundo município do Pará em arrecadação de ICMS, caiu para décimo e, hoje, devido à grande ajuda do agronegócio, conseguiu retornar para o oitavo lugar. Enquanto Parauapebas, que lidera a lista, seguido de Marabá e outros cinco municípios, integram o grupo que entendeu que desenvolver seus municípios economicamente, é a melhor forma de ajudar sua população a melhorar de vida.
O mais irônico é que há uma empresa portuária embargada há 13 anos por ações judiciais, que poderia gerar sozinha uma média de R$ 12 milhões de ISS e R$ 42 milhões de ICMS. Recursos esses que poderiam estar financiando hospitais, escolas, infraestrutura e segurança pública para toda a população.
O problema é que a maioria desses militantes nunca soube o que é empreender. Trancados em seus gabinetes refrigerados de órgãos públicos, universidades federais ou ONGs, vivem em uma realidade paralela, longe das dificuldades de quem precisa gerar riqueza, assinar carteira de trabalho e pagar impostos. Para essa elite ideológica, empreender é crime, e impedir investimentos privados sob a falsa bandeira da “justiça social” é aceitável e louvável.
O resultado desse ambientalismo de conveniência é a socialização da miséria. As empresas são impedidas de operar, as ofertas de emprego deixam de ser geradas e a economia fica estagnada. Enquanto isso, a população se pergunta: “Por que não tem emprego?”
Vivemos sob a égide da ditadura ambientalista, onde nada pode ser feito sem a permissão dos burocratas. Aqui, uma propriedade privada é sempre passível de ser transformada em reserva indígena, quilombo ou cemitério arqueológico. A liberdade individual é sacrificada no altar da “justiça social” e da “dívida histórica”.
Precisamos enterrar de vez essa falácia de que não é possível desenvolver sem destruir o meio ambiente. Desenvolvimento e biodiversidade podem coexistir de maneira harmoniosa. O primeiro passo já foi dado por nossos representantes no Legislativo e Executivo quando aprovaram o Plano Diretor. Agora, cabe à população começar a perceber o jogo e parar de aderir às aparências, refletindo sobre os discursos daqueles que louvam esse ambientalismo sem assumir a responsabilidade pelo atraso econômico que ele cria.
Proclamamos idealisticamente novos direitos sociais e ambientais sem termos a coragem de confessar que o preço deles será nossa submissão aos burocratas abastados. Precisamos decidir se continuaremos reféns de um modelo falido de socialização da miséria ou se finalmente tomaremos as decisões do nosso próprio destino, abraçando o desenvolvimento econômico e social através da geração de emprego e renda.
O Impacto
KKKK que porcaria, o que vale a opinião de um Bolsonarista Falido?
Excelente explanação do articulista.
parabéns pela clareza de idéias que reflete com fidelidade o momento que passamos.