Estudo sobre cianobactérias alerta para potenciais riscos à saúde de ribeirinhos
Uma pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) jogou luz sobre importante questão, alvo de preocupação da população de Santarém e Belterra.
A divulgação do relatório técnico com os resultados das análises da concentração de microcistinas (toxina de cianobactérias) e da abundância de cianobactérias presentes nas águas das praias de Ponta de Pedras e Alter do Chão (em Santarém) e Pindobal (em Belterra), buscou compreender a extensão e os impactos de uma floração de cianobactérias ocorrida em janeiro deste ano, avaliando a presença de toxinas associadas e seus possíveis efeitos ambientais e à saúde pública.
O estudo foi realizado no âmbito do projeto Águas do Tapajós – Fase II, coordenado pela pesquisadora Dávia Talgatti, do Campus Oriximiná da Ufopa, e financiado pela organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC). A análise da água coletada mostra que as florações foram formadas predominantemente por cianobactérias (filo Cyanobacteria) das ordens Chroococcales e Nostocales. Os parâmetros limnológicos analisados apresentaram variações dentro dos padrões esperados para o rio Tapajós, indicando condições relativamente estáveis de balneabilidade e preservação da fauna aquática das praias em que foram colhidas as amostras.
No entanto, a presença de florações de cianobactérias sinaliza alterações na qualidade da água, evidenciadas pelas concentrações de microcistinas detectadas e pela quantidade de indivíduos do grupo das cianobactérias.
“Embora os valores observados estejam abaixo do limite recomendado para águas recreacionais segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), eles ultrapassam o limite estabelecido para consumo humano, indicando potenciais riscos à saúde das populações ribeirinhas que utilizam a água para consumo, banho e outras atividades domésticas”, destaca o relatório.
O estudo foi feito por professores, técnicos e alunos do Laboratório de Águas e Plantas da Amazônia (Lapam), situado no Campus Oriximiná, e do Laboratório de Estudos de Impactos Ambientais (Leia), situado no Campus Santarém, ambos da Ufopa.
“Os dados discutidos no relatório técnico estão diretamente relacionados à ocorrência de uma floração de cianobactérias registrada no dia 6 de janeiro de 2025, um evento de grande relevância para a qualidade da água na região”, afirma o técnico do Leia, Fernando Abreu Oliveira.
A pesquisa buscou compreender a extensão e os impactos dessa floração, avaliando a presença de toxinas associadas e seus possíveis efeitos ambientais e à saúde pública. Além disso, o relatório destaca a importância do monitoramento contínuo e sugere medidas para a mitigação dos riscos decorrentes desse fenômeno. (com informações da Ufopa).
Você pode ter acesso ao relatório completo do estudo acessando o link: https://is.gd/cianobacterias
O Impacto