Caos em Miritituba, causado por falta de estrutura, que vai de acesso a estacionamento

Já era de se esperar o caos que ocorreria no tráfego de veículos, principalmente de carretas, na Vila de Miritituba, município de Itaituba. Quando da construção dos portos no distrito, várias discussões sobre a estrada de acesso aos portos graneleiros foram feitas, com propostas para a construção de uma estrada alternativa, antes da chegada à área urbana de Miritituba. Porém, essa proposta não saiu do papel.

A estrada de acesso que hoje é utilizada precisa urgentemente ser asfaltada ou, a melhor opção, seria a construção de uma nova estrada ligando os portos, na altura do km 6, sentido Miritituba-Campo Verde.

Na concessão dada pelo DNIT à empresa VIA DIRETA, consta o asfaltamento dessa estrada para este ano de 2025. Todavia, até agora, a VIA DIRETA ainda não se manifestou sobre quando iniciará as obras. Atualmente, a manutenção dessa estrada é feita pela associação dos portos, que também deveria ter asfaltado essa estrada, considerando o tempo em que está utilizando-a, desde 2011.

Além disso, há a questão do município, que, por meio da Lei Municipal nº 3.534/20, criada em 2020, instituiu a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização do Trânsito e Circulação de Veículos de Grande Porte (TCFT). O município já arrecadou milhões, mas nunca investiu um centavo nessa estrada. Só para se ter uma noção, R$ 16 milhões estão depositados em contas judiciais, pois os usuários estão brigando na justiça contra o município por considerarem ilegal essa cobrança. O Tribunal de Justiça do Estado do Pará extinguiu a ação, mantendo a validade da referida lei. Porém, a discussão agora está na justiça em Brasília.

Por sua vez, o novo prefeito de Itaituba, Nicodemos Aguiar, procurou a empresa Via Brasil para que município e empresa encontrassem uma solução para a estrada de acesso. Um paliativo foi acordado para tentar evitar que, durante o período das chuvas, o acesso das carretas para os portos sofra congestionamentos.

Enquanto isso, as autoridades devem cobrar da empresa Via Brasil o asfaltamento desses 8,30 km da Transportuária, que dá acesso aos portos em Miritituba. De acordo com o cronograma da empresa, a previsão é asfaltar essa estrada ainda este ano, conforme está registrado na programação. O caso requer urgência, por isso, deve ser uma prioridade agora asfaltar esses 8,30 km para evitar os congestionamentos e transtornos em Miritituba e ao longo da BR-163 e BR-230.

Outro grande problema hoje em Miritituba está sendo causado pelo porto flutuante de Bertolini, na beira do Rio Tapajós. As carretas chegam em grande quantidade do Mato Grosso ao pátio do Samuel do Posto, que não comporta essa quantidade de carretas, e com isso, passa a congestioná-la, formando enormes filas ao longo da rodovia. A solução seria alojar essas carretas em outros pátios de estacionamento, o que evitaria esse aglomerado e o caos que está sendo enfrentado, tanto pelos motoristas de carretas quanto pelos condutores de pequenos veículos.

Nos últimos anos, os portos de Miritituba, no município de Itaituba, têm desempenhado um papel crucial no escoamento da produção de grãos, como soja e milho. A capacidade total dos terminais de transbordo de carga (ETCs) em Miritituba é de movimentar 18 milhões de toneladas de grãos por ano. Em 2019, as empresas CIANPORT, UNITAPAJÓS e HIDROVIAS DO BRASIL movimentaram juntas cerca de 8 milhões de toneladas de grãos, como milho e soja. Já em 2021, com a operação do porto da Cargill, a movimentação aumentou para 8,3 milhões de toneladas. Em 2022, houve um aumento significativo, com as quatro ETCs fixas operando em Miritituba, movimentando 12,9 milhões de toneladas de grãos, representando um aumento de 54,9% em relação ao ano de 2021.

A tendência é aumentar ainda mais a movimentação de embarques de grãos nos portos, com o crescimento da safra de grãos no Mato Grosso. Por isso, é fundamental encontrar uma solução para essa logística em Miritituba.

O Impacto

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