Produção Pesqueira no Pará triplica nos últimos dez anos, aponta Fapespa
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lançou o “Boletim da Agropecuária 2024”, estudo que mostra através de análises criteriosas um panorama das atividades agropecuárias e de seus principais produtos utilizando indicadores da produção pecuária, da produção pesqueira, da produção agrícola, do extrativismo e da silvicultura, além do contexto do mercado de trabalho do setor, do panorama do crédito rural e das suas exportações.
Especificamente sobre a aquicultura, o estudo preenche lacunas de dados criadas pela suspensão, em 2011, de pesquisas sobre a pesca extrativa por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com esses novos dados, o Pará tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos com a triplicação de sua produção pesqueira.
A produção de pescado no estado cresceu de 5,1 mil toneladas em 2013 para 16,3 mil toneladas em 2023, com uma taxa de crescimento anual de 15,7%, superando a média nacional. Paragominas foi o maior produtor, seguido por outros municípios como Marabá e Conceição do Araguaia. O tambaqui lidera a produção, representando 56,8% do total, seguido pelo tambacu e a tilápia. Juntos, esses produtos compõem mais de 98% da aquicultura paraense.
“Em se tratando da atividade da pesca e aquicultura, o Pará sempre apresentou vocação para este setor, uma vez que, quando ainda havia a pesquisa nacional da pesca, o estado rivalizava o 1º lugar com Santa Catarina. Já na aquicultura, com a produção triplicando, houve aumento em três vezes as exportações do pescado paraense nos últimos 24 anos, gerando emprego, renda e ocupação sem agredir o meio ambiente, protegido por políticas públicas como as de defeso e se apresentando como uma atividade econômica sustentável e dialoga diretamente com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o ODS 14: Vida Debaixo D’água”, disse Márcio Ponte, diretor responsável pelo estudo.
Comercialização externa
A exportação de pescado do Pará cresceu significativamente nos últimos 24 anos, triplicando de 57 mil toneladas em 2000 para 59,8 mil toneladas em 2023. O estado consolidou-se como um dos principais exportadores do Brasil, com a participação nas exportações nacionais subindo de 6,6% para 16,1%. Em 2023, cinco municípios do Pará participaram das exportações, com Belém destacando-se como o maior exportador, respondendo por 63,6% do total.
Os cinco principais produtos exportados representaram mais de 90% das exportações de pescado, com os “peixes congelados (exceto filés)” sendo o item mais exportado, seguido pelo “pargo congelado”.
Esse crescimento das exportações reflete no número de empreendimentos formais na cadeia pesqueira que cresceu 81,4% desde 2006, totalizando 390 estabelecimentos em 2023, de acordo com dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS). A maior parte desses estabelecimentos se concentrava no comércio (65%), seguido pela agropecuária (23%) e indústria (12%).
Belém foi o município com maior concentração de estabelecimentos, com 138, representando 35,4% do total estadual, e apresentou um aumento de 2,2% no número de estabelecimentos em comparação ao ano anterior. Outros municípios destacados foram Bragança, Vigia, Santarém, Ananindeua, Marabá, Altamira, Curuçá, Augusto Corrêa e Itaituba.
“O Pará tem um enorme potencial, tanto para a pesca como para a aquicultura. Esse estudo da Fapespa mostra claramente que estamos desenvolvendo esse potencial cada vez mais através das ações do governo do estado de incentivo ao setor produtivo, seja pela melhoria da infraestrutura, seja pelos financiamentos com o Plambio. E certamente, a Fapespa também contribui através do fomento às pesquisas, das inovações, novas tecnologias que ajudam na melhoria da produtividade dos diferentes setores e a aquicultura não é diferente”, destacou o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Por Rodrigo Neves com informações da Fapespa
Imagem: Reprodução/ Fapespa
O Impacto