Brasil mapeia quase 28 mil sítios arqueológicos e revela ameaças à preservação histórica

Uma iniciativa inédita do projeto MapBiomas revelou um panorama abrangente dos sítios arqueológicos brasileiros, disponibilizando dados georreferenciados de 27.974 locais que guardam vestígios de antigas populações, majoritariamente indígenas.

De acordo com o levantamento, a Amazônia lidera em número absoluto, com mais de 10 mil sítios, seguida pela Caatinga (7.004), Cerrado (4.914) e Mata Atlântica (4.832).

A plataforma permite, pela primeira vez, analisar de forma comparativa esses espaços, seus usos e coberturas de solo entre 1985 e 2023, com acesso público e gratuito.

O levantamento, feito a partir de dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mostra que muitos desses sítios estão sob ameaça devido ao avanço de atividades agropecuárias, construções de estradas, usinas hidrelétricas e ferrovias.

A análise também mostra um aumento expressivo da presença humana nos arredores desses locais. Na Mata Atlântica, 63% desses sítios já estão em áreas com ocupação humana. Na Amazônia, esse número subiu de 19% em 1985 para 47,5% em 2023. O Acre registrou a maior perda de vegetação nativa: de 70% para apenas 10% no entorno dos sítios.

Entre 2019 e 2024, 122 sítios sofreram alertas de desmatamento, com destaque para os biomas Caatinga (45) e Mata Atlântica (31). Os estados com mais registros de desmatamento foram Rio Grande do Norte, Paraná e Bahia.

Apesar da importância histórica, apenas sete desses sítios foram tombados como patrimônio nacional, contrastando com os 428 edifícios reconhecidos oficialmente pelo Iphan. O tombamento, como ato administrativo, é essencial para garantir a preservação desses bens culturais e impedir que sejam destruídos ou alterados.

 

 

Por Rodrigo Neves com informações da Agência Brasil e MapBiomas

Imagem: Reprodução/Iphan

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