Em jogo dramático, Remo bate Paysandu nos pênaltis e é campeão paraense
Remo e Paysandu fizeream uma decisão digna de suas respectivas grandezas. Depois da vitória no jogo de ida, o Remo perdeu no tempo normal por 1 a 0, mas se superou nas penalidades máximas, vencendo por 6 a 5 e encerrando um tabu de três anos sem um título estadual.
O Jogo
O jogo começou como se imaginava: rápido, com muitas trocas de passes e sustos ao torcedor. O primeiro lance de perigo foi bicolor, logo aos três minutos, quando Vilela recebeu sobra de bola na intermediária e mandou um torpedo na direção de Rangel, que se esticou e jogou para escanteio.
Aos 23, o goleiro bicolor operou um milagre na pequena área bicolor, após o cabeceio fulminante de Pedro Rocha, evitando com uma mão o que seria o primeiro gol azulino. 1o minutos depois, no entanto, o Remo teve a primeira baixa em campo, com a saída de Janderson. Daniel Paulista entrou com Kadu, causando olhares desconfiados pela mudança tática inesperada.
O lá e cá deixou o primeiro tempo bastante corrido, tudo isso sob uma chuva homérica que deu o tom ao clássico — para o delírio das torcidas, que cantavam sem parar nas arquibancadas do Mangueirão. O Remo teve uma última chance com Pedro Rocha, mas não contava com o bom posicionamento do arqueiro bicolor. Apesar do tempero, a primeira metade da decisão terminou equilibrada, com o placar inalterado.
Com o placar aberto, o Remo promoveu novas mudanças. Felipe Vizeu — a contratação mais contestada da temporada — deu lugar a Adaílton. As demais alterações ocorreram no meio-campo, enquanto o Papão recuou ainda mais a equipe, com Bryan Borges entrando no lugar de Nicolas. As trocas, no entanto, não aumentaram a intensidade da partida, que já se arrastava em um ritmo morno, com leve domínio bicolor.
A partir dos 30, o jogo caiu de ritmo. À beira do gramado, os técnicos batiam cabeça para surpreender o outro lado, sofrendo com perdas por lesão. Em uma dessas, aos 38, Adaílton resolveu arriscar sozinho, avançando em direção a área para o chute no braço de Bryan Borges, num lance semelhante ao do Paysandu. Após revisão, o árbitro deu a penalidade e o próprio Adaílton cobrou e Matheus Nogueira defendeu.
A perda da chance deixou o clima pesado. Jogadores se estranhando em campo, torcida em desespero e uma cantoria ensurdecedora ditaram os minutos finais. O placar de 1 a 0 levou a partida para as penalidades, impondo ao torcedor mais alguns minutos de sofrimento.
Penalidades
O empate no tempo normal deixou o placar agregado em 3 a 3, forçando as cobranças de pênalti. Bryan Borges cobrou o primeiro e marcou para o Paysandu. Em seguida, Pedro Castro cobrou e Matheus Nogueira defendeu. Benítez perdeu a segunda e Dodô empatou. André Lima abriu a terceira rodada e botou o Paysandu na frente, mas Pedro Rocha deixou tudo igual novamente. Até ali o placar estava em 2 a 2. Na penúltima série, Vilela marcou e Alvariño empatou. Em seguida, Giovanni fez o quarto e Adaílton empatou de novo. Nas alternadas, Quintana fez o quinto e Marcelinho incendiou a decisão empatando novamente. Por fim, Dudu Vieira desperdiçou e Reynaldo fez, dando a vitória por 6 a 5 e encerrando um tabu que deu ao Clube do Remo o 48º título do Parazão.
Fonte: O Liberal