“Progresso não pode ser sinônimo de apagamento da memória”, diz morador sobre revitalização de praça em Almeirim

Nesta sexta-feira (16), a reportagem do Jornal O Impacto recebeu de moradores de Almeirim uma denúncia relacionada à revitalização da Praça do Centenário. A proposta de modernizar espaços públicos é considerada legítima, mas, segundo alguns populares, tornou-se, na verdade, um lamentável ato de apagamento da história da cidade.

Um morador relatou que a Praça do Centenário — símbolo do primeiro século de existência do município — foi completamente demolida para dar lugar a uma estrutura moderna e, do ponto de vista cultural e afetivo, fria.

“É importante dizer: não foram todas as árvores que foram afetadas. Mas algumas mangueiras centenárias, símbolos vivos da nossa memória, foram, sim, removidas do lugar onde cresceram por décadas. Outras, infelizmente, foram cortadas. Isso ficou evidente em fotos compartilhadas nas redes sociais, que mostraram o impacto da obra sobre o patrimônio natural da praça’’, contou o jovem Arnoud Neto.

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Ainda em tom de indignação, o morador ressalta que Almeirim, como qualquer cidade, merece ambientes de lazer bonitos e acolhedores. Mas, em seguida, questiona: “Por que isso precisa significar apagar o que nos conecta à nossa própria identidade? O monumento das Três Bandeiras, por exemplo, um marco visual e simbólico da praça, foi simplesmente eliminado, ignorando o vínculo afetivo da população com aquele espaço”.

À nossa reportagem, o jovem relembrou outras situações semelhantes que, segundo ele, reforçam o desaparecimento da história do município.

“Essa perda não é isolada. Já vimos a demolição de uma antiga igreja, a destruição da biblioteca municipal para a construção de uma garagem da Câmara de Vereadores. E agora, mais uma referência cultural se vai. O que ainda nos resta de memória física? Apenas uma casa antiga ao lado da praça e o antigo prédio da prefeitura. É muito pouco diante da riqueza que tínhamos — e que nos foi tirada.”

Por fim, o morador frisou a necessidade de uma crítica firme.

“O progresso não pode ser sinônimo de esquecimento, nem de destruição. Preservar a história da cidade é tão importante quanto criar espaços modernos. Podemos ter os dois. Podemos e devemos. É uma questão de respeito com o povo, com suas raízes e com sua identidade.” E acrescentou: “Encerrando, faço eco a um trecho do nosso hino municipal, que deveria ser lembrado por todos os gestores públicos e cidadãos: ‘Que o progresso, porém, não destrua teus esplêndidos bens culturais’. Que essa frase não fique apenas no papel, que ela se torne um compromisso com o que somos e com o que deixaremos para as próximas gerações.”

O espaço segue aberto para posicionamento da Prefeitura de Almeirim.

A matéria pode ser atualizada a qualquer momento*

Por Diene Moura

 O Impacto

2 comentários em ““Progresso não pode ser sinônimo de apagamento da memória”, diz morador sobre revitalização de praça em Almeirim

  • 16 de maio de 2025 em 19:49
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    revoltante criminoso,abuso de poder, autoritarismo, violência grotesca ao patrimônio público municipal, pasmem sem um gesto d qquer vereador eleito pelo povo,nenhuma menção se quer por dos 13 vereadores

    ,

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  • 16 de maio de 2025 em 11:35
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    O apagamento de memória em nossas cidades são uma realidade nos dias atuais, aos poucos vão sumindo para dar lugar muitas vezes a monstrengos frios, vão demolindo e a gente nem percebe, quando vê ou se toca, não mais existe, alguns até são tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional onde não se pode mais fazer nada, e assim, com o tempo acabam realmente “tombados” devido a falta de manutenção. É muito triste essa situação.

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