Amapá: um Brasil à parte – Quando a floresta vale mais que a vida humana

Por Fábio Maia

Em pleno século XXI, o Amapá continua a ser um retrato alarmante do abandono, da negligência estatal e, principalmente, da hipocrisia ambientalista que assola a Amazônia brasileira. É o único estado da federação que não tem uma ligação física com o restante do país, um isolamento logístico e social que deveria envergonhar qualquer nação que se pretenda soberana e justa com seu povo.

Enquanto isso, cerca de 60% da população do estado vive abaixo da linha da pobreza, enfrentando falta de saneamento, energia precária, desemprego e um sistema de saúde com estruturas básicas. O mais paradoxal é que isso ocorre em nome de uma “proteção ambiental” vendida por ONGs, governos estrangeiros e entidades internacionais que, sob o pretexto da preservação da floresta, negam à população o mínimo de dignidade.

O caso da proibição da exploração de petróleo na costa do Amapá é o exemplo mais evidente da sabotagem disfarçada de ecologia. Enquanto o Brasil se curva à pressão externa e interna para manter intocada uma área de alto potencial energético, a vizinha Guiana explora com sucesso sua costa petrolífera, enriquecendo seu povo, investindo em saúde, infraestrutura, educação e habitação. A pergunta que ecoa é inevitável: por que o Amapá não pode seguir o mesmo caminho?

Esse jogo geopolítico é claro: manter a Amazônia subdesenvolvida enfraquece o Brasil. A exploração de petróleo no Amapá atrairia investimentos, geraria empregos e conectaria o estado ao resto do país, com estradas e infraestrutura. Mas isso ameaça a concorrência global, que lucra com a estagnação brasileira. Enquanto ONGs posam de defensoras da natureza, a população amapaense paga o preço com isolamento e pobreza.

O Amapá é um retrato de negligência. Sem ligação terrestre, o transporte de alimentos e remédios é caro e lento, encarecendo a vida. A falta de saneamento causa doenças, e a pobreza força famílias a viverem em palafitas à beira de rios poluídos. O potencial petrolífero, que poderia financiar escolas e hospitais, é negado por decisões que priorizam a floresta acima do ser humano. Enquanto a Guiana usa seus lucros para dar dignidade à população, o Amapá segue à deriva, com balsas como símbolo de um estado desconectado do Brasil.

A resposta talvez esteja no interesse geopolítico internacional em manter a Amazônia como uma “reserva estratégica de pobreza”, onde se conserva a floresta à custa da vida humana. Um “berçário verde” de onde não se pode tirar nada, nem sequer energia para alimentar a esperança de um povo. Proteger o meio ambiente é necessário, mas tratar seres humanos como invasores da própria terra onde vivem, não é ambientalismo – é perversidade travestida de virtude.

E o mais estarrecedor é a incoerência do discurso ambientalista. Quando se trata de explorar petróleo, a resposta é “não”, pois os riscos ambientais seriam inaceitáveis. Mas, ironicamente, aceita-se com naturalidade o funcionamento de termoelétricas movidas a combustíveis fósseis no estado, como se a poluição gerada por essas usinas fosse mais ética, mais limpa ou menos destrutiva. Qual o critério? Onde está a lógica?

Fica então a pergunta final:

A quem interessa manter o Amapá isolado, pobre e dependente?

Certamente não é à sua população. Talvez, sim, àqueles que enxergam na miséria do povo um meio de sustentar sua influência e seus interesses ideológicos, econômicos ou diplomáticos.

O Impacto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *