Bate-papo de saúde: Nutricionista Gardênia Brum fala sobre obesidade infantil

Nesta terça-feira (03) a repórter Wandra Trindade do Jornal Impacto conversou com a Nutricionista Gardênia Brum (CRN7 – 17439) sobre o tema ‘Obesidade Infantil’.

A partir dos seis meses é o período em que inicia a introdução alimentar na vida de uma criança. Então, quando passa a ser um sinal de alerta relacionado ao peso fora do normal?

A introdução alimentar é um momento fundamental para a formação dos hábitos alimentares da criança. A partir do primeiro ano de vida, começamos a monitorar mais de perto o ganho de peso e crescimento com as curvas de desenvolvimento. O sinal de alerta ocorre quando observamos um ganho de peso muito acelerado em relação à estatura, ou quando a criança ultrapassa os percentis adequados para sua idade no gráfico de crescimento. Por isso, o acompanhamento regular com o pediatra e nutricionista é tão importante.

Existe tratamento com medicação para a obesidade infantil?

O tratamento da obesidade infantil é, em sua grande maioria, baseado em mudanças no estilo de vida: alimentação equilibrada, aumento da atividade física e mudança comportamental. O uso de medicamentos é bastante restrito e reservado para casos muito específicos e graves, geralmente em crianças maiores e adolescentes, e sempre com indicação e acompanhamento médico rigoroso.

Quais outras consequências são causadas pela obesidade infantil?

A obesidade infantil pode gerar uma série de complicações de saúde: aumento do risco de diabetes tipo 2, colesterol alto, hipertensão arterial, problemas ortopédicos, distúrbios respiratórios, além de impactos emocionais como baixa autoestima e dificuldade de socialização. Também aumenta a chance de a obesidade persistir na vida adulta.

Sobrepeso e obesidade têm diferença? Qual?

Sim, existe diferença. O sobrepeso é um estágio inicial de acúmulo de gordura corporal, onde o peso já está acima do ideal, mas ainda não atinge os critérios de obesidade. Já a obesidade é um quadro mais avançado, caracterizado por um acúmulo excessivo de gordura corporal que traz riscos significativos à saúde.

Há alguma condição genética que predispõe a criança à obesidade?

Sim, há fatores genéticos que podem influenciar a tendência ao ganho de peso, como alterações em genes que regulam o apetite, metabolismo e armazenamento de gordura. No entanto, mesmo com essa predisposição, o ambiente familiar, os hábitos alimentares e o estilo de vida têm um papel fundamental, e muitas vezes decisivo no desenvolvimento da obesidade.

Como prevenir a obesidade infantil do nascimento aos 5/12 anos de idade?

A prevenção começa cedo, com o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e a manutenção de uma alimentação saudável após a introdução alimentar. É essencial evitar alimentos ultraprocessados, açúcar e bebidas açucaradas. Além disso, incentivar brincadeiras ativas, limitar o tempo de telas e promover um ambiente familiar que valorize a alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física são estratégias chave.

Uma mensagem/dica aos pais:

Pais, lembrem-se: o exemplo de vocês é a maior influência para seus filhos. Crianças aprendem mais pelo que veem do que pelo que ouvem. Então, cultivem um estilo de vida saudável em casa. Façam das refeições momentos de conexão em família, ofereçam alimentos variados e naturais e estimulem a movimentação diária. Pequenas atitudes no dia a dia fazem toda a diferença para um futuro mais saudável!

O Impacto

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