Nepotismo e violência imperam em escola de Vila Franca
Ultimamente as famílias que formam a comunidade de Vila Franca, na região do Tapajós, não estão mais mandando seus filhos para a escola Nossa Senhora de Assunção. A direção da escola formada basicamente por uma secretária e uma diretora, ameaça os pais de corte do Bolsa Família.
Esta animosidade já não é de hoje. Em 2012, a comunidade começou a questionar a situação do senhor Valdir Eduardo de Oliveira Ferreira, que trabalha na escola como professor. Ele não tem formação pra isso. Foi até denunciado no Ministério Público. Porém, sua esposa, que é a secretária Claudete Pinheiro Fernandes, encaminhou documento ao MP informando que o mesmo preenchia todas as exigências da SEMED, sem apresentar documentos que justificasse a informação.
Em 2013, durante a elaboração da votação para preenchimento de cargos no quadro de professores, a senhora Claudete, em determinado momento, suscitou palavras de ofensas a então coordenação da comunidade, e agrediram o ex-presidente Domingos Correia Reis, conforme registro na Polícia Civil. Desde então a comunidade não quer mais a presença desta senhora por lá, mas insiste em dizer que só vai sair no dia que ela quiser.
Ela é concursada. Mas segundo o atual presidente da comunidade, Raimundo Guimarães Gamboa, ela trata a escola como se fosse sua propriedade. E não respeita a opinião dos comunitários. Os mesmos pais que tem filhos na referida escola.
Para acabar de completar as atitudes grosseiras da tal secretária, que é mantida no cargo, segundo os comunitários, pelo coordenador de rios da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), no início deste ano, durante uma reunião da Associação para decidir a permanência ou não da senhora Claudete na comunidade, esta pediu a palavra e ofendeu o presidente. Foi quando uma pessoa de seu grupo se levantou e agrediu fisicamente Raimundo Guimarães Gamboa. Ele explica que tudo isso acontece porque a SEMED deixou de respeitar a opinião da comunidade e mantém no cargo a referida pessoa, que se aproveita da função que exerce para beneficiar seus parentes e amigos em cargos públicos. Seu cônjuge, o tal Valdir, é professor e sua sogra, Valdenir, além de outros amigos pessoais, também estão trabalhando como professores na escola, sem nenhuma formação acadêmica, em detrimento de vários profissionais que foram mandados embora, ou não conseguem vaga para trabalhar.
Raimundo Guimarães Gamboa desabafa toda sua revolta e indignação com a atitude da referida secretária, “pois como se não bastasse o nepotismo e a falta de respeito com as pessoas da comunidade, toda essa situação compromete o futuro dos nossos filhos, assim como também a convivência harmoniosa que sempre tivemos entre os comunitários, pois a conduta dela ultrapassa os muros da escola e interfere diretamente na base e na harmonia da comunidade”, diz Raimundo.
E completa questionando: “A SEMED fala tanto em gestão com democracia e transparência, por que não permitiu a participação da escolha da atual da diretoria?”. E vai mais adiante, dizendo que isso além de ferir os princípios constitucionais de ir e vir, fere mais ainda a base da comunidade, que são famílias que tem seus filhos na escola, e que repudiam as atitudes de Claudete Pinheiro Fernandes.
Até abaixo assinado em 2012 já foi feito, pedindo a transferência de Claudete Fernandes de lá. Mas a SEMED não aceita. A comunidade está tão firme com relação a isso, que providencia uma ação judicial para impedir que pessoas inabilitadas continuem exercendo os tais cargos na escola de Vila Franca.
SEMED SE MANIFESTA: A reportagem conseguiu falar com o coordenador de rios do órgão, João Magalhães. O mesmo informou que as pessoas que estão atuando na escola de Vila Franca são capacitadas e concursadas. Se existe algum clima tenso na comunidade é relacionado aos comunitários que não aceitam as lideranças indígenas no local. Mesmo assim. A Semed está tomando as providências para resolver o problema.
Fonte: RG 15/O Impacto