Cheia dos rios Tapajós e Amazonas preocupa empresários e ribeirinhos
A freqüente subida das águas dos rios Tapajós e Amazonas virou motivo de preocupação para centenas de famílias que residem em comunidades localizadas na zona de várzea, em Santarém, Oeste do Pará. Os ribeirinhos temem ser afetados pela enchente da mesma forma como aconteceu no ano de 2009 quando foi registrada a maior cheia da região, onde muitas propriedades foram alagadas, afetando, inclusive, a criação de gado.
Com a proposta de buscar solução para amenizar o problema, a Defesa Civil do Estado do Pará traçou metas no início desta semana para atender os ribeirinhos atingidos pela cheia.
Já a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) informou que aguarda o beneficiamento da madeira em tora doada pelo Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao município de Santarém para atender as comunidades ribeirinhas que tiveram problemas com alagamento de suas casas provocados pela enchente.
A expectativa é de que ainda neste mês, a madeira já serrada seja encaminhada às comunidades, para que as famílias possam levantar os assoalhos das casas.
De acordo com o titular da Comdec, Darlison Maia, ao longo do ano passado, a defesa Civil Municipal fez o diagnóstico das áreas alagáveis do município e das consideradas mais críticas, e encaminhou aos órgãos competentes para adoção de medidas preventivas.
“O crescente volume de água nos rios da nossa região preocupa, até porque o rio Tapajós já está 0,62cm acima do nível atingido nessa mesma época do ano em 2009, quando Santarém registrou a maior enchente, inclusive, com lojas do centro comercial sendo alagadas. Nós esperamos que o nível do rio se estabilize para que não tenhamos uma cheia maior que a de 2009”, declarou Darlison Maia.
No início desta semana, a Agência Nacional de Águas (ANA) revelou que o nível do rio Tapajós em Santarém atingiu 5.76 metros. A medição realizada neste mesmo dia dos anos de 2012 e 2013 foi de 6.02 e 5.26 metros, respectivamente. A previsão hidrológica realizada por modelo estatístico indica os níveis esperados para os próximos oito dias: 5.85, 5.92, 5.97, 6.01, 6.06, 6.10, 6.14 e 6.18 metros, respectivamente. Portanto, a tendência é que o nível do rio Tapajós continue subindo.
COMÉRCIO: Além dos ribeirinhos, os comerciantes do centro de Santarém também mostram preocupação com a enchente deste ano. No final do mês passado, as entidades representantes da classe produtiva da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces), Sindicato dos Lojistas de Santarém (Sindilojas), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), solicitaram ao Banco da Amazônia a concessão de linhas de créditos especiais para as empresas em Santarém e Oeste do Pará, para honrarem com seus custos fixos devido à ação intempérie da natureza, especificamente às enchentes dos rios Tapajós e Amazonas.
Com as cheias iminentes, o centro comercial de Santarém e demais municípios da região Oeste do Pará são afetados de forma sensível, devido à diminuição do fluxo dos clientes, e, em casos extremos, as lojas são obrigadas a fechar suas portas.
A relevância do pedido é ainda justificada pela importância que as empresas dos Centros Comerciais da região têm na economia dos municípios, tradicionalmente gerador de emprego e renda das cidades.
Fonte: RG 15/O Impacto