Cerimônia indígena marca encerramento do curso de línguas na Ufopa
Está marcada para esta quinta-feira, dia 31, a formatura dos 73 alunos que participaram dos cursos das línguas indígenas Munduruku e Nheengatu, promovidos pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) desde o dia 2 de julho no Centro Indígena Maíra, em Santarém. Além da entrega de certificados, a cerimônia deve ser marcada pela apresentação de cantos e danças indígenas e também pela confraternização dos participantes com comidas e bebidas típicas. A programação inicia às 18h no Centro Indígena Maíra (Rodovia Santarém-Cuiabá, 3180, Km 3, próximo ao Seminário São Pio X, no bairro da Esperança).
O evento desta quinta marca o encerramento da primeira etapa dos cursos, em que foi repassada a formação básica da gramática, pronúncia e lógica própria de cada língua. Na segunda etapa, que será realizada em janeiro de 2015, os alunos receberão uma formação mais completa e aprofundada, com a qual poderão se tornar professores destes idiomas. Apesar de ter a língua como destaque, o curso também enfatiza outras características culturais e procura valorizar de forma geral as etnias indígenas da Amazônia.
Atualmente, são faladas cerca de 200 línguas indígenas no Brasil. O Diretor de Ações Afirmativas da UFOPA, Prof. Florêncio Vaz, explica que a escolha do Nheengatu e do Munduruku para a oferta destes cursos se deve à importância histórica que os dois idiomas têm para a região. De acordo com o professor, o Nheengatu era falado fluentemente em toda região de Santarém até a segunda metade do século XIX. Hoje, os 11 povos indígenas da região estão resgatando ou reaprendendo esta língua, que já é ensinada nas escolas indígenas. O Munduruku também era falado em todo o vale do rio Tapajós e ainda é usado fluentemente no médio e alto Tapajós. Também há aldeias no baixo Tapajós que estão em processo de aprendizagem da língua Munduruku.
Os cursos de línguas indígenas é uma iniciativa da UFOPA através do Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia e Grupo Consciência Indígena. A atividade conta ainda com o apoio das Pró-Reitorias de Comunidade, Cultura e Extensão (PROCCE) e de Assistência Estudantil (PROGES), do Conselho de Indígenas dos rios Tapajós e Arapiuns, da Rádio Rural de Santarém, da Associação Frades Menores na Amazônia e da Associação Indígena do Município de Barcelos – AM.
Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/Ufopa