Operário morre ao cair de prédio da Ufopa
O operário Humberto Féliz de Sousa Júnior, 41 anos, morreu por volta de 9h, de quinta-feira, 13, após cair do 4º andar de um prédio em construção, do Campus Tapajós, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), no bairro do Salé, em Santarém.
Colegas de trabalho de Humberto lamentaram o acidente. Eles contaram que acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porém, quando a equipe chegou ao local, o operário já estava sem vida, jogado dentro de uma vala, próximo ao alicerce do canteiro de obras do prédio de ampliação da Ufopa.
Segundo o cunhado do operário, Clodoaldo Corrêa, Humberto estava preso em um cabo de aço e, quando se abaixou para pegar uma lata de massa, deu uma rajada de vento e nesse momento o cabo se rompeu e ele despencou do 4º andar do prédio. Humberto trabalhava há dois meses na empresa MAZ Construções Ltda, cuja sede fica em Belém do Pará.
“Ele (Humberto) estava com cinto, mas deu uma rajada de vento e ele despencou de cima. Ele morava no Santarenzinho, era solteiro e trabalhava como pedreiro. Ele estava há dois meses trabalhando na obra. Registramos a ocorrência na Delegacia e chamamos o CPC pra fazer a remoção do corpo”, relatou Clodoaldo.
A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) informou que Humberto Feliz de Sousa Junior, de 41 anos, funcionário da MAZ Construções Ltda. – empresa terceirizada responsável pela construção do prédio no Campus Tapajósfaleceu na manhã de quinta-feira, após cair do 4º pavimento da obra.
A equipe da Superintendência de Infraestrutura da UFOPA, responsável pela fiscalização de obras na Instituição, esteve no local averiguando o ocorrido a fim de coletar informações mais detalhadas a respeito da causa do acidente. A Universidade confirmou que, não havia nenhuma notificação quanto a problemas de segurança no trabalho envolvendo a empresa MAZ Construções.
A fiscalização da obra era efetivada regularmente pela UFOPA, atentando-se para todas as legislações pertinentes. Os órgãos competentes foram imediatamente acionados. O SAMU atestou o óbito e o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) realizou perícia no local. A UFOPA garantiu que abrirá uma sindicância para apurar as responsabilidades e lamenta profundamente o ocorrido.
Por volta de 11h15, o CPC efetuou a remoção do cadáver. Parentes de Humberto estiveram no local. Mesmo em estado de choque sua irmã acompanhou de perto os procedimentos periciais e de resgate do corpo. Estudantes da Ufopa falaram que nunca haviam visto uma cena parecida dentro da instituição.
ESCLARECIMENTO: A superintendente de infraestrutura da Ufopa, Luciana Labareda, esclareceu que a Ufopa quer deixar claro que lamenta profundamente o que aconteceu com o operário da MAZ Construções, por se tratar de um acidente de trabalho. A equipe de segurança de trabalho da Ufopa, segundo ela, é muito atuante e, que em qualquer problema relacionado a questão da segurança dos operários, a empresa é notificada e logo as reivindicações são atendidas.
“Em relação à segurança estava tudo totalmente correto e estamos apurando para saber o que aconteceu. Já conversamos com alguns trabalhadores que estavam próximos do Humberto e, eles confirmaram que ele estava preso em um cabo de aço e quando foi pegar uma lata de massa na laje do quarto andar, se desprendeu do cabo para se agachar para pegar a lata. Nesse momento estava ventando muito e ele se desequilibrou e caiu”, relatou.
De acordo com Luciana, as fiscalizações na obra são feitas diariamente, onde são verificados se as normas de segurança estão de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Então, tudo que é relacionado a segurança dos trabalhadores estava totalmente normalizada. A gente cobra freqüentemente que a empresa cumpra com sua obrigação, principalmente de oferecer o Equipamento de Proteção Individual (EPI)”, afirma.
PROCEDIMENTOS: Luciana garante que técnicos da Ufopa verificaram e constataram que o operário estava com o cinto de segurança. Depois disso, os técnicos entraram em contato com o CPC Renato Chaves para fazer a remoção do corpo. Ele esclarece que neste prédio vão funcionar salas de aula, laboratórios e a parte administrativa.
“Na verdade, essa obra é apenas uma fase só, onde serão quatro prédios iguais a esse. Os trabalhadores que estavam perto dele garantiram que ele se desequilibrou por causa do vento, mas estamos averiguando para saber o que aconteceu”, afirma Luciana, revelando que a Ufopa abriu uma sindicância para colher o depoimento de mais pessoas, com o intuito de descobrir as causas do acidente.
“Há alguns meses essa empresa deu um treinamento para os operários, no sentido de que quando houver algum problema, eles possam ser evacuados urgentemente do prédio. Nós disponibilizamos uma sala de aula onde toda a equipe de trabalhadores passou por esse treinamento. Depois do acidente, apesar de ficar alguns funcionários por alguns minutos, todos eles foram liberados”, afiança.
Fonte: RG 15/O Impacto