Represália – Deficientes físicos invadem rua

Na última segunda-feira, 10, membros da Associação dos Deficientes Físicos de Santarém (ADEFIS) ocuparam uma rua, localizada entre a Avenida Anysio Chaves e Rua Rosa Vermelha, no bairro Aeroporto Velho, em Santarém. Os deficientes físicos alegam que diversas entidades foram contempladas com lotes em Santarém, inclusive igrejas evangélicas, porém, a Prefeitura ainda não doou uma área para que a ADEFIS possa construir sua sede e, que por conta disso houve a ocupação da rua.

“Há muitos anos a diretoria vem em busca desse local próprio, porque a classe necessita. Já mandamos vários ofícios, entra Prefeito e sai Prefeito e não tivemos nenhuma resposta positiva. Até no Ministério Publico já fomos, por isso nossa única solução foi fazer uma ocupação para chamar atenção. Pretendemos permanecer nesse local e construir nossa sede”, declarou a coordenadora do Movimento da ADEFIS, Nádia Rufino.

“Hoje ADEFIS não precisa apenas de uma sala e um escritório. Ela tem toda uma estrutura. Nós estamos com 11 computadores parados por falta de espaço. Então, a gente não pode qualificar uma pessoa com deficiência, porque a associação não tem espaço. O poder Público não tem nenhuma política voltada pra pessoa com deficiência”, segundo declarou a Coordenadora do Movimento da ADEFIS, Nádia Rufino.

Segundo ela, centenas de pessoas portadoras de deficiência, freqüentemente procuram a associação, que sem ter ainda estrutura fica, torna difícil o atendimento e o apoio aos necessitados, por conta do Governo ainda não ter feito sua parte, que é de doar uma área para a construção da sede da ADEFIS.

“A Prefeitura informou pra gente que esse local seria uma travessa, mas nós fizemos todo um estudo. Então, ela é uma travessa morta, mesmo porque não tem continuação. Por motivo de ser uma travessa morta foi que ocuparmos a área”, explicou Nádia.

Por conta da ocupação da rua, na tarde de segunda-feira, 10, o chefe de gabinete da Prefeitura de Santarém, Jaci Barros, chamou uma comissão de 5 membros da ADEFIS, para uma reunião na sede do Governo Municipal. “Colocamos a ele nossa necessidade que não é de hoje. Ele disse que não poderia ceder e, nós dissemos que não iríamos sair se a Prefeitura não der uma posição positiva. Ou ficaríamos com essa área ou eles conseguiriam outro local, mas por escrito e com prazo imediato”, disse Nádia Rufino.

A ADEFIS informou que está gritando por socorro, principalmente porque já faz 22 anos que os deficientes físicos de Santarém buscam local próprio, para construir sua sede. Para a ADEFIS, falta apoio do poder público municipal, para doar a área para a entidade, principalmente após o trânsito de Santarém aumentar o fluxo, além de ter como conseqüência o grande índice de acidentes, deixando pessoas mutiladas.

“Hoje, no trânsito de Santarém as pessoas estão sendo mutiladas e o poder público não dá esse apoio aos que se tornam deficientes. Então, eles vão pra onde? A associações acolhe os necessitamos. Por isso, nossa ocupação se chama: Ocupação por Necessidade”, ressaltou Nádia Rufino.

PROPOSTA: A ADEFIS, segundo Nádia Rufino, já tinha lançado proposta de locais onde poderia ser construída a sede, assim como enviou ofício à Prefeitura de Santarém, porém, não recebeu nenhuma resposta positiva. “A gente já foi atrás e encontramos um local. Levamos a proposta para Prefeitura analisar e não tivemos resposta”, denuncia.

Nádia acrescentou que a sede da ADEFIS não pode ser construída em qualquer terreno, porque os membros precisam de acesso, devido ter limitações. “O local tem que ter linha de ônibus. Tudo isso tem que ser visto e, eles não podem dar qualquer área para a associação. Hoje, estamos com mais de 600 associados, que necessitam”, afirmou.

Por: Sabrine Dalazen (estagiária)