Falta de segurança faz diretora pedir afastamento de escola

Josilene Barreto teme pela segurança dos alunos
Josilene Barreto teme pela segurança dos alunos

Uma grave denúncia diz respeito ao descaso com a educação em Santarém chegou à nossa redação, no início desta semana. Depois de várias escolas de Santarém terem sido submetidas ao caos, devido a problemas na estrutura, falta de segurança, entre outras questões de ordem administrativa, em meses que antecederam as eleições de outubro deste ano no Pará, desta vez a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Antonio Batista Belo de Carvalho, localizada no bairro São José Operário, vive dias de ‘apocalipse’.

A precariedade em que se encontra a escola motivou os professores a anunciar a antecipação do final do ano letivo de 2014, principalmente após a diretora Joelma Cruz pedir afastamento do cargo. Além de problemas na estrutura, como cadeiras quebradas, salas ameaçando desabar, falta de livros na biblioteca, falta de laboratórios de informática e de biologia e falta de vigilantes aumentando os riscos aos alunos e professores, a Escola Belo de Carvalho funciona atualmente sem diretor, segundo uma fonte.

Devido a estrutura precária da instituição de ensino, os professores reuniram na semana passada com os pais, para comunicar que o ano letivo que tinha previsão para terminar em fevereiro, vai ser adiantado, finalizando no dia 23 de dezembro deste ano.

As questões envolvendo o funcionalismo da Escola levaram alguns alunos a declarar que estão completamente desmotivados, principalmente porque vão para a escola com receio de que alguma sala venha a desabar sobre eles. A falta de segurança é outro problema denunciado pelos alunos.

“De vez em quando entra bandido. Nossa segurança é diferente de outras escolas”, apontou o estudante Daniel Andrade. O colegial Pedro Henrique também compartilha da mesma preocupação. “Quando a gente passa pela rua, verificamos que é cheio de moleque fumando e, por isso tenho medo de eles mexam com a gente”, revelou.

A dona de casa Fátima Pantoja, mãe de um aluno, garante que está ficando cada vez mais difícil manter o filho na escola. “É complicado. A escola não mostra um conforto para os nossos filhos. O colégio não tem segurança”, expõe.

A professora Elisabeth Silva reforça que a escola se encontra em uma situação precária, com fiação exposta, paredes rachadas e colunas quebradas. “A escola está em um estado que nem mesmo uma reforma irá atender as nossas reivindicações, porque a rede elétrica não presta. A estrutura física é tão ruim que já até caiu as caixas d’água, e é arriscado cair em cima de um aluno ou de um funcionário. Toda a estrutura da escola está comprometida”, detalhou.

A professora destacou que no ano de 2006, a escola contava com 1.600 alunos, mas devido à falta de segurança e estrutura precária, muitos alunos estão procurando outras instituições. Hoje, a Escola Belo de Carvalho conta com menos de 600 estudantes matriculados, onde existem turmas com apenas 11 adolescentes.

Ainda segundo a professora Elisabeth, o muro da escola caiu há quatro anos e ainda não foi reconstruído, o que facilita a entrada e saída de pessoas na escola. “Sem o muro a gente não consegue garantir a seleção da entrada das pessoas. Aqui a gente não sabe quem entra. Assim como pode entrar um pai de família, uma pessoa responsável por um aluno, também pode entrar qualquer pessoa, até para vender droga, como já tivermos casos aqui. Pessoas que vêm para depredar ainda mais o patrimônio público”, denunciou.

Cadeiras velhas e quebradas, fiação elétrica comprometida e telhado quebrado e vulnerável à ação das chuvas
Cadeiras velhas e quebradas, fiação elétrica comprometida e telhado quebrado e vulnerável à ação das chuvas

INSEGURANÇA: A presidente do Conselho Escolar da Escola Belo de Carvalho, professora Josilene Figueira Barreto, afirma que todos os dias quando sai de sua casa para ir à escola teme pela sua vida e de mais de 500 alunos. “É um temor que tenho pela minha segurança e por essas crianças que estão aqui, porque temos mais de 500 alunos na Escola, onde atendemos todos os bairros adjacentes em relação ao ensino médio”, diz a educadora.

Para ela, existe uma preocupação muito grande pela integridade física tanto dos professores quanto dos alunos, por conta dos riscos que a Escola oferece no momento, como ameaça do teto desabar, além de membros de gangues que transitam a todo momento, dentro das dependências do educandário.

“É por isso que a gente está divulgando, falando e pedindo ajuda do poder público estadual, para que olhe pela nossa escola, e que não deixe pra olhar somente se caso acontecer uma fatalidade, que venha a tirar vidas dentro do prédio, porque é esse o risco que estamos correndo”, alerta a professora Josilene.

De acordo com ela, o papel do educador, é divulgar toda essa situação para a sociedade, para que providências sejam tomadas de forma emergencial, para que nenhum acidente venha ocorrer, na Escola Belo de Carvalho. “É isso que estamos fazendo, pedindo apoio da OAB, junto com a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) e do Ministério Público Estadual (MPE), porque tem muitas limitações dentro de Santarém, para resolver os nossos problemas. Queremos que essa demanda chegue até Belém, para que a Seduc, que já sabe da realidade da nossa escola, possa resolver esse problema!”, assegura.

PROMESSAS: A professora Josilene ressalta que a comunidade escolar não quer mais saber de promessas, como as que foram feitas durante a campanha eleitoral deste ano, em relação a melhorias na educação pública do Pará. “De promessa já estamos saturados desde o ano passado. Queremos que o Governador olhe pela nossa escola e faça uma reforma de fato o mais breve possível, para que em 2015, nós não possamos iniciar mais um ano letivo com essa realidade que se encontra hoje”, declara a professora, reforçando que como presidente do Conselho Escolar da Escola Belo de Carvalho está procurando mostrar a real situação do educandário a toda sociedade.

“É esse o meu papel de divulgar, de falar e de gritar para que a nossa reivindicação chegue até Belém, para eles verem a nossa realidade dentro desse educandário”, alerta a, professora Josilene Figueira Barreto.

Caixa d’agua e muro quebrados mostram descaso do Governo com a educação
Caixa d’agua e muro quebrados mostram descaso do Governo com a educação

INSPEÇÃO: No último fim de semana, uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Santarém, atendendo pedidos encaminhados à entidade, realizou uma inspeção ‘in loco’ na Escola Belo de Carvalho. Por conta dessa visita, a secretaria geral da OAB/Santarém está finalizando um relatório detalhado da situação caótica que os dirigentes encontraram o estabelecimento de ensino, localizado no bairro São José Operário, que está completamente abandonado pelo poder público estadual.

A comissão da OAB constatou que uma grande extensão do muro desabou há bastante tempo, deixando vulnerável a escola à entrada constante de estranhos, a qualquer momento do dia ou da noite no local, cujo terreno é extenso, com possibilidade física para sua ampliação e até mesmo para a construção de um ginásio poliesportivo, além de inúmeros projetos de interesse da comunidade escolar, como salas para inclusão digital e outras atividades educativas.

De acordo com o presidente da OAB/Santarém, Dr. Ubirajara Bentes Filho, parte do terreno da escola não possui construção e a outra parte abriga os blocos onde se concentram as salas de aula, secretaria e um pequeno refeitório com um único banheiro e sanitários, em estado bastante precários, além de uma quadra sem cobertura que praticamente não é usada, posto que o lugar foi tomado por traficantes.

“Desde 1996, a escola não recebe cuidados, estando com os telhados quebrados e sem conserto, forro de madeira podre e prestes a desabar e ferir os alunos a qualquer momento. A estrutura em concreto que sustentava a caixa d’água tombou”, relatou Dr. Ubirajara, acrescentando que foi constatado, ainda, que as instalações elétricas estão expostas oferecendo riscos às pessoas que trabalham e estudam na escola.

“Diante desse quadro de abandono da secretaria estadual de Educação em relação à escola Belo de Carvalho, a OAB Santarém pediu providências do Ministério da Educação e ao Ministério Público do Pará, que deverá instaurar procedimento para apurar e processar os responsáveis, conforme informou o titular da 8ª Promotoria de Justiça do Pará, em Santarém, Dr. Túlio Chaves Novaes”, revelou Dr. Ubirajara Bentes Filho.

Por: Manoel Cardoso

Um comentário em “Falta de segurança faz diretora pedir afastamento de escola

  • 22 de novembro de 2014 em 05:26
    Permalink

    AOS QUERIDOS AMIGOS

    – DA CLASSE EMPRESARIAL DE SANTARÉM E REGIÃO
    – ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SANTARÉM
    – A TODAS ASSOCIAÇÕES DE CLASSES

    OLHAI POR ESTA NOBRE CAUSA, QUE É A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS, DOS JOVENS E DOS FUTUROS CIDADÃOS.

    BEIJO NO CORAÇÃO DE VOCÊS, QUE TANTO TEM AJUDADO A COMUNIDADE.

    Resposta
  • 22 de novembro de 2014 em 05:00
    Permalink

    – ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ANTONIO BATISTA BELO DE CARVALHO

    – BAIRRO: SÃO JOSÉ OPERÁRIO

    EU TENHO CERTEZA QUE ESTA REALIDADE VAI MUDAR PARA MELHOR

    SÃO OS MEUS MAIS SINCEROS VOTOS
    DE QUEM ACREDITA:

    – NA PRESIDENTA DILMA
    – NO GOVERNADOR DO PARÁ
    – NOS DEPUTADOS FEDERAIS
    – NOS DEPUTADOS ESTADUAIS
    – NO PREFEITO DE SANTAREM
    – NOS VEREADORES
    – NO MINISTÉRIO PUBLICO
    – NA ORDEM DOS ADVOGADOS
    – NO LIDER COMUNITÁRIO
    – NA COMUNIDADE
    – NOS ALUNOS

    ORDEM E PROGRESSO

    Resposta

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