Centrais Sindicais e os pelegos

Nunca se viu em toda história do Sindicalismo brasileiro uma agitação sem limite de dirigentes pelegos, enraizados nas Centrais sindicais. Muitos já são vitalícios nesta área. As centrais, claro que tem exceções, tem dado demonstração de que estão voltadas para interesses particulares e não coletivos. A prioridade não é mais a classe trabalhadora.

O grande embate, hoje, não é mais com os patrões que estão bem tranqüilos. O foco está direcionado para dentro do governo que sustenta estas entidades superiores com o Imposto Sindical. O lema tem sido “É dando que se recebe”. Causa muita impressão como dirigentes das centrais sindicais ocupam tantos cargos em ministérios, bancos, estatais, fundo de pensões e autarquias federais.

No mapa dos repasses, figura a ninharia de cem milhões de reais do Imposto Sindical, sem contar a contribuição dos trabalhadores filiados. Os pelegos recebem, só de salários e benefícios, algo em torno de R$ 60 milhões. Estão exigindo a manutenção de mil e trezentos cargos no Governo federal. Querem o controle de duzentos bilhões de reais. Ainda parece pouco queijo para tantos ratos. Sempre advertidos para virem de colher na mão, enquanto estão dando sopa.

Estão de olho em cargos públicos, altos salários e controle sobre orçamentos bilionários. A ganância tem levado as centrais ameaçarem o governo. No Congresso Nacional apresentaram uma novela de grande audiência, fazendo de conta que estavam querendo um bom salário mínimo para os trabalhadores. Na realidade, tinham outra intenção. Ficou claro que exigiam as benesses conseguidas dentro do poder para manter o império inalterado. Seguir a mesma linha do que vem acontecendo a cada novo governo que se instala.

As centrais sindicais têm à disposição 58 milhões de trabalhadores ligados aos mais de seis mil sindicatos associados. Cargos importantes da administração federal estão nas mãos da pelegagem, inserida nas mais diversas centrais. Têm participação direta nos bilionários fundos de pensão do Banco do Brasil, a Previ, com cerca de R$ 150 bilhões; fundo de pensão da Petrobras,a  Petros, com um total de R$ 40 bilhões. Ainda ocupam postos chaves em estatais, como Furnas e Conselho Administrativo do BNDS.

As centrais sindicais estão de orelha em pé com a presidente Dilma Rousseff. Não há garantia de que os cargos estarão disponíveis como antes. Ameaçam partirem para o confronto aberto com o governo. Marcar território é essencial no momento das nomeações do segundo e até o terceiro escalão. Têm à disposição mil e trezentos cargos comissionados. Repasse de 100 milhões de reais do Imposto Sindical. Controle de R$ 200 bilhões anuais em empresas públicas. Visam conservar seus dirigentes na direção de empresas estatais.

O governo já decidiu que as centrais sindicais que contam com menos de 7% dos trabalhadores brasileiros não terão mais direito de receber o Imposto Sindical. Isto vai dar o que falar, além das exigências para continuar o peleguismo descarado que vem proliferando amplamente. Está na hora de termos novas centrais sindicais, que lutem realmente pelos trabalhadores de forma independente, buscando princípios que garantam o respeito e os direitos dos trabalhadores, coletivamente.

Por: José Alves

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