Dos cobras, às cobras

Outro dia (23) fui até o escritório do colega advogado Scherer, na Mendonça Furtado, entre a Trav. Dom Amando e Trav. Turiano Meira. Mesmo tendo de enfrentar a dificuldade que os joelhos me impõem, subi os dois andares e ao descer deparei com a visão do ex-estádio AderbaL Tapajós Caetano Correa, posteriormente, Elinaldo Barbosa. Parei e na minha mente passou o filme do passado, guardado na memória. 

A infância, a juventude e me senti triste em ver o deplorável estado em que se encontra o que era o gramado. Um matagal cercado. E vejam só! Em pleno centro da cidade. Quem passa pelo seu entorno, não imagina o que está lá dentro. Parece uma reserva ambiental.

Aí me lembrei dos “cobras” do futebol amador, que ali levaram as torcidas ao delírio: Taro, Flecha, Surdão, Mazinho, Inacinho, Manoel Maria, Edvar, Bimba, Afonso Cupu, Afonso Lins, Cuiú, Acari, Bosco, Pedro Nazaré, Pedro Olaia, Piracuião, Aldo, Cristovão Sena, Paletó, Zeca Jati, Vieirinha, Bendelack, Eró, Jonatas, Bigorilho, Amiraldo, Birimba, Gadelha, Valdir Almeida Peba, Alírio, entre tantos que fizeram a história do futebol, onde os atletas não tinham salários mas, ganhavam mais que muitos, hoje, ditos “profissionais”.

Aqui, no seu humilde gramado, jogaram entre outros Mané Garrincha, Zico, seu irmão Antunes, Ditão, Manga, César e muitos internacionais. Mas a realidade hoje é outra. O estádio que o Frei Ambrósio doou para os alunos da Escola São Francisco, foi vendido pela Diocese. Está lá!

E, hoje pela manhã (23), ouvi nos noticiários das emissoras de rádios locais, que ali foi encontrada uma cobra jibóia, ou mesmo, uma Sucuri, com três metros de comprimento. E os bombeiros foram chamados para retirá-la dali e já enviaram ao ZooFiT.

Ai está a razão do título, onde outrora desfilaram os “cobras”, hoje se tem as cobras. Quem sabe até um ninho de cobras. Mas não é só isso, o outrora chamado “Vovô da Cidade”, agora serve para encontros amorosos, curtição de drogas, dormitório de drogados, além de depósito do mosquito da dengue.

 Vejam só! Quem vê aquele terreno, localizado na Av. São Sebastião, Mendonça Furtado, Trav. Dom Amando e Trav. Turiano Meira, por fora é uma coisa e por detrás dos muros é outra realidade. A pensar que as autoridades de saúde do Município estão preocupadas com terrenos baldios, existentes na zona urbana de Santarém. Mas só falam ou se preocupam com os terrenos baldios fora do centro da cidade, ou, principalmente, nos bairros mais afastados ou periféricos como: Aeroporto Velho, Urumari, Santo André, Jutaí, Área Verde, Santarenzinho, Floresta, mas deixam de lado um terreno histórico no centro da cidade, só porque pertence a “bacana”, a “poderosso” (como dizia Alfonso Jimenez).

O mesmo acontece com o terreno do BEC, localizado entre Turiano Meira, Haroldo Veloso, Diamantino e Castelo Branco e Curuá Uma. Abandonado, mato alto, servindo de depósito de lixo e ninguém diz nada. São intocáveis! Não passam por lá nem aqueles antigos carros do “fumacê”. Vocês sabem onde eles estão? Ninguém sabe, ninguém viu! No entanto fiquei até surpreso quando o pessoal da saúde, ou da vigilância sanitária, foi até o Colosso do Tapajós, para procederem uma avaliação para o próximo jogo, no domingo, talvez faça parte do TAC. Ou já estejam preocupados para que na atual praça de esporte da cidade, principalmente no futebol, também deixem de desfilar “cobras” no futebol, e os “traíras” para passar por lá, os verdadeiros répteis, as jibóias ou sucuris, e os mosquitos da dengue, na zona urbana de Santarém E recordemos do passe de quadrilha junina: “Olha a cobra!”.

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NÃO PERCA, NESTA SEXTA-FEIRA, NO FLUMINENSE, O BAILE DE SAUDADE, COM O GRUPO MUSICAL RAÍZES DA TERRA, QUE ESTARÁ INTERPRETANDO AS MELHORES MÚSICAS ROMÂNTICAS DE TODOS OS TEMPOS, PARA VOCÊ OUVIR E DANÇAR COM A PESSOA AMADA. IMPERDÍVEL.

Por: Eduardo Fonseca