Garimpeiro denuncia venda de placas na COMTRI
O início de uma trama sórdida que pode desenterrar mais um escândalo no imenso pantanal de corrupção formado na gestão da prefeita Eliene Nunes, no município de Itaituba, poderá vir à tona com a grave denúncia já enviada ao Ministério Público sobre a máfia da venda de placas de mototaxis no interior da Comtri (Coordenadoria Municipal de Trânsito de Itaituba).
O denunciante é o garimpeiro Antonio Raimundo Silva Ferreira, residente na 19ª Rua, nº 1028, bairro Bela Vista. Ele procurou a reportagem de O Impacto para escancarar essa prática vergonha que eviscera a corrupção no setor.
Com minúcias de detalhes sobre como funciona o esquema dentro do órgão, o garimpeiro relata que tudo começou no dia 31 de julho do ano passado quando foi procurado por Tomaz Soares Junior (na época funcionário do setor). Raimundo afirma que Junior lhe disse que seu irmão André Paxiuba (atual coordenador da Comtri) tinha disponível para venda 20 placas de mototaxi e propôs ao garimpeiro o valor de R$ 9.000,00. Como não dispunha da quantia, o garimpeiro pediu para que Junior voltasse depois que iria completar o valor para comprar a placa já que estava pretendendo mudar de profissão, para trabalhar como mototaxista.
Quando Junior retornou pela segunda vez já em companhia de um mototaxista, conhecido como Daniel, recebeu cinco mil reais em espécie do garimpeiro e o garimpeiro ainda assinou uma duplicata complementando o valor total combinado de nove mil reais, valor proposto dentro do esquema sujo de aquisição da placas. Após o pagamento, Junior Paxiuba se comprometeu em entregar a placa ao garimpeiro em trinta dias.
DIVISÃO DO BOLO: Como a fatia do bolo precisaria ser suficiente para ser dividido, segundo Junior, entre o ”Pessoal da Comtri” sem identificar com detalhes quem seria esse pessoal, o garimpeiro repassou novamente ao funcionário da Comtri mais R$ 2.500,00 e teve novamente a promessa do vendedor de placas de que no prazo máximo de 15 dias já estaria com a concessão em mãos para poder trabalhar como mototáxi.
Inclusive garantindo que a concessão já estaria assinada pela prefeita Eliene Nunes. Mas pensando que estava fazendo um bom negócio, passado o prazo estipulado, Antonio Raimundo descobriu que estava sendo vítima de um golpe.
Como Junior estava na condição de intermediário no esquema, a vítima procurou o diretor André Paxiuba e comunicou o fato, e ele prometeu que iria resolver o problema com a liberação da placa, sendo marcado agora pelo diretor da Comtri um novo prazo, estipulado para novembro de 2014, o que novamente não ocorreu.
Daí Antonio Raimundo narra sua via crucis vivida com o jogo de empurra-empurra, de Junior e André Paxiuba, que viviam se escondendo para não falar com a vítima do golpe da venda de placas. Depois de muito malabarismo o garimpeiro conta que finalmente conseguiu encontrar o diretor e novamente foi lhe dado novo prazo, dessa vez a concessão da placa iria ser entregue em dezembro do ano passado, o que também não foi cumprido.
Antonio Raimundo Silva Ferreira, frustrado, mas precisando resolver seu problema já que tudo que tinha, toda economia trazida do garimpo havia investido na compra da placa, após inúmeras tentativas conseguiu localizar o diretor que com muita lábia, segundo o denunciante, lhe convenceu a aguardar até o dia 27 de janeiro de 2015, mas chegou a data e tudo não passou novamente de mais uma mentira engendrada para fazer o garimpeiro desistir da causa.
Mas desta vez percebendo que o problema não ia ser resolvido, Antonio Raimundo ao reencontrar o diretor da Comtri, pediu a devolução dos documentos e do dinheiro que havia sido entregue ao então intermediário e funcionário da Comtri, Junior Paxiuba. Além de não devolver o dinheiro, o garimpeiro disse que o diretor ainda se exaltou propondo que o mesmo fosse procurar seus direitos.
Sendo essas as razões que formulou a denúncia no MP e na imprensa. A denúncia foi protocolada no dia 30 de janeiro deste ano no Ministério Público e a promotora Juliana Palmeira está investigando, de acordo com as provas entregues pela vítima.
Por: Nazareno Santos