Dilma nega reforma ministerial, mas diz que fará mudanças pontuais
A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta quinta-feira que não fará uma ampla reforma ministerial, como sugeriu o ex-presidente Lula e o PMDB, para reacomodar as forças políticas e a base aliada em torno de seu governo. Segundo ela, o que poderá ajudar é o que está se propondo, o diálogo:
— Vocês (imprensa) estão criando uma reforma no ministério que não existe. São alterações pontuais. Eu estou fazendo uma alteração pontual. (…) Eu não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém, mas as circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi no caso do Ministério da Educação. Não tem reforma ministerial — afirmou a presidente.
Para substituir Cid Gomes, que deixou o Ministério da Educação nesta terça-feira, a presidente afirmou que escolherá alguém da área da educação o mais rápido possível.
— Eu não vou dar a educação a ninguém (partido), meu compromisso é com a melhoria da educação — disse a presidente, negando o vínculo do cargo com alguma sigla.
A saída de Cid Gomes do Ministério da Educação gerou especulações sobre a volta de Aloizio Mercadante, atual ministro da Casa Civil, para a Pasta. Fontes do Planalto, porém, negam essa mexida.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que o PMDB não está pleiteando a vaga de ministro da Educação. Nesta quarta-feira, o PMDB pediu a demissão de Cid Gomes depois dos ataques ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
— O PMDB no presidencialismo, ele não pode pleitear nada. A presidente, quando entende que é importante a participação do partido em alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos presente a lógica do presidencialismo — disse o presidente do Senado.
Renan desconversou sobre o incidente envolvendo Cid Gomes no Plenário da Câmara. Perguntado se, como presidente do Congresso, ele não considerou a postura de Cid Gomes desrespeitosa, o senador respirou fundo e respondeu:
— Depois eu falo, tá?!
DOCUMENTO
Sobre o documento analítico escrito pelo ministro Thomas Traumann (Comunicação Social), que vazou nesta terça-feira e fala em “caos político” no país e no governo, Dilma disse que o documento não é oficial e não foi discutido dentro do governo. O texto avaliava a comunicação como “errada e errática” e dizia que não seria fácil “virar o jogo”. Segundo fontes ouvidas pelo Palácio do Planalto, a presidente teria dito a auxiliares estar “perplexa” com o relato, e que foi criado um problema desnecessário para o governo.
Fonte: O Globo