Defesa civil está alerta para enchente dos rios
Um levantamento feito pela Defesa Civil Municipal revela que centenas de famílias ribeirinhas e comerciantes da orla de Santarém, no Oeste do Pará, tem motivos para comemorar em 2015, devido o nível do rio Tapajós apresentar 62 centímetros abaixo do mesmo período do ano passado. Dados da Defesa Civil apontam que nesta semana, o rio Tapajós atingiu a cota de 6,76 metros na régua da Agência Nacional de Águas (ANA), no porto da Companhia Docas do Pará (CDP).
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Darlison Maia, a cota de alerta do rio Tapajós é de 7,10 metros, a qual é repassada pela Defesa Civil Nacional, onde especialistas monitoram toda a região. Porém, quando o rio atinge a cota máxima, o Município deve entrar em estado de alerta.
Mesmo assim, Darlison Maia garante que a Defesa Civil fica em alerta 24 horas por dia, mesmo faltando 34 centímetros para que o rio Tapajós possa atingir a cota do nível de alerta.
“Estamos prevendo que se continuar o nível do rio crescendo dessa forma, provavelmente a gente chegue a essa cota de alerta na metade deste mês de abril. Isso significa que no ano passado, no dia 20 de março, nós tivemos que instalar bombas na orla da cidade, que é a área mais afetada pela enchente, o que prejudica muito o comércio local. Isso é um indicativo de que não teremos maiores problemas com relação à subida do nível do rio”, prevê o coordenador da Defesa Civil.
Segundo Darlison Maia, nesse ano, se a cheia continuar abaixo do nível de alerta, provavelmente ribeirinhos e comerciantes não passarão pelos mesmos problemas do ano passado. Ele destaca que de qualquer forma, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) já está de prontidão com a Defesa Civil, caso seja necessário ser feito o serviço de instalação de bombas, na orla de Santarém.
“A gente monitora o problema e passa pra Seminfra fazer o serviço. As bombas já foram licitadas, caso seja necessária a instalação e também já comunicamos a Celpa Equatorial, que se for preciso, a prestadora deve instalar as bombas elétricas, que no ano passado funcionaram muito bem”, mostra.
ATUAÇÃO: Em relação ao período chuvoso, Darlison Maia destaca que a Defesa Civil está trabalhando não somente na área urbana, mas principalmente na zona de várzea. “Na área urbana temos alguns bairros que são afetados naturalmente todos os anos pela cheia e assim também com a várzea. Nesse período ainda, graças a Deus quanto ao nível do rio, não está tão elevado como no ano passado, temos poucos problemas relacionado à enchente”, afirma.
O problema maior, segundo Darlison Maia, é quando acontecem chuvas intensas na cidade, onde os números de chamada aumentam para a Defesa Civil. “Nesse aspecto algumas casas precisam do apoio da Defesa Civil. Então, vamos até o local, fazemos um relatório e enviamos para os órgãos competentes”, declarou.
RIBEIRINHOS: A enchente desse ano não provocou muitos danos ao município de Santarém, segundo Darlison Maia, onde até mesmo as comunidades ribeirinhas ainda não estão em situação de risco. Ele enfatiza que a tranqüilidade em relação à cheia deste ano surgiu em função de um planejamento feito desde o ano de 2013, quando a Defesa Civil recebeu uma doação de madeira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atendeu 683 famílias.
“No final de 2013 para 2014, tivemos a felicidade de receber do Ibama, uma doação de madeira e atendemos as famílias. Detectamos que o problema maior da região de várzea era os assoalhos que precisavam ser levantados. Então, buscamos junto ao Ibama e conseguimos a madeira”, ressalta Darlison, reforçando que a Defesa Civil ao invés de doar tábuas para que os ribeirinhos fizessem marombas, preferiu levar para a zona de várzea barrotes e vigas, para que as famílias pudessem levantar o assoalho de suas casas.
“Nesse sentido atendemos 412 famílias na várzea. Nas áreas do Mapiri, Uruará e Área Verde, na zona urbana da cidade, doamos tábuas para que os moradores construíssem acessos, como pontes e passarelas”, informou.
PROBLEMÁTICA: Nesse ano, Darlison Maia desvenda que a Defesa Civil está encontrando dificuldades não com o Ibama, para adquirir a madeira, mas devido o local onde as toras estão alojadas, ficar muito distante da zona urbana da cidade. “O Ibama tem madeira pra doar, mas o local onde está essa madeira é de difícil acesso, para que a gente possa trazer pra cidade”, anunciou Darlison Maia.
O coordenador ressalta que a Defesa Civil está estudando junto com a Secretaria Municipal de Agricultura e Incentivo a Produção Familiar (Semap), se tem condições de viabilizar recursos, para que possa pegar a madeira que está em tora, para fazer a licitação e ver qual a empresa que vai beneficiá-la.
“Então, está um pouco atrasado, mas a gente entende que podemos conseguir, para darmos continuidade nesse projeto, porque se atendermos mais 400 famílias na área de várzea, isso significa que vamos diminuir o sofrimento de pessoas que moram no local no período invernoso”, garantiu o coordenador da Defesa Civil de Santarém, Darlison Maia.
Por: Manoel Cardoso