UMA BOA LEMBRANÇA DA INFÂNCIA
Tomei conhecimento de que no início da semana faleceu o senhor WILMAR FERREIRA LIMA, mecânico dos bons, daqueles que iam buscar o carro da gente onde estivesse dado “o prego”. Era irmão do seu Detimar, (meu ex-mestre de mecânico de automóvel), do Salú, da dona Veleida, do João Paulo, da “Tatá”, do Antonio (ex-goleiro do Fluminense, esposo da dona Adalzira.
Era compadre e afilhado de casamento do meu saudoso pai Élvio Fonseca de quem, também, foi vizinho por muitos anos, desde o seu casamento, na década de sessenta. Meu pai tinha uma foto do casamento do seu Wilmar, no mesmo dia do casamento da sua irmã, dona Veleida que se casou com o senhor Ivair Chaves.
O cenário era em frente ao casarão do seu Gonçalo Ferreira Lima, pai da noiva, que ficava na Av. Mendonça Furtado, com a Trav. Moraes Sarmento, (já existia aquele pé de oiticica, ali no centro da rua. esta planta nordestina foi trazida a semente de lá plantada pelo seu Gonçalo, ali, para quem não sabe, ficar sabendo). A molecada, inclusive eu, ficava fazendo a “reportagem’, do outro lado da rua, em frente a casa do Pastor Evangelista Damasceno. A Mendonça era só um areal. Não se sonhava com estas mangueiras nem com o asfalto ali.
O seu WILMAR, recém casado, convivia, muito bem, como todos os moradores da Av. Presidente Vargas, atrás do Ginásio Batista, e como muitos santarenos de hoje, sofria com a falta de água. Sempre pegava o caminhão do seu Gonçalo, às vezes, até um trator com carroceria e ia levar uns camburões, para encher com água no Igarapé do Irurá. Não se espante não. Era no igarapé do Irurá mesmo! Só que naquela época as suas águas eram límpidas, claras e serviam para beber, lavar e demais serviços domésticos.
Não era esse que Igarapé que hoje, só existe, o local e uma nesga de água fétida e imunda. É essa avacalhação! Um abandono, um descaso, uma Imundície! Deixou de ser o Igarapé urbano romântico: /“…E depois do Irurá, oh! Meu Deus quando será?…”/. Para ser o que é hoje, ou seja, lugar de cobrança de pedágio pelos marginais e traficantes e a ponte que os moradores da “Toca da Raposa” e bairro do santarenzinho usam é um desrespeito para com os moradores daqueles bairros. O poder público municipal, (ei, secretário da SEMINFRA, está no Projeto?!) não está nem aí.
Mas o seu Wilmar, aos domingos, após “molecada’ do bairro, próximo da sede do FLUMINENSE, chegar da pelada. Ele convidava se “a gente” queria ir tomar banho do Irurá. Nós de casa e a turma da vila Fernandes e até da vila do seu Nicodemos. Claro que queríamos. Era aquela animação. (Não tinha água no bairro mesmo!, até hoje acontece a mesma coisa). Todos queriam ir. Ninguém sentia fome, naquela hora, às vezes, jà ás onze, hora do boião. Subíamos na carroceria do caminhão, ou do trator e íamos embora, animados, gritando, dando “vapada”, mexendo com os pedestres (que eram quase todos os santarenos). A minha mãe fazia as recomendações dos cuidados para com as travessuras nas águas do igarapé. E muitas vezes, o meu pai ia conosco, conversando com o seu compadre e afilhado de casamento e aproveitava para trazer água para casa também.
Os ”estivas” que ele levava enchiam os camburões, na parte de cima do igarapé, enquanto a molecada tomava banho da parte da ponte para baixo nos outros quatro portos que tinham lá, onde não se fazia rebuliço na água, para não levantar sujeira, e estragar a que se ia trazer para o uso das casas, para a semana. Voltávamos dali após ou pelas três da tarde, urrando de fome! Mas depois de um almoço rápido, já íamos para o vesperal no cinema Olímpia, Cristo Rei ou estádio Elinaldo Barbosa, (onde hoje está aquele terreno baldio, no centro mais nobre de Santarém e que serve para ponto de encontro de drogados, traficantes e outros marginas) independente de qual fosse o jogo.
Foram estas entre outras lembranças que guardei do seu Wilmar na minha infância. Na quinta-feira santa falei com sua esposa e seu fiel escudeiro Boy e no sábado da aleluia falei como seu filho Gonçalo, que me explicaram do seu estado de saúde delicado. E logo no início da semana tomei conhecimento da triste notícia. Só me resta agora, me solidarizar com os seus familiares, agradecer pela amizade que dedicou a minha família e que Deus na sua infinita bondade lhe receba em uma de suas muitas moradas. Descanse em paz, seu Wilmar!.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Vocês estão lembrados da cooperativa de trabalho criada pelo governo do Município há quase vinte anos atrás? Pois é! Quando vi, a aprovação da ampliação da terceirização nos diversos serviços. Calculei, vai servir para acabar com o temporário no serviço público e “agasalhar” os afilhados dos políticos nas empresas que “prestam serviços” na administração pública e driblar as decisões judiciais, como pedido de concurso público pelo Ministério Público. Espero estar errado.
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Hoje, no Fluminense tem baile de saudade, para festejar o aniversário da BANDA ESTAÇÃO PONTO COM, do baluarte e incansável, Amarildo. Imperdível, a partir das 23 horas.
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A família tricolor quer se solidarizar com ORBÉLIO CAMPOS FILHO, pelo falecimento do seu genitor, ocorrido no dia 08.04.2014, nesta cidade.
Grande Eduardo,
só você para fazer-me viajar no tempo e matar a saudade da minha terra, brinquei muita bola no areal da rua Moraes Sarmento, assim como naquele pé de Oiticica que o Sr. Gonçalo plantou, moro há 33 anos fora de Santarém e adorei ler este artigo.