Embarcações continuam atracando no cais de arrimo de Santarém
Os riscos constantes de desabamento e demais problemas ocorridos na orla da cidade, promovidos por embarcações que atracam no cais de arrimo de Santarém, principalmente no perímetro que compreende o Bosque da Vera Paz e a o trenzinho em frente ao Mercado Modelo, viraram motivo de reclamações de pessoas que caminham no local.
Diariamente, centenas de pessoas procuram a orla da cidade em busca de praticas de lazer, como caminhada no calçadão e, principalmente para ver o pôr-do-sol nos fins de tarde. Porém, devido a cheia dos rios Tapajós e Amazonas a orla se transformou em perigo para pedestres por conta de milhares de embarcações que atracam no cais.
Próximo ao trenzinho a estrutura do cais é precária com muitos buracos na parte de concreto e rachaduras, mesmo assim, inúmeras embarcações atracam nas argolas de ferro espalhadas até as imediações do Terminal Fluvial Turístico (TFT).
Devido as ondas, as embarcações atracadas balançam, forçando a estrutura. Em caso de fortes temporais, o risco é de que as peças de ferro quebrem e ponham em risco quem utiliza o espaço para passeio e os próprios donos de barcos.
A grande movimentação de carga e descarga e de embarque e desembarque de passageiros também preocupa famílias que procuram a Orla em busca de lazer. O novo porto improvisado funciona todos os dias em frente à Praça da Igreja Matriz, no centro da cidade. Toneladas de mercadorias embarcam e desembarcam trazidas por caminhões e carros de passeio. Também há grande fluxo de passageiros. As embarcações fazem linha para municípios vizinhos e para regiões de rios. O cenário é semelhante ao estabelecido no porto improvisado da Praça Tiradentes, porém, sem organização e sem a presença de agentes municipais de trânsito.
A movimentação intensifica a partir das 17h. Caminhões fecham a Avenida Tapajós e motoristas têm que fazer malabarismo para cruzar aquele perímetro. “Fica difícil. Entendemos que elas (as embarcações) não têm onde atracar para pegar seus passageiros, mas deveriam mudar pelo menos o local de embarque de cargas. Aqui fica muito complicado”, declarou o motorista Evandro Santos, que passava pelo local. Ao mesmo tempo em que a desordem se incorpora à paisagem do local, muito lixo é espalhado por aquele perímetro da orla.
PORTO DA PRAÇA TIRADENTES: “A renda de um carregamento que chegava em R$ 15,00, e R$ 10,00, agora nesse período chega a R$ 5,00, e R$ 3,00. Fica difícil a nossa vida, aqui no Porto da Praça Tiradentes”. A reclamação vem do estivador Manuel de Almeida Lobato. A baixa na rentabilidade desse setor foi devido à cheia na região.
Segundo o estivador, o serviço de embarque e desembarque se expande pelo cais da cidade. “Tudo que era despachado ou chegava ao Porto improvisado da Praça Tiradentes se espalhou. Você pode ver em todo o cais, que sempre há alguma embarcação recebendo ou despachando mercadoria”, disse Almeida.
DEBATE NA CÂMARA: Em relação ao problema, o vereador Marcílio Cunha (PMN) disse que está preocupado com a denúncia de embarcações fluviais na orla da cidade, nas imediações dos mercados Modelo, Municipal e Mercadão 2000.
Segundo Marcílio, com relação ao assunto acionou a Prefeitura, para que tome conhecimento da situação, assegurando que já houve algumas ações no sentido de resolver o problema.
Marcílio disse ser favorável ao fato de que com a obra da nova orla da cidade, que as embarcações não ancorem nessa parte da orla.
“Se em alguns trechos o antigo cais de arrimo afundou, foi em conseqüência de embarcações de médio e grande porte, que através de suas ações provocaram escavações”, esclarece.
No entanto Marcílio acredita ser possível a criação de alternativas como a implantação de píer, para que embarcações, principalmente oriundas de comunidades do interior do município, fiquem ancoradas em frente à cidade.
Fonte: RG 15/O Impacto