Prefeita confirma fraude na seleção de casas
Como sempre ela (prefeita Eliene Nunes) chegou de surpresa, na surdina e usou a Tribuna da Câmara, na quarta-feira (03) para falar sobre a polêmica da famigerada lista dos contemplados no Programa Minha Casa Minha Vida que destinou mil casas no residencial Wirland Freire. O plenário estava lotado em sua maioria por mulheres que ali estiveram pedindo providências aos vereadores e formulando denúncias de que o programa usou de má fé incluindo pessoas que não tem necessidades dessas casas, já que o programa tem que priorizar pessoas notoriamente carentes.
O que os vereadores estranharam é que toda vez que entra um ofício convocando a prefeita Eliene Nunes para dar explicações sobre as mazelas administrativas do seu governo, os requerimentos não são aprovados e de repente ela aparece na Câmara sem nem mesmo os vereadores terem conhecimento da sua ida. Sobre a avalanche das denúncias, a Prefeita alertou aos que estavam na Câmara que as denúncias precisam ser formuladas e as definições se são verdadeiras ou não têm que ser finalizadas até o final deste mês, que é o prazo limite para que os que constam na lista recebam as chaves das suas casas.
Eliene Nunes ao iniciar sua fala admitiu que há erros nos critérios da lista, enfatizando que ela, acompanhando os trabalhos do Ministério Público detectou dois casos, mas que é possível evitar erros futuros, desde que as pessoas, segundo a Prefeita, denunciem que são os que estão tirando proveito do programa criado para beneficiar as pessoas pobres e sem teto. O clima ficou tenso no plenário, mas os que se sentem prejudicados estão irredutíveis e vão, segundo eles, desmascarar o que consideram privilégios nos cadastros feito pelo setor de habitação da Prefeitura.
DIRETORA É DENUNCIADA: Uma das líderes do movimento, a também sem teto Marilene de Jesus Rodrigues, que tem dois filhos, um deles portador de necessidades especiais, também usou a Tribuna da Câmara e lá disse de maneira categórica que denunciou a Diretora do Programa Habitacional, Fátima Rosa, junto ao Ministério Público Estadual, por favorecimento a parentes, ressaltando que ela teria incluído uma amiga de prenome Maria no programa e que tem como provar o que disse na Tribuna da Câmara.
Marilene Rodrigues espera que o Ministério Público investigue e fique comprovado o que considera uma fraude. Marilene, bastante emocionada, disse que preenche todos os requisitos e não entrou na lista, pedindo uma explicação plausível para essa exclusão do seu nome e de diversas outras mulheres também carentes como ela. Marilene e as dezenas de mulheres que estiveram no plenário da Câmara residem na área de invasão que está prestes a sofrer uma ação de despejo por ordem judicial e querem garantias de que sejam incluídas no programa Social “Minha Casa Minha vida”.
Para colocar em pratos limpos o disse-me disse das denúncias, a Câmara formou uma comissão especial de 5 vereadores e vai fazer um pente fino na lista dos que foram sorteados. O vereador Peninha por sua vez criticou a prefeita Eliene Nunes, que segundo ele está querendo jogar o abacaxi para a Câmara descascar, já que desde que foi iniciado o programa, ainda em fevereiro, ele havia pedido a relação das pessoas, um acompanhamento nos cadastros e a Prefeita nunca havia mandado, considerando que a ida dela à Câmara foi um ato de oportunismos, haja vista que está se complicando pela maneira nebulosa como vem conduzindo esses programas sociais.
Peninha disse que quem tira ou coloca nomes é o governo Municipal, que tem ampla autonomia sobre o cadastro das pessoas, e que agora tenta jogar essas responsabilidades para a Caixa Econômica Federal, tentando desgastar a imagem do Legislativo perante a opinião pública.
Eliene confirmou aos vereadores e às pessoas presentes na Câmara que existem famílias que não necessitam destas casas. Inclusive Eliene disse que algumas famílias já estão desistindo de ganhar casa do Programa Minha Casa Minha Vida. A Prefeita pediu apoio aos vereadores e às pessoas que sabem de quem o nome está na lista e que não necessitam de casas, para denunciarem ao Ministério Público.
O vereador Peninha contestou a prefeita Eliene Nunes e responsabilizou a administração municipal de ser a culpada do problema. Peninha disse que o Município sempre escondeu dos vereadores esta lista. “Agora, a Prefeita vem com a maior “cara de pau” pedir aos vereadores e à população para denunciar as pessoas que não necessitam de casas populares. Isto é uma vergonha. Se a administração fosse séria, teria mandado esta lista para a Câmara e dividido a responsabilidade. Mas preferiu guardar às escondidas esta relação e agora quer apoio dos vereadores para denunciar quem não tem direito a ganhar casa popular”, declarou o Vereador.
Por: Nazareno Santos