Polícia desbarata quadrilha de assaltantes de bancos
Uma investigação minuciosa da Superintendência de Polícia Civil do Baixo e Médio Amazonas, que tem à frente o delegado Gilberto Aguiar, identificou que pelo menos quatro membros da quadrilha que assaltou as agências do Banco do Brasil (BB) e do Banco da Amazônia (Basa), no início deste mês, na Cidade de Uruará, na rodovia Transamazônica (BR-230), têm passagem pela região da comunidade de Corta-Corda, em Santarém.
Na tarde do dia 10 deste mês, os dois bancos foram assaltados ao mesmo tempo, na mesma rua, em Uruará. Sete assaltantes chegaram à sede da cidade em duas caminhonetes, seguiram em direção aos bancos, situados na mesma rua, e invadiram os estabelecimentos a tiros.
Em seguida, os bandidos saíram com funcionários e clientes como reféns, fazendo uma espécie de escudo com as pessoas em frente aos bancos. Aos tiros, os bandidos teriam roubado, na fuga, um terceiro veículo, que também foi usado para levar um grupo de reféns. A ação dos bandidos foi rápida. Logo após a comunicação do assalto, barreiras da Polícia Militar foram montadas nas saídas principais da cidade.
Em uma delas, houve troca de tiros com bandidos, que seguiram pela Rodovia Transamazônica (BR-230), no sentido do município de Placas para Santarém. Na troca de tiros, uma viatura da PM foi atingida por disparos. Um dos veículos roubados foi encontrado horas depois, queimado próximo ao uma ponte do Município.
Segundo o delegado Rodrigo Leão, policiais civis do Núcleo de Apoio à Investigação de Santarém e da superintendência da Polícia no Xingu estão em Uruará. O helicóptero Gavião 8, do Graesp de Altamira, sobrevoa a cidade para auxiliar as buscas. Policiais civis da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos e do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), equipe tática da Polícia Civil, foram deslocados de Belém para ajudar nas investigações.
Na madrugada de quarta-feira, 24, famílias de Uruará acordaram assustadas com barulhos de tiro. Minutos depois, a Polícia confirmou que houve troca de tiros entre homens do Graesp e os assaltantes dos bancos em Uruará. A troca de tiros ocorreu a 10 quilômetros da Cidade de Uruará, mas os tiros evacuaram na área urbana. A Polícia não informou se houve feridos.
No dia 21 deste mês, a Polícia prendeu um homem acusado de envolvimento no assalto as agências bancárias de Uruará. Rubens César da Silva, 49 anos, natural de Santarém, foi preso no quilômetro 201 da Transamazônica. Segundo a Polícia Civil, ele foi deixar uma caminhonete L-200, para os assaltantes empreender fuga.
Os investigadores informaram que Rubens fez todo o levantamento das agências em Uruará, passando vários dias na cidade e repassando as informações para o líder do grupo identificado por José Hamilton da Silva, o “Cearazinho”, que estava hospedado em um hotel em Santarém. Rubens contou a Polícia Civil que receberia a quantia de R$ 10 mil, para levar caminhonete até o local combinado, onde ele deixaria o carro com o pisca – alerta ligado, para que a quadrilha identificasse o veículo.
Os policiais civis relataram que ao ver o carro com o pisca ligado e um homem com uma garrafa de água na mão, questionou o que ele estava fazendo naquele local. Rubens relatou à Polícia que o motor da caminhonete tinha esquentado muito. Após verificar o motor do veículo totalmente frio houve a suspeita de que Rubens estava envolvido com a quadrilha. Ele foi preso e encaminhado para a Delegacia de Polícia de Uruará, onde confessou o crime. Segundo a Polícia Civil, será apenas questão de horas ou dias para que a quadrilha seja presa.
VIDA NO CRIME: José Hamilton da Silva, o “Cearazinho”, de acordo com a Polícia Civil, é conhecido por assaltar bancos no estilo ‘novo cangaço’. Há mais de 14 dias, uma Força Tarefa composta por policiais civis e militares tenta prender “Cearazinho” em uma mata, próximo ao quilômetro 205, em Uruará. Apontado como um dos maiores assaltantes de bancos da região Norte e preso em outubro do ano passado em Belém do Pará, por policiais do Pará e Rondônia, “Cearazinho” fugiu na madrugada do dia 27 de janeiro deste ano, do presídio Urso Branco, da cela 1, em Porto Velho, Rondônia. Durante a fuga, a grade foi serrada e “Cearazinho” pulou o muro com a ajuda de comparsas, que estavam do lado de fora da Penitenciária.
O bando de “Cearazinho’ invadiu o quartel da PM no distrito de Jacy, em Rondônia, rendeu os policiais, arrombou caixas naquela localidade e matou o sargento da PM, Silvério, em 2012, além de roubos em Lábrea (Amazonas) e Humaitá, também no Amazonas. Ele também é suspeito dos assaltos na modalidade ‘Novo Cangaço’ ou ‘Vapor’, ocorridos na cidade de Uruará, no Pará, no dia 05 de fevereiro de 2013 e 31 de março de 2014 e na cidade de Placas, também no Pará, no dia 08 de julho de 2014.
“Cearazinho” é suspeito de liderar a quadrilha que assaltou os dois bancos de Uruará no dia 10 de junho deste ano, além de ter participado de uma troca de tiros com policiais da cidade de Itaituba, no Pará, no dia 24 de fevereiro de 2014, ocasião em que policiais saíram feridos.
IDOSO ASSASSINADO A PAULADAS: Mais um crime com requinte de crueldade aconteceu em Santarém. Francisco Ferreira de Aguiar foi encontrado morto dentro de uma rede, em sua residência no bairro Caranazal, na manhã de quinta-feira (25). Segundo informações da Polícia, militar ele teria sido morto a pauladas por elementos ainda não identificados. O idoso morava sozinho e seu corpo foi encontrado por um homem, que imediatamente ligou para a Polícia. O corpo foi levado pêra o IML e a Polícia está à procura do autor ou autores do bárbaro assassinato.
CRIME EM BELTERRA: O corpo de um homem, identificado pelo nome de Vicente de Aquino, de aproximadamente 50 anos, foi encontrado em avançado estado de decomposição no Km 140 da BR 163 (Santarém-Cuiabá) no município de Belterra, na quarta-feira (24). A Polícia está investigando mais esse assassinato.
MACONHA APREENDIDA EM JURUTI: A Polícia Federal e a Receita Federal, por meio da operação Sentinela, apreenderam na manhã de domingo (21), duas malas contendo aproximadamente 50 quilos de maconha em uma embarcação no porto de Juruti, no oeste do Pará. O dono da droga não foi localizado, mas a Polícia Federal informou que o “material” veio de Manaus (AM) e tinha como possível destino o município de Santarém. Segundo a PF, os traficantes agem desta forma com a intenção de que a droga seja transportada em embarcações pequenas para não serem percebidas. A apreensão ocorreu durante uma abordagem de rotina. A droga foi enviada para a cidade de Óbidos, onde funciona a base da operação e depois encaminhada para Santarém.
Por: Manoel Cardoso