Embarque e desembarque de cargas geram bagunça na orla de Santarém
A bagunça generalizada que se tornou na orla de Santarém por conta do embarque e desembarque de cargas no trecho da Avenida Tapajós, entre o Mercado Municipal e a Feira do Pescado gera críticas da população local. Diariamente dezenas de embarcações atracam no local para realizar operações de embarque e desembarque de cargas, o que provoca muita confusão na Avenida Tapajós.
No local, carros de passeio, motocicletas, ônibus e até pedestres têm dificuldades para trafegar por conta de caminhões estacionarem de forma perigosa na via, onde também inúmeras pessoas trabalham embarcando e desembarcando cargas. Acidentes de trabalho são comuns no local, onde a falta de estrutura e de acessibilidade dificulta a trânsito de pessoas.
A falta de um porto adequado para embarque e desembarque de passageiros e cargas em Santarém, ainda é um sonho para a população. Hoje, o Município possui um porto improvisado e instalado na Praça Tiradentes. Parte da praia precisou receber aterro e três balsas foram colocadas em fila indiana para dar mais espaço. As embarcações disputam lugar para atracar. Quando não conseguem, ficam lado a lado e o passageiro passa de barco em barco para adentrar na embarcação que irá viajar, ou desembarcar quando chega.
Quem chega ao local, logo percebe o caos: caminhões com mercadorias ficam amontoados, passageiros, carregadores e mercadorias se misturam no mesmo espaço. O local é um risco para as pessoas que transitam diariamente. Entre uma balsa e outra, ficam orifícios, que uma simples falta de atenção pode significar um grave acidente.
Por conta da enchente do rio Tapajós, os problemas e os riscos aumentam no Porto da Praça de Tiradentes. Além da Avenida Tapajós, o problema da falta de ordenamento se estende por vários pontos da orla de Santarém.
No Porto dos Milagres, no bairro do Uruará, dezenas de embarcações utilizam o local para fazer operações de embarque e desembarque de cargas e passageiros. O receio dos comunitários é de que a operação realizada diariamente pelas embarcações possa danificar a estrutura do cais.
O local fica próximo às casas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e conta com adaptação para esse tipo de serviço que pode comprometer a estrutura do cais. De acordo com os moradores, os transtornos acontecem desde quando o nível do rio Tapajós começou a subir. Balsas e barcos de pequeno e grande porte atracam com frequência no cais, forçando a estrutura de concreto.
Parte do asfalto cedeu e há rachaduras nas calçadas. Eles afirmam que os problemas são causados pelos caminhões que transportam as mercadorias. “Eu já botei um negócio para eles passarem por cima, mas não respeitam. O único jeito é a gente interditar”, diz o pescador Claudionor de Sousa.
A dúvida que fica é com relação à responsabilidade de fiscalização do local. Quem deve fiscalizar todo o cais de Santarém? O decreto nº 5.229, de 5 de outubro de 2004, assinado pelo presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a área do Porto Organizado de Santarém afirma no artigo 1 que ela é constituída pelas instalações portuárias terrestres existentes na cidade de Santarém, na margem direita do rio Tapajós, tendo como limites extremos, a montante do Porto, a ponta de Maria José e a jusante, já no rio Amazonas, a foz do Furo Maicá, abrangendo todos os cais, docas, pontes, píeres de atracação e de acostagem, armazéns, edificações em geral, vias internas de circulação rodoviárias e ferroviárias e, ainda, os terrenos ao longo dessas áreas e em suas adjacências, pertencentes à União, incorporados ou não ao patrimônio do Porto de Santarém ou sob sua guarda e responsabilidade.
Fonte: RG 15/O Impacto