MILTON CORRÊA

SAIRÉ UM EVENTO DE SUCESSO

Pela sua magnitude, pelo seu esplendor, por sua diversidade cultural e por atrair milhares de pessoas de diversos pontos do Brasil e até de alguns países do mundo. Podemos assegurar que o sairé é sim, um evento de sucesso. Esse sucesso é tão presente e garantido, que a realização do evento é secular, já passa dos 300 anos, idealizado e cultuado, pelos nativos da vila de Alter do Chão berço e palco do tradicional evento, os índios boraris. O sucesso se dá também pela riqueza da criatividade cultural nas alegorias, musicas e danças, shows de grandes nomes da musica nacional e a irreverência da apresentação magnífica dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, que trás para o palco do evento sua tradicional lenda aliada a outras do lendário amazônico, fazendo enriquecer muito mais esse acontecimento religioso e cultural. Somado a todo esse sucesso de apresentação coreográfica e pluralidade cultural, está à esplendorosa beleza natural do lugar onde o sairé nasceu, cresceu e se estabilizou. Alter do Chão, terra de encantos e belezas, entendida por Caribe da Amazônia por um dos grandes jornais do planeta e admirada por todos os que a visitam. Por tudo isso e muito mais, o sairé não poderia deixar de ser de fato e de direito um evento de pleno sucesso, que seja sempre assim, tendo o apoio governamental e o empenho, dedicação e amor não só da nossa gente de Alter do Chão, mas de Santarém, do Pará e do Brasil. Esse sucesso do sairé deve ser motivo de orgulho para todos nós amazônidas, que temos o privilégio de sermos guardiões desse patrimônio cultural que é o nosso sairé de mitos, histórias e lendas.

LENDA DOS BOTOS NO SAIRÉ E O RESPEITO À NATUREZA

Desde 1997, que foi inserida na festa do Çairé realizada em Alter do Chão, a apresentação dos botos Cor de Rosa e Tucuxi, como um atrativo a mais no evento, mas também com a finalidade de difundir a lenda do boto, que é tipicamente amazônica e que se caracteriza pela transformação do boto em um homem sedutor. Mais que a lenda dos botos outros traços lendários são apresentados pelo Cor de Rosa e Tucuxi durante o Sairé, que podem e devem sim, influenciar de forma positiva na manutenção das tradições lendárias, o que já é de fato uma demonstração evidente de respeito a natureza, hoje tão degradada pela ação depredadora do ser humano. As apresentações dos botos Cor de Rosa e Tucuxi, mais que folclore, mais que um momento de exaltação a lenda amazônica e a cultura, devem ser entendidos como um momento de reflexão, no pensar à natureza e a sua preservação em todos os aspectos. É de esse preservar a natureza que depende a qualidade da vida na terra e nós da Amazônia que temos o privilégio de conviver com a exuberância do natural, onde se insere o muno lendário, entre elas a lenda do boto temos o dever e a obrigação de despertar para o respeito que devemos ter com a natureza. Portanto, a apresentação das lendas na festa do Sairé, particularmente e manifestadas pelos botos Tucuxi e Cor de Rosa, deve ser sem dúvida, de grande influência para essa reflexão das pessoas com relação ao respeito que devemos ter pela natureza, privilégio nosso dado por Deus.

ESTAMOS TOTALMENTE SEGUROS EM NOSSAS CASAS?

A nossa casa, ainda parece ser um lugar seguro. Mas não tanto, quando vemos no noticiário do dia a dia, fatos que chocam e amedrontam com residências sendo invadidas por ladrões e assaltantes, deixando famílias inteiras apavoradas.

Hoje em Santarém, sentar na calçada da própria casa, no início da noite, para desfrutar de uma conversa descontraída com parentes e vizinhos, está ameaçado pela falta de segurança.

As ocorrências diárias de assaltos, com uso de armas variadas ou mesmo apenas com ameaças, estão aí para ilustrar a veracidade desta afirmação. Pelo menos tem sido assim. Aqui, a insegurança está moldando o velho e agradável costume, tornando-o cada vez mais raro. Embora a polícia civil e militar estejam se esforçando para combater a criminalidade em Santarém, nota-se ainda que falta o necessário apoio, para uma das áreas mais desafiadoras que é a segurança pública. Se as portas e janelas de nossas casas são gradeadas com grades de ferro e em muitos momentos nos sentimos como se estivéssemos em uma prisão, é fato que mesmo sabendo que dentro de casa, estamos correndo menos riscos, não estamos totalmente seguros. É triste e lamentável termos que admitir essa insegurança, também dentro de nossas casas.

É POSSÍVEL CONTROLAR O CONSUMO E O TRÁFICO DE DROGA?

O consumo e tráfico de droga é um problema gravíssimo, de grande dimensão, por envolver diversos aspectos da vida do ser humano, a começar pela família que parece dar sinais de vulnerabilidade diante desse mau que afeta a humanidade. O que se vê é o crescimento da criminalidade, com casos de violência com requintes de crueldade. Na sua grande maioria motivado pelo consumo da droga. Se um dia tivermos políticas públicas, que atendam pelo menos as mínimas condições sociais podemos ao menos reduzir esse desenfreado consumo e tráfico de drogas. Mas é preciso também, que a sociedade se conscientize do grande mal que a droga causa as pessoas, a família e a todos de um modo geral. É necessário que todos os segmentos sociais se unam, para traçar novas formas de bons caminhos, princípios e costumes, fugindo sempre do consumo e do tráfico da droga. Isso é possível se houver força de vontade para sair do problema e quem não está nessa, mantenha-se distante para não se tornar vitima de uma tragédia que é a escravidão do vicio das drogas, que infelizmente só tem dois caminhos a prisão ou a morte. Em sã consciência, ninguém quer isso para sua vida!

PRECONCEITO UMA HERANÇA DO COLONIALISMO

O preconceito no Brasil aumenta a cada dia. Aliás, é uma herança que herdamos desde o colonialismo, quando vivemos o período da escravidão e isso se reproduz ainda hoje. É comum as pessoas fazerem pré-julgamento de alguém ou de algo, caracterizando o preconceito. Cresce o preconceito de brancos contra negros; de ricos contra pobres; de heterossexuais contra homossexuais, etc.

Há pessoas que tratam portadores de necessidades especiais com indiferença. Os deficientes são rejeitados e poucos se dispõem a ajudá-los. O preconceito religioso é outro absurdo! O preconceito está estampado com relação à beleza. Quem não é bonito sempre fica em segundo plano. Em ofertas de emprego, colocam a boa aparência como um requisito. Não há respeito pelas minorias sociais. O racismo é um dos piores preconceitos que o brasileiro possui. Apesar dessa origem preconceituosa do nosso país e que se retrata ainda hoje. Aos poucos a sociedade brasileira vem tentando vencer o preconceito, com leis que protegem e determinam punições contra os hoje chamados crimes de preconceito, por exemplo contra a mulher, o negro o índio, o homossexual, o deficiente, etc. Em nossos dias, a gente vê que há um esforço na importância de se viver sem preconceito. Com relação a isso, a sociedade nos passa uma ideia de que ela evoluiu.

Porém é bom lembrar: “Quem assume sua verdade age de acordo com os valores da vida, mesmo enfrentando o preconceito e pagando o preço de ser diferente, passa credibilidade, obtém respeito e se realiza”. (Luiz Gasparetto)

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