Japão: Terremoto e tsunami já mataram mais de 400
A Polícia do Japão elevou neste sábado (12) para 433 o número de mortos e para 784 o número de desaparecidos em consequência do terremoto de magnitude 8,9 que sacudiu o nordeste do país na véspera e que foi seguido por um devastador tsunami, que varreu partes da costa da Ilha de Honshu.
O número de vítimas, porém, ainda não é definitivo e pode, de acordo com estimativa do próprio governo, superar os mil mortos.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, informou que 50 mil militares se dedicarão aos trabalhos de resgate nas províncias afetadas do nordeste do país.
Cerca de 190 aviões e 25 navios já foram destacados para as tarefas de busca, nas quais forças americanas colaborarão com seus navios para o transporte de efetivos do Exército japonês.
Na província oriental de Iwate, algumas cidades foram varridas do mapa pelo tsunami originado pelo tremor.
Em Sendai, cidade com 1 milhão de habitantes que é capital da província de Miyagi, entre 200 e 300 pessoas se afogaram devido ao tsunami, mas seus corpos ainda não puderam ser recuperados, segundo a polícia local.
3.400 edifícios destruídos – Segundo a “Kyodo”, há pelo menos 3.400 edifícios destruídos no Japão devido ao terremoto, que causou ainda pelo menos 200 incêndios no território japonês.
Vazamento de radiação – O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou neste sábado que houve vazamento de “quantidades mínimas de radiação” de uma usina nuclear de Fukushima.
Kan viajou para Fukushima para inspecionar a usina, onde a radiação subira a um nível incomum, de acordo com a Agência de Segurança Nuclear do Japão, pelo que foi ordenada a retirada de milhares de pessoas que vivem nos arredores.
A companhia japonesa Tokyo Electric Power (Tepco) informou que liberou vapor radioativo para reduzir a pressão excessiva em um reator da central nuclear de Fukushima 1, afetada pelo forte tremor que abalou a região. “Seguindo as instruções do governo, liberamos parte do vapor, que contém substâncias radioativas”, explicou à AFP um porta-voz da Tepco.
A radioatividade registrada na sala de controle do reator da central de Fukushima 1 atingiu um nível mil vezes superior ao normal, após problemas de refrigeração provocados pelo terremoto.
Mas césio radioativo teria sido detectado neste sábado perto da usina nuclear de Fukushima 1, informou a Kyodo, citando como fonte a Agência de Segurança Nuclear e Industrial. A agência de notícias também afirmou que é provável que esteja ocorrendo uma fusão no reator número um.
Um porta-voz da companhia elétrica Tokyo Electric Power (Tepco), titular da central, negou, no entanto, que tal fenômeno esteja acontecendo e que a companhia estava tentando fazer subir o nível de água para esfriar o reator.
A radioatividade registrada na sala de controle do reator da central de Fukushima 1 atingiu um nível mil vezes superior ao normal neste sábado, após problemas de refrigeração provocados pelo terremoto.
Antes da liberação do vapor radioativo, as autoridades decretaram uma zona de isolamento de 10 km em torno de Fukushima 1, envolvendo mais de 45 mil pessoas que vivem na região. Uma segunda usina nuclear japonesa, situada na prefeitura de Fukushima, também apresentou problemas de refrigeração, informou a imprensa japonesa.
Os reatores afetados pelo terremoto respondem por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. Um total de 30% da eletricidade do país é gerada por usinas nucleares.
Dia seguinte – O amanhecer no país – ainda noite de sexta no Brasil – deve revelar toda a extensão dos danos causados pelo tremor e pelo tsunami de dez metros de altura que varreu vilarejos e cidades.
Em uma das áreas residenciais mais atingidas, era possível escutar pessoas soterradas sob os escombros, pedindo socorro e perguntando quando seriam resgatadas, segundo relato da agência de notícias Kyodo.
Pelo menos 45 países – inclusive China e EUA – já ofereceram ajuda ao Japão nas tarefas de busca e resgate de vítimas.
Mais de 215 mil pessoas foram levadas a abrigos no norte e no leste do país, segundo a Polícia Nacional.
A cifra compreende mais de 100 mil moradores da prefeitura de Fukushima, entre elas os 45 mil retirados de um raio de 10 km em torno de duas usinas nucleares situadas nessa área.
O número de pessoas pode ser muito maior porque a polícia ainda não recebeu informações dos evacuados da prefeitura de Miyagi, uma das zonas que sofreu maiores danos humanos e materiais.
Milhares de pessoas continuam bloqueadas em prédios isolados pelas águas nessa localidade, segundo a prefeitura.
O tremor foi o 7º pior na história, segundo a agência americana, e também o pior já registrado no Japão.
O abalo provocou um tsunami que alcançou áreas da cidade japonesa de Sendai, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês. Carros, barcos foram arrastados, casas e outras infraestruturas foram destruídas, e as imagens da destruição, feitas de helicópteros, são impressionantes.
Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas do tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.
Houve um alerta de tsunami para diversos países da costa do Oceano Pacífico, mas a chegada das ondas a estes locais causou apenas danos menores.
As informações são do G1