Santarém fica sem energia elétrica por várias horas
Um problema ocasionado por um urubu em um cabo da rede de energia elétrica, localizado no cruzamento da Avenida Mendonça Furtado, com a Travessa Barjonas de Miranda deixou cinco bairros de Santarém às escuras, desde às 6:30 horas da manhã desta terça-feira, 13. Lojas, estabelecimentos comerciais, postos de combustíveis, universidades e escolas públicas e particulares tiveram que atrasar o horário de funcionamento.
Segundo os funcionários de um posto de combustível, por volta de 06:30 horas desta terça-feira, um urubu pousou no cabo de energia e causou um curto-circuito. Por conta do problema, um transformador pegou fogo, ocasionado o rompimento do cabo principal de energia, deixando cinco bairros sem o serviço, entre eles, Caranazal, Laguinho, Aparecida, Santa Clara e Aldeia.
Centenas de estudantes aguardaram do lado de fora das universidades e das escolas o serviço se restabelecer. Funcionários de empresas privadas também esperaram nas calçadas o serviço voltar à normalidade. Semáforos deixaram de funcionar em vários cruzamentos de ruas, ocasionando caos a condutores de veículos e pedestres. Por volta de 09h, técnicos da Celpa restabeleceram o serviço de energia elétrica.
PROBLEMÁTICA: Todos os dias os moradores de Santarém, maior cidade e uma espécie de capital da região oeste do Pará, sofrem com os constantes problemas de energia elétrica. À tarde, quando o calor é mais forte e o consumo aumenta, a distribuição é interrompida diversas vezes.
A situação se repete em todos os municípios da região. As autoridades achavam que o problema era da distribuidora de energia, a combalida Celpa, mas uma audiência realizada na Câmara Municipal de Santarém, no inicio deste ano, revelou: o sistema Tramoeste, construído para levar a energia de Tucuruí para a região, já não dá conta da demanda.
A situação é grave. No primeiro semestre deste ano, políticos santarenos revelaram que um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta para racionamento em pelo menos oito municípios da região, especialmente Santarém e Itaituba. Mas as cidades de Belterra, Rurópolis, Brasil Novo, Medicilândia, Placas e Uruará também estão sob risco. Estas cidades já sofrem com oscilações no fornecimento e constantes apagões, que causam prejuízos à economia e transtornos para os moradores.
A raiz do problema está na falta de planejamento do governo federal. Construído há 15 anos, o Tramoeste resolveu o problema da falta de energia elétrica na região, levando a energia firme e definitiva da hidrelétrica de Tucuruí para os municípios do oeste paraense. Mas uma década e meia depois, este sistema já não consegue mais atender a demanda, que vem crescendo ano após ano, especialmente agora, que a região vem recebendo grandes empreendimentos na área de infraestrutura, mineral e de logística.
Fonte: RG 15/O Impacto