Cargill acusada de causar impactos ambientais

Padre Edilberto Sena diz que Porto da Cargill só beneficiou o lado empresarial, causando revolta aos moradores do Laguinho
Padre Edilberto Sena diz que Porto da Cargill só beneficiou o lado empresarial, causando revolta aos moradores do Laguinho

As obras de ampliação do porto da multinacional Cargill, na área da antiga Praia da Vera Paz, em Santarém, oeste do Pará, continuam gerando reclamações de moradores do bairro do Laguinho. Entre as reclamações dos comunitários estão: a retirada de árvores da área do antigo Campo da Vera Paz, onde está sendo finalizada a construção de três silos para armazenamento de grãos; a contaminação do rio Tapajós com um esgoto a céu aberto construído pela empresa graneleira, localizado próximo a quadra poliesportiva; a poluição do ar com o embarque de grãos; além da retirada total do espaço de lazer dos moradores do Laguinho com a extinção da Praia da Vera Paz.

Além de moradores das proximidades, desde o início da implantação no ano de 1999, na área da Praia da Vera Paz, o Porto da Cargill também é repudiado por movimentos sociais de Santarém.

De acordo com o coordenador da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena, a Cargill Agrícola S/A, multinacional com sede nos Estados Unidos, tem como principal área de atuação o comércio internacional de grãos e, no Brasil, é a principal exportadora de soja. Após a valorização excepcional do preço e o crescimento por demanda no mercado internacional no fim da década de 90 e durante a década seguinte, a soja se tornou mais atrativa para o cultivo.

Segundo padre Edilberto, com a alta do preço da soja no mercado internacional e a procura pela diminuição dos custos, a instalação da Cargill no porto da Companhia das Docas do Pará em Santarém, em 1999, caiu como uma luva aos interesses dos sojicultores. “Com o porto graneleiro, haveria como escoar a produção do Mato Grosso, o maior Estado produtor de soja, assim como viabilizaria a expansão da fronteira agrícola do agronegócio no interior da Amazônia, uma vez que a Cargill apoia financeiramente os produtores”, ressaltou o ambientalista.

Para padre Edilberto, quando a população tomou conta da instalação do empreendimento, com o leilão da concessão da área da Companhia Docas do Pará (CDP) e os bastidores políticos sobre a sua instalação, que segundo ele, aconteceram no “escuro”, também surgiram as reações sociais, ambientais e jurídicas.

“Foi-se a praia da Vera Paz, a única praia de acesso à maioria da população, patrimônio sociocultural da cidade, agora só viva nas canções, poesias e fotos. Privatizou-se parte do rio Tapajós em frente à cidade. Edificou-se o empreendimento em cima de sítios arqueológicos com registro de 12 mil anos. Os conflitos sociais, ameaças às lideranças e aos contrários a presença da soja, aumento dos bairros periféricos, envenenamento de igarapés com agrotóxicos, comunidades inteiras sumiram do mapa para dar lugar ao progresso, entre outros, foram acontecendo”, revela padre Edilberto.

Para ele, as leis também foram abandonadas a favor do progresso. “A Constituição Federal foi simplesmente esquecida durante a implantação do empreendimento. O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA), necessário para empreendimentos dessa magnitude, não foi feito com clareza”, dispara Sena.

O OUTRO LADO: Em maio de 2014 começaram as obras de ampliação do Terminal da Cargill em Santarém. Para o projeto de expansão, que conta com investimento de R$ 240 milhões, estão sendo usadas as áreas 4A e 4B, pertencentes à Companhia Docas do Pará (CDP) e concessionadas à Cargill desde a licitação pública ocorrida em 1999. As obras estão em fase de conclusão. O Terminal da Cargill em Santarém tem capacidade para embarcar dois milhões de toneladas de grãos ao ano. Com a ampliação, haverá um aumento da capacidade de embarque anual para cinco milhões de toneladas. Essa ampliação trará a oportunidade de novos negócios para a região e a geração de novos empregos.

REUNIÃO: Na manhã de segunda-feira, 26, os vereadores Ronan Liberal Junior (PMDB), Geovani Aguiar (PSC) e Silvio Amorim (PRTB) participaram de uma reunião na Câmara Municipal de Santarém, onde foi debatido a denúncia de poluição provocada pela empresa Cargill. Representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e da empresa Cargill também participaram da reunião. O vereador Ney Santana (PSDB) acusou a multinacional Cargill de causar impacto ambiental com embarque de soja no seu porto em frente à cidade. Ele disse não ser contra a nenhuma empresa que venha fomentar a economia na região. Porém, ressaltou que não pode ficar à mercê de situações como essas e, como Vereador, não tomar providências.

Por: Manoel Cardoso

9 comentários em “Cargill acusada de causar impactos ambientais

  • 26 de dezembro de 2019 em 19:13
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    Se a Cargill fosse minha eu mandava todo mundo embora, desmontava toda está estrutura, levaria para Itaituba ou Barcarena e colocava o problema dos desempregados na mão do Padre.

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  • 25 de novembro de 2019 em 11:11
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    MEU DEUS COMO O SER HUMANO PODE SER TAO MENTE FECHADA EM PLENO SECULO 21 eu concordo plenamente com o Padre Ediberto ele nao esta olhando apenas para o lado da economia que na verdade nem podemos chamar de economia ele esta abragendo A PRINCIPAL CARACTERISTICA QUE E O NOSSO MEIO AMBIENTE DA NOSSA REGIAO que a empresa CARGILL ACABOOU ! NAO TEM OUTRA PALAVRA PARA DESCREVER ELA SIMPLISMNTE ACABOU SEM DUVIDAS a praia da VERA PAZ nao era uma praia que existia SO vandalismo muito pelo contrario os PATRIARCAIS que sao chamados de, ”ANTIGOS” CONTAM BELAS HISTORIAS dessa praia , Familias estavam constantemente prestigiando as belezas naturais que como o documentario destacou que houveram reunioes por baixo dos panos e nem se quer alertaram as pessoas que desfrutavam de la, alem disso a empresa CARGILL vem trazndo outros maleficios como por exemplo o esgoto a ceu aberto que e um absurdo , muitas pessoas dizem que vez de nos preocuparmos com a empresa cargill que so esta trazendo ”beneficios” para a populaçao santarena como empregos e desenvolvimentos por que o Padre Ediberto e outras pessoas como ele que apoiam a causa nao se preocupam com outras praias que estam deteriorizada essas outras prais e locais que estam em pessimas condiçao sao exemplo de que os proprios moradores estam devastando a regiao e temos como correr atras do tempo perdido fazer campanhas e movimentos para recuperamos de forma viavel essas prais e outos locais .. MAIS O QUE PODEMOS FAZER PARA RECUPERAR A PRAIA DA VERA PAZ? INFELIZMENTE NADA e por isso que a indiginaçao e cada vez pior !! abram os olhos a empresa CARGILL e comandada pela HELITE tem uma grande diferença na piramide social , quem MANDA E DESMANDA SAO PESSOAS DE ALTOS PORTES os moradore da que da nossa regiao ficam com o que resta das grandes empresas que sao emplantadas uma delas e a CARGILL respeito a opiniao de cada um , porem e assim que eu penso e vou lutar pela retirada da empresa CARGILL!!

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  • 15 de agosto de 2018 em 13:55
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    Os reais benefícios que essas grandes empresas proporcionam valem APENAS aos grandes empresários, aos grandes produtores e latifundiários e os melhores empregos são direcionados aos mais bem preparados (no estrangeiro, é claro!!!!) e que por sinal, a maioria vem de fora, em contratos já fechados com a empresa e muitos idiotas (egocêntricos e egoístas, diga-se de passagem) que não leem, não procuram estudar e analisar criticamente a realidade em que vivem, ficam torcendo por esse progresso do capital estrangeiro e ficam SUPER FELIZES E CONTENTES disputando entre si, o que sobra da migalha desses empregos (é como se fosse uma esmola dada à miseráveis necessitados!!!). Por isso, é que sempre eu digo: muitos brasileiros ainda se encontram no tempo da escravidão, porém, de uma escravidão pós-moderna!

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  • 2 de novembro de 2015 em 09:26
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    o SEU padreco, de uma olhada na praia do maracana e se preocupe por la tbm, pois esta se deteriorondo, em vez de se meter com a Cargil empresa que esta dando emprego a muitos aki em santarem, pois estamos precisando de emprego e desenvolvimento.

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  • 30 de outubro de 2015 em 15:37
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    Padre Edilberto Sena, vá procurar oque fazer, na periferia tem muitos jovens que estão entregue a criminalidade vá ganhar este jovens pra jesus pare de fica fazendo terrorismo a mando dos PTralhas deixe a Cargill em paz, empresa que trouxe muito emprego para nossa cidade.

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  • 30 de outubro de 2015 em 14:52
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    A igreja católica, financiada por ONGs e PT, são contra o desenvolvimento da região. Para o Padre em questão, o mesmo está ajudando o PT e sua facção a fazer do Brasil, uma Venezuela, Bolívia e Cuba.
    Trabalho se consegue pra quem gera emprego. A Igreja Católica não gera um emprego sequer.
    A CARGIL, que gera emprego e riqueza para a cidade, merece ser tratada com mais respeito, pois são administradores que hoje estão dando oportunidades de emprego na região, coisa que a Igreja nunca fez. A Igreja só sabe criticar, atacar, mas não é capaz de olhar nem pro próprio nariz. vai arranjar um prego querido Padre, se é que você sabe fazer alguma coisa.

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  • 29 de outubro de 2015 em 23:15
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    Seria muito bom se esses vereadores e o padre Edilberto Sena se preocupassem também com com as porcarias lançadas diretamente no rio, oriundas do Mercadão 200O – alí instalado bem antes da Cargill- e daquela marmota que permitiram construir em frente ao dito mercado para venda de pescados, que somados as porcarias, também lançadas no rio, pelo porto da Praça Tiradentes (se é que se pode assim chamar).Essa turma fecha os olhos para esses fatos e só enxergam uma Empresa Multinacional pela frente.

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  • 29 de outubro de 2015 em 19:36
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    FAÇA-ME O FAVOR,ÚNICA PRAIA? E O MARACANÃ TÁ PODRE? PORQUE VOCÊ NÃO FAZ CAMPANHA PRA LIMPAR, ORGANIZAR E ORDENAR ESSA PRAIA? QUANDO CHEGUEI EM SANTARÉM A ÚNICA COISA QUE TINHA NA PRAIA DA VERA PAZ ERA PROSTITUIÇÃO E BANDIDAGEM E FAMÍLIA NENHUMA TINHA CORAGEM DE IR LÁ. ESSES PADRES, VÃO REZAR UM TERÇO E PREGAR A PAZ!!!!(SOU CATÓLICO, DECEPCIONADO COM A ATITUDE DA IGREJA CATÓLICA),

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  • 29 de outubro de 2015 em 18:59
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    Aff! O Padre se mostra tão preocupado com as questões ambientais que esquece de focar nas questões da igreja. Talvez por isso a igreja católica de Santarém esteja sofrendo constante redução de suas atividades.
    Lembro do círio da conceição que já foi um dos mais importantes da amazônia,atualmente não consegue reunir não mais que 150 mil fiéis.
    Quando a igreja católica parar de pensar em negócios e começar de fato evangelizar, certamente as coisas podem melhorar.
    Ou será que se fosse para construir uma igreja o Padre iria pensar em impactos ambientais?

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