PF indicia 19 em esquema de compra de medidas provisórias
A Polícia Federal indiciou 19 pessoas por suspeita de envolvimento com o esquema de compra de medidas provisórias nos governo Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff investigado na Operação Zelotes. Os crimes apurados são de associação criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
Entre os indiciados estão Carlos Alberto de Oliveira Andrade, sócio da CAOA, empresa montadora da Hyundai no Brasil; além de Eduardo Souza Ramos, sócio-fundador da MMC Automotores, que fabrica veículos Mitisubishi no Brasil, e Paulo Arantez Ferraz, ex-presidente da MMC. As empresas são acusadas de terem contratado esquema de lobby para conseguir prorrogação de incentivos fiscais por meio de medidas provisórias.
Também foram indiciados os sócios da consultoria Marcondes & Mautoni, Mauro e Cistina Marcondes, que atuaram para conseguir nos governo Lula e Dilma Rousseff a edição das normas legais que beneficiaram as montadoras. O casal esta preso por causa do suposto envolvimento com o esquema de compra de MPs. Conforme revelou o “Estado” numa série de reportagens, essa consultoria contratou uma empresa do filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por R$ 2,4 milhões.
Luís Claudio Lula da Silva, contudo, não esta entre os indiciados. As investigações relacionadas a ele serão aprofundadas pela Polícia Federal em outros inquéritos que serão instaurados. O mesmo ocorre com o ex-ministro Gilberto Carvalho, alvo de pedidos da Receita Federal para ter os seus sigilos e o de familiares quebrados. Carvalho era chefe de gabinete de Lula quando uma a MP 471/2009 foi sancionada, uma das normas sob investigação, e tinha relações próximas com Mauro Marcondes.
Os lobistas José Ricardo da Silva e Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS; além de Lytha Battiston Spíndola, ex-secretária executiva da Camex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e de dois filhos dela também foram indiciados. A relação de indiciados inclui ainda o advogado Eduardo Valadão, que trabalhava com José Ricardo, e repassou um email citando pagamentos a parlamentares. Todas as medidas provisórias passam por votação no Congresso.
O ex-servidor do Senado Federal Fernando Cesar Mesquita, que supostamente atuava ao lado do lobista Alexandre Paes dos Santos, também foi indiciado pela PF. As investigações da quarta fase da Operação Zelotes foram concluídas nesse momento porque alguns dos investigados estão presos. O inquérito foi encaminhado na terça-feira ao Ministério Público Federal, que decidirá sobre a apresentação da denúncia.
Fonte: Estadão