Ações da Petrobras despencam e fazem Bolsa fechar em queda

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As notícias externas ditaram os rumos dos negócios nos mercados financeiros nesta segunda-feira. O dólar comercial encerrou o pregão cotado a R$ 3,758 na compra e a R$ 3,760 na venda, alta de 0,58% ante o real, seguindo a valorização da divisa em nível global. Já na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações da Petrobras despencaram mais de 4% acompanhando a derrocada do preço do petróleo. O desempenho dos papéis da estatal contribuiu para que o Ibovespa fechasse em queda de 0,30%, aos 45.222 pontos.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) abandou a meta de produção para o óleo no ano. Com a expectativa de excesso de produção, o preço da matéria prima registrou forte queda. O barril do tipo Brent recuava, no momento do encerramento dos negócios no Brasil, 5,07%, para US$ 40,82. O do tipo WTI despencava 5,70%, a US$ 37,69. Esse é o menor patamar de preço em seis anos. Em meio a essa notícias, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras fecharam em queda de 4,38%, cotadas a R$ 7,19%, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) tiveram desvalorização de 5,36%, a R$ 8,64.
— A queda é reflexo da decisão da Opep, que não se pronunciou sobre a limitação da produção anual de petróleo. Isso fez o preço despencar lá fora e atingiu todas as petrolíferas — explicou Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora.
Os bancos, que possuem o maior peso na composição do Ibovespa, também terminaram o pregão em terreno negativo. As ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuaram, respectivamente, 0,74% e 1,01%. No caso do Banco do Brasil, a queda foi de 0,40%. Já a Vale registrou nova queda, acompanhando o mercado externo do minério de ferro. As PNs recuaram 1,50% e as ONs tiveram desvalorização de 1,13%.
Pela manhã, as ações das siderúrgicas subiram forte com a expectativa de aumento da alíquota de importação de alguns tipos de aço. No entanto, esses papéis perderam força no decorrer do pregão.
— A alta da Bolsa na parte da manhã do pregão estava mais associado a um ajuste em relação à forte queda de sexta-feira (queda de 2,23%). Ainda assim, o volume está baixo — avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor. O giro de negócios ficou em R$ 5,1 bilhões.
As ações da Gerdau Metalúrgica caíram 4,04% e as da Usiminas recuaram na mesma proporção. Já as ações da CSN tiveram leve queda de 0,20. Santo lembrou ainda que pesa sobre a Bolsa, além da incerteza política, uma expectativa ruim em relação à atividade econômica, o que dificulta o aumento dos lucros por parte das empresas. O relatório Focus do Banco Central elevou para 3,5% a retração do PIB em 2015.
Já fora do Ibovespa, as ações do BTG Pactual recuaram 9,47%, a R$ 17,58. Desde o anúncio da prisão de André Esteves, em 25 de novembro, esses papéis já acumulam uma queda de 43,1%. Segundo analistas, a medida que Esteves passa mais tempo na cadeia, aumenta o temor entre investidores em relação ao risco de envolvimento do banco em atos ilícitos. Além disso, o banco colocou à venda uma série de ativos.
— O mercado interpreta que a cada dia a mais de prisão, maior o risco de aparecer novidades ruins em relação ao banco. Além disso, o BTG está vendendo participações acionárias e, apesar da reorganização, não eliminou o risco de perda de credibilidade. Para ajudar, as agências de classificação de risco cortaram a nota do banco — avaliou Monteiro, da Renascença.
Nas Bolsas internacionais, o DAX, de Frankfurt, subiu 1,25%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve alta de 0,88%. Já o FTSE 100, de Londres teve leve recuo de 0,24%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,83% e o S&P 500 registra desvalorização de 0,90%.
DÓLAR EM ALTA
Já o dólar comercial ganhou força nesta segunda-feira ante as moedas de países exportadores de matérias primas e também em relação às moedas consideradas fortes. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tinha alta de 0,36% no momento do encerramento dos negócios no Brasil. A expectativa é que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) aumente os juros nos Estados Unidos a partir da próxima semana, mas que essa elevação ocorra de maneira gradual.
No cenário interno, influenciou o pregão o processo de criação da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Com isso não descartamos a volatilidade e que o cenário político poderá mais uma vez dar o rumo para a moeda aqui”, afirmou, em relatório a clientes, Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Fonte: O Globo

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