Obra do Estado contamina alunos da Escola Plácido de Castro

Lago se formou por trás de Residencial
Lago se formou por trás de Residencial

Um buraco de aproximadamente 50 metros de comprimento localizado na Avenida Marajoara, no bairro do Diamantino, em Santarém, oeste do Pará, virou motivo de preocupação de moradores e de alunos e professores da Escola Plácido de Castro. Segundo os moradores, o buraco faz parte das obras de esgoto sanitário do Residencial Plácido de Castro, localizado na Avenida Sérgio Henn, porém, foi iniciado, mas não foi concluído pelo governador Simão Jatene (PSDB).
Hoje, os moradores afirmam que estão preocupados, por conta de mato e água terem tomado conta do buraco e, que por causa disso o local virou criadouro de larvas do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, da Febre Chikungunya e do Zika Virus. Quem trafega na Rua Marajoara se depara com pedaços de coliformes fecais boiando nas águas do buraco, além de constatar larvas do mosquito da Dengue.
A fedentina causada pela água contaminada revolta os moradores da rua. “O esgoto da fossa do residencial descarrega aqui e sai coliformes fecais in natura no local. Esses dejetos ficam flutuando nessa água podre e prejudicam todos nós moradores e os alunos da escola aqui de perto. Existe um monte de larvas de mosquito da Dengue e a água está represada, não está escorrendo e virou uma fossa a céu aberto. Isso é responsabilidade do governo do Estado”, denunciou o morador Eduardo Moraes.
Ele reforça que o buraco está acumulando a água despejada, produzida no Residencial Plácido de Castro, construído há cerca de 600 metros do local da Avenida Marajoara. “Então, o acúmulo de água, como nós sabemos prolifera o mosquito da Dengue. Além disso, coloca em risco a saúde dos moradores e também dos estudantes e professores da escola, porque fica muito próximo”, alerta Eduardo.
Para ele, a fossa transformou o local em área de risco devido ao descaso por parte da construtora do residencial, dos órgãos fiscalizadores, do governo do Estado e da Prefeitura que se omitem a participar junto com a comunidade, no sentido de buscar solução para o problema.
“Isso está nos prejudicando! Vieram à tona recentemente essas doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti, que gerou, inclusive, uma epidemia de Microcefalia no Brasil e nós estamos nessa linha de risco, porque tanto no Diamantino quanto na Interventoria, existem muitas mulheres grávidas, que estão diretamente correndo risco, porque o buraco fica bem na divisa dos dois bairros”, alerta Eduardo, advertindo que as autoridades devem tomar providências para solucionar o problema.
“Nossa saúde é muito frágil e nós sabemos que uma criança não tem como se defender da picada de um mosquito quando dorme, quando passeia ou quando brinca. Os adultos ainda podem se defender, mas uma criança não pode, e isso põe em risco nossa segurança”, afirmou.
EPIDEMIA DE MICROCEFALIA: De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, já são mais de 1.700 casos notificados de Microcefalia, em 422 municípios de 14 Estados, especialmente da região Nordeste. O problema, segundo o Ministério da Saúde, tem sido associado ao Zika Vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, responsável também pela dengue.
Em 2014, o Brasil inteiro teve somente 147 registros. A Microcefalia, uma malformação em que os bebês nascem com o crânio menor do que o normal — com perímetro cefálico igual ou inferior a 33 centímetros —, leva a problemas neurológicos e motores.
O principal suspeito para a epidemia dessa malformação congênita é o vírus Zika, que começou a circular pelo País no início de 2015. Essa hipótese se fortaleceu após a detecção do vírus no líquido amniótico de duas grávidas da Paraíba.
ZIKA VIRUS: Só em 2015, foram registrados 42 casos de Zika no Pará, de acordo com o 14º Informe Epidemiológico de 2015 emitido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Ministério da Saúde informou que, no Estado, há 33 casos de Microcefalia de bebês que podem estar relacionados ao Zika.
Todas as ocorrências de Zika foram confirmadas pelo IEC como autócones – quando a doença é contraída dentro do Município. O tratamento para a Zika é apenas paliativo, de suporte e de correção de seqüelas. Logo, é preciso diminuir a incidência do mosquito transmissor.
O boletim aponta, ainda, o aumento de 51, 60% dos casos de dengue no Estado. Foram registrados 4.944 casos, além de 14 de Febre Chikungunya.
Dos 13 municípios paraenses com maior ocorrência da dengue, Belém ainda lidera no ranking, com 1.201 casos confirmados no decorrer de 2015. No ano anterior, 365 pessoas desenvolveram a doença. Este ano, o cenário da dengue foi mais abrangente em Parauapebas, com um total de 377 casos confirmados; seguido por Altamira, com 257; Senador José Porfírio (185), Marituba (163), Canaã dos Carajás (148) e Ananindeua (124).
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O IMpacto

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