MILTON CORRÊA

USO EXCESSIVO DO FONE DE OUVIDO RESULTA EM PERDA DA AUDIÇÃO, DIZ FONOAUDIÓLOGO

 Fonoaudiólogo Michael Sabino em entrevista ao colunista
Fonoaudiólogo Michael Sabino em entrevista ao colunista

O que se vê atualmente em Santarém é um grande número de pessoas entre crianças, adolescentes e adultos fazendo uso do fone de ouvido, escutando musica ou ouvindo rádio ao telefone celular. Isso se constata nas ruas, dentro dos ônibus, nas academias, quando da prática de exercícios físicos, etc.

Sobre o assunto conversei com o ilustre amigo fonoaudiólogo Dr. Michael Sabino, diretor proprietário da Audioclínica, localizada na Travessa 15 de Agosto nº 543, bairro Santa Clara.

Michael foi categórico ao afirmar que o uso excessivo do fone de ouvido, resulta em perda da audição e acrescenta ser muito provável que ao permanecer esse excesso do uso, daqui a 10/15 anos, tenhamos uma geração de surdos, que só vão ouvir nitidamente, com o uso do aparelho auditivo, que amplia o áudio para o ouvido interno.

Segundo o fonoaudiólogo, o uso excessivo do fone de ouvido, agride as células auditivas, que de acordo com ele, são as responsáveis pela boa audição. Acrescenta que, tais células ao serem lesionadas, não conseguem mais captar a audição.

De acordo com Michael Sabino, as pessoas que hoje usam excessivamente o fone de ouvido, não percebem que estão prejudicando a sua audição. Reafirmando que as células auditivas, localizadas no ouvido interno, ao serem danificadas, resulta na deficiência auditiva.

Michael Sabino adverte que a partir dessa situação de danificação das células, dada a constante agressão sonora, só vai ser possível a clareza na audição com a utilização do aparelho auditivo, amplificando o som, que já não está mais sendo normalmente captado pelo ouvido.

O fonoaudiólogo recomenda que seja evitado ao máximo o uso do fone de ouvido e pede a quem utiliza que assim o faça em volumes medianos. Observando que até os telefones celulares já avisam que a partir de determinado volume, a audição já está sendo prejudicada. “O uso excessivo do fone de ouvido, além da perda da audição, pode causar desconforto auditivo, zumbido, chiado”, esclarece Michael Sabino.

Lembra o fonoaudiólogo Michael Sabino, que hoje já são perceptíveis pessoas com problemas na audição, já em consequência do uso excessivo do fone de ouvido.

O fonoaudiólogo recomenda que para uso de uma hora do fone de ouvido, seja utilizado volume entre 70 a 80 decibéis. “Passando disso, já se está danificando as células auditivas, se for auto o som do fone, use menos tempo”, recomenda Michael Sabino.

Entendendo a Perda Auditiva

Fonte: http://otorrinoesaude.com.br/entendendo-a-perda-auditiva/

Dr. Eduardo Garcia – CRM-SP 127.022

Nossas orelhas estão entre os mais complexos órgãos do corpo humano. Elas recebem ondas sonoras e as traduzem para o nosso cérebro, controlam o equilíbrio e definem em grande escala a maneira pela qual nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.Para entender a perda auditiva é preciso entender como funciona nossa audição.

Nossa orelha é dividida, didaticamente, em três partes:

1)Orelha externa: capta ondas sonoras e as direciona para dentro do canal auditivo, que por sua forma afunilada, amplifica e canaliza as ondas sonoras para a membrana timpânica.

2)    Orelha média: é uma caixa óssea preenchida de ar que se comunica com as narinas e a garganta através da tuba auditiva. Esta última tem como objetivo equalizar a pressão do ar dentro da orelha. A tuba auditiva geralmente está fechada e quando engolimos ou bocejamos, ela abre naturalmente. Nesta cavidade encontram-se os menores ossos do corpo humano: martelo, bigorna e estribo. Ao atingir a membrana timpânica, as ondas sonoras fazem com que esta vibre, transmitindo o som para os ossículos. Esses ossos minúsculos articulados transmitem as ondas sonoras para a orelha interna.

3)   Orelha interna: é composta pela cóclea (órgão sensorial da audição) e pelo labirinto (responsável pelo equilíbrio). A cóclea é revestida por células ciliadas, que convertem as vibrações sonoras em impulsos nervosos. Estes são conduzidos pelo nervo auditivo ao cérebro, onde serão reconhecidos e interpretados.

Tipos de Perdas Auditivas

Há três tipos de perdas auditivas: sensório- neural, condutiva e mista.

Sabe-se que 90% das perdas auditivas são sensório neurais. O termo refere-se á lesão das células ciliadas. Embora perda auditiva sensória- neural muitas vezes seja parte natural do envelhecimento, ela também pode ser causada por ruídos, traumas, certas infecções, tratamentos medicamentosos ou ter origem genética. Nas perdas auditivas deste tipo dificilmente a audição é recuperada.

As perdas auditivas também podem ser condutivas, quando envolvem uma obstrução da orelha externa ou média que impede a chegada das ondas sonoras à orelha interna. O acúmulo de cera, a perfuração do tímpano, o excesso de líquidos no ouvido médio ou o crescimento ósseo anormal na orelha média (otosclerose) são algumas causas de perda auditiva condutiva. Frequentemente, estes casos podem ser corrigidos cirurgicamente. As perdas auditivas mistas são a combinação de comprometimentos sensório-neurais e condutivos.

Perda Auditiva no Idoso

O sistema auditivo sofre o processo de envelhecimento ao longo dos anos, desta forma, é comum que os idosos apresentem perda auditiva e dados estatísticos apontam que cerca de 70 % das pessoas com 60 anos ou mais, tenham perda de audição.

A diminuição puramente relacionada ao envelhecimento é chamada de presbiacusia, que acomete as duas orelhas e pode piorar com o passar dos anos, interferindo na compreensão da fala, na comunicação e bom relacionamento da pessoa.

A falta de informação gera preconceito e isto faz com que a maioria das pessoas com dificuldades auditivas demore, em média, seja anos para procurar ajuda. Algumas pessoas se isolam para evitar o constrangimento e abandonam o convívio social.

Perda Auditiva na Infância

Estatisticamente, três a cada 1000 crianças nascidas apresentam deficiência auditiva. É comum pensar que os diagnósticos devem ser feitos apenas em crianças que apresentam algum fator de risco relacionado a esta deficiência, porém sabe-se que 50% dos casos não apresentam pré disposição para problemas auditivos.

Quanto mais cedo ocorrer à detecção e a intervenção na deficiência auditiva, menores serão os prejuízos e danos à vida da criança. Desta forma, é importante os pais estarem atentos à audição dos seus filhos desde o nascimento e levarem ao médico regularmente para garantir um desenvolvimento saudável.

Perda Auditiva induzida por ruído

O ruído pode ser definido como um som indesejável que em determinada intensidade pode causar perda auditiva. Ultimamente observa-se um aumento gradual no número de pessoas com deficiência auditiva, possivelmente porque estamos expostos a mais ruídos e de forma cada vez mais constante. A lesão pode ocorrer após um som de breve duração, porém intenso (explosão) ou devido à exposição regular a ruídos ao longo do tempo.

A perda auditiva induzida por ruído pode ser acompanhada por zumbido que se parece com um apito ou chiado nos ouvidos ou na cabeça. Estas sensações podem desaparecer com o tempo ou continuar, de forma constante ou intermitente, ao longo da vida.

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