Alunos de engenharia florestal da Ufopa ajudam no replantio de área queimada
Os alunos do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) participaram, na quarta-feira, 10, do plantio de quase 400 mudas de árvores frutíferas e essências florestais, no Parque da Cidade. As mudas foram produzidas pelos estudantes do curso de Engenharia Florestal e Agronomia, em viveiro mantido pela Ufopa. Até o final do mês de março mais 340 mudas serão plantadas totalizando as 740 que foram doadas pela universidade, em fevereiro.
A iniciativa para a doação partiu dos estudantes Rafael Lima e Jhuan Lucas do 8º semestre do curso de Engenharia Florestal (Ibef). “Estou muito feliz porque estamos plantando aqui mudas que nós mesmos produzimos assim que ingressamos no curso, em 2013. Esse é o resultado de um trabalho de três anos. Isso nos dá um orgulho imenso porque a universidade, entre outras coisas, tem o papel de fazer o intercâmbio com a sociedade”, afirmou Rafael.
A administradora do Parque Gleny Sousa classificou o dia do plantio como “histórico” e destacou a parceria com a Universidade. “É importante, não só na questão do conhecimento, mas principalmente porque vai nos ajudar a fomentar novos projetos significativos na área da educação ambiental, entre outras práticas que visem à conservação e à sustentabilidade do ambiente”.
Para a professora Vanessa Holanda (Ibef) a participação dos alunos foi importante e produtiva. “Eles puderam aprender um pouco mais sobre o conteúdo do curso de Engenharia Florestal como por exemplo técnicas de plantio, importância de novas espécies, arborização etc.”. Ela ressaltou ainda o fato de a aula ter sido realizada ao ar livre. “Além das aulas práticas realizadas dentro do campus, atividades como esta contribuem com a sociedade e ainda, estamos aqui cumprindo um dos pilares da universidade que é a extensão”.
“Para quem optar trabalhar com reflorestamento esta foi uma excelente oportunidade para adquirir conhecimentos. Conceitos como clonagem estaqueamento e quebra de dormência foram repassados de forma muito clara”. Essa foi a conclusão do estudante Danilo Ícaro Silva da Rocha do 3º semestre.
Técnicos da Emater, da Secretaria Municipal de Agricultura e do Instituto de Desenvolvimento de Florestas e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) também participaram do replantio. O extensionista rural Edson Rider (Emater) foi o responsável pelas orientações técnicas. Deu dicas importantes aos voluntários. “É necessário cuidado especial na abertura da cova que teve ter 50 cm diâmetro por 60 cm de profundidade”. Falou também sobre o preparo da terra. “O substrato e os cuidados culturais como a poda, o coroamento e caso venha a ter problemas com doenças como pragas, por exemplo, será necessário tratar com produtos específicos, ou seja, cada um aqui precisará cuidar da espécie que está plantando hoje”.
Viveiro – O engenheiro florestal Murilo Moda (Ideflor-Bio) demonstrou – na prática – a experiência do instituto com o desenvolvimento de um modelo diferenciado de para viveiros de estrutura metálica. “Sabemos que a madeira está cada vez mais escassa e esse tipo modelo projetado pelo Ideflor-Bio pode ser facilmente transportado, além de outras vantagens”. O viveiro que foi montado durante o plantio, na demonstração aos alunos, tem diâmetro de 18mx48m, ou seja, 866 metros quadrados o que corresponde a área de meio campo de futebol. Depois de pronto terá capacidade para produzir 57 mil mudas de árvores, por ano.
A doação – A universidade doou 750 mudas de espécies nativas para a administração do Parque da Cidade, em fevereiro deste ano. Entre as espécies estão ata Annona Squamosa, biribá Annona mucosa, Jatobá Hymenaea Courbaril e ipê amarelo Tabebuia serratifolius, entre outras.
A comerciante Maria do Socorro Rabelo de Oliveira que herdou da mãe o amor pelas plantas ajudou no replantio de três mudas de frutíferas. “Quando a gente respira aqui a gente sente a diferença do ar. Temos que preservar esse local. Eu ainda quero aproveitar muito com as minhas amiga esse local, mas também gostaria que meus netos, que hoje são pequenos, aproveitassem essa natureza maravilhosa”, concluiu sorridente.
O replantio foi necessário porque muitas árvores foram perdidas durante um incêndio, ocorrido no fim de 2015, que destruiu cerca de 4 hectares da floresta nativa do parque. Até agora as causas ainda não foram esclarecidas, mas a suspeita é que tenha sido causado pela forte estiagem que atingiu a região naquele ano.
Sobre o Parque – Administrado pela Prefeitura de Santarém (PA), o Parque da Cidade foi criado em 2008 e ocupa uma área de 22 hectares, próximo ao centro da cidade. O local abriga a Escola Bosque frequentada por alunos da rede pública. Atualmente, recebe por volta de duas mil pessoas por dia que visitam o local simplesmente para passear ou praticar exercícios.
Fonte: RG 15/O Impacto e Lenne Santos/Ufopa