Nova espécie de peixe é encontrada na Amazônia



Um pequeno peixe e cuja espécie é rara de ser encontrada acaba de ser descrito na Amazônia. A descoberta é anunciada na edição de janeiro da Revista Zootaxa – é a principal publicação sobre taxonomia do mundo. “É tão difícil [a espécie] que só conseguimos coletar um único indivíduo”, relata Wolmar Wosiacki. Wolmar, pesquisador e curador da coleção ictiológica do Museu Paraense Emílio Goeldi.

A descoberta é resultado de uma expedição científica destinada a desbravar a Calha Norte da Amazônia. Os trabalhos começaram em 2008. A nova espécie de peixe foi localizada no igarapé Curuá, afluente da margem esquerda do rio Amazonas (no estado do Pará), dentro da Estação Ecológica Grão Pará. A estação é a maior unidade de conservação de proteção integral do mundo, com mais de 4 milhões de hectares.

Criadas em 2006 pelo governo do Pará, as unidades estaduais da Calha Norte abrangem o corredor de biodiversidade do Amapá e do corredor central da Amazônia. Essa região faz parte do chamado Centro de Endemismo das Guianas.

A nova espécie é descrita por Wosiacki juntamente com seus colegas Luciano Montag, professor da Universidade Federal do Pará, e Daniel Coutinho, do Programa de Pós-Graduação em Zoologia. O artigo publicada na revista Zootaxa descreve o minúsculo peixe como sendo da espécie Stenolicmus ix.

Segundo os pesquisadores, a nova espécie de peixe se difere das outras pelo comprimento dos barbilhões (filamento olfativo ou gustativo) nasais e maxilares. Outra diferença é o padrão de coloração da região dorsal do tronco e dos olhos e comprimento da cabeça proporcionalmente grandes, entre outras características descritas.

Outras espécies observadas

A espécie Stenolicnus ix foi coletada com uma peneira nas cabeceiras do rio Curuá, no Pará, e, com ele, outras quinze espécies foram observadas. Segundo os autores do artigo, não é possível afirmar o tipo de ambiente utilizado por Stenolicnus ix. O motivo: não foram realizadas observações das espécies em seu habitat natural.

De acordo com os pesquisadores, a maioria das espécies observados se concentra em ambientes arenosos.

Fonte: Com informações do Museu Goeldi.