Bilionário egípcio diz que está pronto para investir na Oi
O bilionário egípcio Naguib Sawiris disse que está preparado para investir na Oi, a operadora brasileira de telefonia com R$ 65,4 bilhões em dívidas que apresentou um pedido de recuperação judicial na segunda-feira.
Sawiris, que controla uma participação majoritária na Orascom Telecom Media and Technology Holding, do Egito, disse que a Oi tem um grande potencial, desde que sua dívida seja reestruturada e a empresa receba um aumento de capital e um forte plano industrial. O segundo homem mais rico do Egito disse em entrevista, nesta terça-feira, que está pronto para investir se tiver exclusividade nas negociações.
— A Oi precisa de um acionista com forte histórico em telecomunicações para resolver seus problemas operacionais, além dos financeiros — disse Sawiris, em entrevista à Bloomberg.
Sawiris não é o único bilionário estrangeiro a demonstrar interesse pela Oi, a empresa de telefonia mais endividada do Brasil. Em fevereiro, o russo Mikhail Fridman retirou uma proposta de ajuda ao financiamento da fusão entre a Oi e a Tim Participações, a unidade brasileira da Telecom Italia. A Oi apresentou um pedido de recuperação judicial na segunda-feira depois de tentar, sem sucesso, chegar a um acordo com os credores após uma série de fusões e mudanças de diretoria que não conseguiram ajudar a operadora a alcançar uma situação financeira sólida.
Sawiris disse que a combinação entre a Oi e a Tim faz “muito sentido”, mas que a empresa precisa conseguir ficar de pé para ser capaz de negociar a fusão. O empresário egípcio disse que um acordo com Fridman, um ex-parceiro de negócios, seria “bem-vindo”. Sawiris não especificou qual poderia ser o formato de seu investimento.
Um representante da empresa de investimento LetterOne Holdings, apoiada por Fridman, preferiu não comentar o assunto imediatamente.
A Oi pediu recuperação judicial para poder manter o serviço aos clientes, segundo comunicado da empresa, de segunda-feira. As negociações com os credores pararam na semana passada depois que alguns membros do conselho discordaram de um plano dos detentores de títulos para trocar dívidas por ações que daria a eles 95% da empresa e deixaria os atuais acionistas com uma participação de 5%.
A Oi estava sendo pressionada a buscar proteção porque possui US$ 262 milhões em títulos com vencimento em quase um mês. O pedido de recuperação judicial veio dez dias depois de Bayard Gontijo pedir demissão do cargo de presidente da empresa após discordar de alguns integrantes do conselho em relação a como proceder nas negociações com os detentores de dívidas.
Com uma fortuna de US$ 4 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires, Sawiris ajudou a modelar o setor de telefonia da Itália. Em 2005, ele comprou a operadora de telefonia celular Wind da empresa de energia Enel, em um negócio de € 12,2 bilhões, e a vendeu seis anos depois para a VimpelCom, operadora que tem Fridman como sócio.
(Com informações do Portal Extra)