Empresa mineradora ameaça garimpeiros e economia de Itaituba
Usando da força da ameaça, a empresa mineradora Brazauro está transformando a vida dos moradores do garimpo Tocantins em pesadelo. Desde que a empresa se instalou na localidade Tocantinszinho, em Itaituba, os mais de 300 garimpeiros instalados na região há mais de 20 anos vivem dias de inferno. A denúncia de força bruta foi feita por moradores tradicionais da região que estão se sentindo ameaçados pela empresa, ao vereador Peninha, que prometeu ainda durante o mês de julho, apesar do recesso parlamentar, fazer uma reunião entre os garimpeiros, o DNPM e os representantes da Mineradora Brazauro.
FATOS: A região do Tocantins é conhecida há décadas por ser uma região que reúne garimpeiros tradicionais, não bastasse ser uma área de reserva garimpeira, abriga mais de 300 trabalhadores que vivem da extração artesanal de ouro. Por conta dessa atividade econômica, tem uma estrutura montada, com pequenos comércios, casas, situando-se como uma comunidade tradicional, nos moldes que é encontrada na região.
Ocorre que técnicos da Mineradora Brazauro tentam se instalar no local com argumento de que vão fazer pesquisas e posterior exploração de minérios. Para conseguirem seu intento, estão estipulando prazo até o dia O7 de julho deste ano para que os moradores da pequena comunidade deixem o local, do contrário, ameaçam usar força física e ajuda de policiais para obrigar os trabalhadores a deixarem a comunidade.
Uma comissão liderada por Edielson Costa, de 56 anos de idade e 18 na profissão de garimpeiro e José Adailton de Souza Oliveira, de 52 anos e 20 morando na área garimpeira, além de outros moradores da área, pediram apoio ao vereador Peninha, que prometeu reunir garimpeiros, funcionários do DNPM e representantes da empresa Mineradora Brazauro ainda este mês de julho. “Se foi concedida a Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) ou mesmo o Alvará de Pesquisa à empresa Brazauro, que o direito dos garimpeiros seja respeitado”, declarou o Vereador de Itaituba.
A produção desses 300 garimpeiros ajuda na economia de Itaituba e região, pois esse dinheiro circula em Itaituba e nos diversos municípios da região, como Santarém.
“Não somos contra a exploração feita pela empresa Mineradora Brazauro, só queremos que seja revisto o prazo para que os garimpeiros deixem o local e que as indenizações por suas propriedades seja feita de maneira justa, não abaixo do preço, como querem os representantes da Brazauro”, declarou o vereador Peninha.
QUESTÃO MINERAL DO TAPAJÓS FOI DEBATIDA EM BELÉM: Em mais deste ano, uma comitiva de vereadores (Peninha, Iamax, Wescley e Nicodemos) esteve em Belém para debater com o DNPM e SEMA Estadual a questão da garimpagem no Tapajós, bem como as operações que são realizadas na região para fechamento de garimpos. No DNPM, acompanhado dos deputados Hilton Aguiar e Eraldo Pimenta, os vereadores juntamente com uma representação de garimpeiros foram recebidos pelo Superintendente, Carlos Botelho.
Na ocasião, o vereador Peninha destacou que a economia do município de Itaituba é o ouro. “Nossa economia, 70% gira em torno do ouro. Quando se comenta a realização de operação para fechar garimpo, imediatamente Itaituba sofre. Pára tudo”, ressaltou Peninha.
O Vereador pediu uma maior atenção do DNPM no sentido de legalizar a atividade, em vez de repreender. “O garimpeiro não é bandido. É um herói, um trabalhador, que luta para sobreviver e quando esta gente vem fiscalizar, o garimpeiro é humilhado”, disse o Vereador.
Peninha destacou a garimpagem no contexto regional e lembrou que Itaituba e a região vivem do ouro. Quando o preço do ouro aumenta, mais dinheiro circula na região. “O fechamento de garimpos, causará um caos social. O Estado tem que encaminhar uma solução para o problema, em vez de agir com repreensão. Primeiro temos que legalizar para depois fiscalizar”, pediu Peninha.
É inadmissível, que o Estado, que entrava, dificulta a legalização, apenas tenha recursos para fiscalizar. “Aqui na SEMA Estadual tem dezenas e dezenas de requerimentos de Licenças Ambientais para áreas garimpeiras e fazem anos que tramitam e até hoje não são liberadas. Sem a LO o DNPM não libera a PLG e aí tudo fica na estaca zero. O garimpeiro continua trabalhando ilegalmente”, lembrou Peninha.
Por: Nazareno Santos
Fonte: RG 15/O Impacto