Dr. Nonato: “Automedicação pode levar à morte”
“Quem nunca fez uso de medicamento sem consultar um médico antes, que atire a primeira pedra”. Trocadilho à parte, o uso indiscriminado de medicamentos, em especial a automedicação, tem colocado em alerta pesquisadores em várias partes do mundo. Principalmente em relação à chegada das chamadas ‘super bactérias’, organismo que se tornaram resistentes aos antibióticos atuais, justamente pelo uso exacerbado desse tipo de medicamento.
Nos últimos anos, a automedicação tem crescido exponencialmente. E são vários os fatores que contribuem, entre eles, a dificuldade de grande parte da população em ter acesso ao atendimento médico de qualidade.
Para abordamos este assunto, nossa reportagem entrevistou o médico Nonato Fernandes, que de um modo geral faz alerta a toda população.
“Nós sabemos que o medicamento é uma droga. Nós, médicos, utilizamos essas substâncias para combater doenças específicas, por exemplo, antibiótico, ‘anti’ significa contra, ‘bio’ significa vida, agora vida de quem? Da bactéria! Se o paciente tem aquela bactéria, nós médicos, utilizamos o antibiótico próprio para combatê-la. Mas o paciente chega em qualquer local, na farmácia, e compra o medicamento por conta própria. Isso não é correto. Porque, ele pensa que está tratando a doença, mas ele pode estar complicando a saúde dele. Os médicos tem métodos e por meio de exames de laboratórios, a qual nós podemos dizer qual o tipo de medicamento necessários para combater aquela enfermidade. Portanto, minha recomendação é que as pessoas evitem se automedicar, pois estão estragando a sua própria saúde, e a saúde é fundamental para qualquer ser humano. Não tem coisa melhor na vida, do que viver com saúde. Hoje está muito fácil ter acesso aos medicamentos. As divulgações e propagandas nos meios de comunicação facilita. Mas se formos prestar atenção nas propagandas, principalmente na televisão, existe a recomendação para procurar um médico, que é o profissional dedicado para tratar a saúde de um paciente. Ele estudou na universidade uma disciplina denominada ‘terapêutica’, isso aí é a critério do médico, não deixar qualquer um usar um medicamento”, explica Dr. Nonato Fernandes.
O ícone da medicina em Santarém e especialista em saúde da família, Dr. Nonato Fernandes afirma que o distanciamento entre médico e paciente também é fator preponderante para o aumento da automedicação.
“Eu tenho 36 anos de formado, e 20 anos que atuo também como médico da família. Nestes longos anos, observo que está havendo um distanciamento entre o médico e o paciente. O acesso aos médicos está ficando cada vez mais difícil. Por exemplo, no município de Santarém deve ter entre 130 e 160 médicos. Porém, ainda não é suficiente para atender a demanda. Para gente saber tratar um paciente, nós temos que perguntar, entender a história dele, os exames são apenas para complementar os tratamentos”, expõe, finalizando com um alerta: “Faço novamente o alerta a todas as pessoas que estão lendo esta matéria, medicamento é droga, e droga cura ou mata. Portanto, não pode ser comprado como se fosse uma mercadoria qualquer que a gente vai no supermercado e adquire. Quem deve prescrever é o médico”, declarou Dr. Nonato Fernandes.
Por: Edmundo Baía Júnior