Putin acusa Obama de tentar minar legitimidade de Trump
Presidente russo nega que serviços secretos espionaram magnata para chantageá-lo.
O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o governo de Barack Obama nesta terça-feira de tentar prejudicar o presidente eleito Donald Trump, divulgando alegações falsas. Em uma entrevista coletiva, Putin descreveu um dossiê vazado sobre Trump como parte dos esforços da Casa Branca de “minar a legitimidade do presidente eleito”, apesar de sua “convincente” vitória nas eleições de novembro contra a democrata Hillary Clinton.
Perguntado sobre o documento comprometedor que descreve supostas atividades sexuais de Trump em um hotel em Moscou e suas relações com as autoridades russas, Putin o classificou como falso. O líder russo negou ainda as informações da imprensa americana segundo as quais os serviços secretos russos espionaram Trump para chantageá-lo.
Durante sua visita a Moscou, em novembro de 2013, Donald Trump “era simplesmente um empresário, uma das pessoas mais ricas dos Estados Unidos (…) Alguém acha mesmo que nossos serviços secretos ficam atrás de cada milionário americano? É claro que não, é um delírio total!”, declarou Putin.
O presidente russo, que reiterou nunca ter se encontrado com Trump, disse esperar que Moscou e Washington possam eventualmente normalizar as relações turbulentas.
Putin acusou o governo americano de tentar “encenar uma Maidan em Washington”, em referência ao suposto papel dos EUA na organização de protestos na principal praça da capital ucraniana, que levou à queda do presidente pró-russo Viktor Yanukovych, em 2014.
As informações do dossiê também foram consideradas falsas por Trump. O documento — que teria sido escrito por um ex-agente britânico em caráter confidencial — não teve sua veracidade comprovada oficialmente, mas gerou uma forte polêmica nos EUA.
Dentre as alegações no documento, estão supostas atividades sexuais do magnata nova-iorquino e detalhes sobre a sua relação com as autoridades russas antes mesmo de ser eleito presidente dos Estados Unidos.
Fonte: O Globo