Dayan: “Parte do recurso da praça foi retirado pro Estado do Tapajós”
Orçada em mais de 3 milhões de reais, a construção da Praça de Eventos, erguida na Avenida Anísio Chaves, próximo à Travessa Afonso Pena, no bairro do Aeroporto Velho, voltou a ser alvo de polêmica, quando no início dos trabalhos dos parlamentares na Câmara Municipal, o vereador Dayan Serique (PPS), lembrou a seus pares, sobre a problemática em relação à execução da obra, apontada por ele desde 2013, quando chegou até mesmo a sugerir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar o suposto remanejamento de recursos da obra, para o financiamento dos trabalhos da campanha pelo Estado do Tapajós.
Na ‘Casa do Povo’, o tema voltou a ser abordado, em decorrência das manifestações dos vereadores, sobre a realização do Carnaval 2017 no referido espaço público. Momento onde Dayan Serique argumentou:
“O espaço da praça é publico, e não foram somente os evangélicos que lutaram por essa praça. Toda a comunidade santarena lutou por ela. E esta obra só não está concluída, porque em determinado momento, parte do recurso foi retirado para a campanha de criação do Estado do Tapajós. Já poderia ter sido concluída. Mas de alguma forma, algum outro interesse, acabou interferindo na não conclusão dessa praça. Hoje nós já podíamos estar debatendo outras coisas, mas uma praça cuja construção se arrasta há dez anos tem alguma coisa de estranho nisso aí!”, questionou Dayan.
O contrato da obra de construção da Praça de Eventos – e não Praça da Bíblia-, foi assinado em 2010, com recurso financeiro oriundo do Ministério do Turismo, com contrapartida da Prefeitura de Santarém. De acordo com o projeto, a principal justificativa para execução da obra, era atender a “População da cidade e os visitantes, com objetivo de criar um atrativo turístico que envolve elementos natural, histórico e contemplativo e proporcionar um espaço recreativo e de manifestações artísticas e culturais”.
Em 2013, portanto, três anos após a assinatura do contrato da obra, Dayan Serique questionava a dificuldade de informações a cerca do referido convênio. Acompanhe a matéria do Jornal O Impacto na época:
VEREADOR INVESTIGA RECURSOS DA PRAÇA: Usando a tribuna, o vereador Dayan Serique (PPS), cobrou esclarecimento sobre a conclusão da Praça de Eventos, em Santarém, Oeste do Pará, que já vem se arrastando há anos e até o momento, a mesma não foi concluída e, segundo denúncias, dão conta que os recursos destinados à obra podem ter sido desviados. As versões são muitas sobre esta praça. Comentários oriundos da voz pública dizem que parte deste recurso (R$500 mil) foi investido no Movimento Pró-Estado do Tapajós, outros dizem que foi simplesmente desviado. O que era para ser um espaço de lazer, de prática de esportes e de fomento da cultura local está se tornando uma dor de cabeça à população santarena e para os responsáveis pela fiscalização dos recursos públicos. O motivo é a paralisação e o sumiço dos recursos que deveriam ser utilizados na construção da Praça, no bairro do Aeroporto Velho. A obra orçada em mais de R$ 3 milhões teve o dinheiro de sua primeira etapa liberado ainda no ano de 2011. O valor líquido foi de R$ 1.589.674,00. “Passados os 12 meses previstos para a conclusão dessa primeira etapa, o que se vê no local são entulhos e restos de materiais. O retrato do abandono e do mau uso dos impostos pagos pelo cidadão santareno. Já solicitamos informações do Executivo Municipal sobre o destino desse recurso e esperamos pela resposta o mais rápido possível para que se possa dar uma resposta à sociedade santarena, que cobra explicações”, disse o vereador Dayan Serique.
Para o Vereador, o Executivo Municipal deveria ter criado uma comissão de fiscalização desses convênios para rastrear o destino desses recursos, na época. O parlamentar disse que vai pedir mais publicidade sobre o projeto de construção da referida praça, haja vista o montante de recursos liberados destinados à obra.
Através de um Requerimento apresentado na Câmara Municipal, Dayan Serique solicitou ao ex-prefeito Alexandre Von, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura, o envio à Câmara, cópias das planilhas do quantitativo e custos (valores destinados), cronograma de obras, processo licitatório e o porquê da paralisação das obras, com relação à construção da Praça de Eventos. Mas terminou o governo passado e nada foi encaminhado à Câmara.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto