Churrascaria que recebeu jantar de Temer só oferece carne bovina importada
A churrascaria escolhida pelo presidente da República Michel Temer (PMDB) para defender o consumo da carne brasileira , neste domingo (19), a Steak Bull, não trabalha com carne bovina nacional.
Ao jornal O Estado de S. Paulo , a churrascaria afirmou que “só trabalha com corte europeu, australiano e uruguaio” e que o cliente “pode vir tranquilo, que a gente mostra a câmara fria e o açougue”.
A revelação transforma o jantar de “bons amigos” de Temer em mais uma gafe de seu governo. A celebração aconteceu após reunião com os ministros Blairo Maggi e Marcos Pereira, da Agricultura e da Indústria e Comércio Exterior, respectivamente, além de representantes de associações de produtores de carne.
No final da reunião, o presidente convidou os presentes, incluindo alguns embaixadores de países importadores de carne brasileira, a comer na Steak Bull. “Quem puder comer uma carne brasileira, vamos ao Steak Bull”, disse.
A gafe acabou sendo um dos assuntos mais comentados pelos internautas nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (20). “E a churrascaria só serve carne importada hahahahahaha mas é muito close errado pra uma pessoa só”, escreveu um. “Ce [sic] me vai numa churrascaria com carne importada??? Porra, pelamor né? Faz os lances direito, cara”, publicou outro no Twitter.
Em resposta às críticas, o Palácio do Planalto divulgou uma nota em que afirma que todas as carnes servidas no jantar foram de cortes nacionais.
“Todas carnes servidas, neste domingo, ao presidente Michel Temer e aos embaixadores convidados para jantar na churrascaria Steak Bull foram de origem brasileira. A gerência do estabelecimento inclusive apresentou os produtos servidos a órgãos sérios da imprensa que questionaram a origem do produto”, afirma a nota.
Operação Carne Fraca
Após a reunião deste domingo, Temer fez algumas declarações sobre a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. De acordo com o presidente, foram debatidas medidas relativas às investigações, como a força-tarefa para auditar os frigoríficos.
“Nós tomamos várias deliberações hoje, a primeira é que decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da PF, que são na verdade 21 unidades no total. Três delas foram suspensas e todas as 21 serão imediatamente colocadas sobre regime especial de fiscalização”, disse o presidente sobre a Operação Carne Fraca.
O peemedebista também minimizou o desvio de conduta dos funcionários do Ministério da Agricultura, pois, segundo ele, “apenas 33 estão sendo investigados”. Além disso, Temer defendeu a qualidade da inspeção da carne.
“O ministério da Agricultura tem rigoroso serviço de inspeção de todos os produtos de origem animal, esse padrão de excelência abriu as portas em mais de 150 países”, afirmou. Por fim, chamou os presentes para o jantar na churrascaria.
Fonte: Ig.com.br