Defesa Civil Estadual faz levantamento das áreas de risco em Óbidos
Município apresenta vários problemas de infraestrutura devido às fortes chuvas. Prefeito afirmou ter a intenção de decretar situação de emergência.
Representantes da 4º Regional de Defesa Civil do Baixo Amazonas (4ª Redec), chegaram a Óbidos, no oeste do Pará, na terça-feira (21), para realizar o monitoramento das áreas de risco do município. A visita ocorreu 24 horas após Óbidos ganhar os noticiários nacionais ao atingir o maior índice pluviométrico do país na segunda-feira (20), com a média de 142 milímetros, em mais de 10 horas de chuvas torrenciais ininterruptas.
A inspeção às áreas de risco foi acompanhada pelo prefeito de Óbidos, Chico Alfaia; vice-prefeito Isomar Barros; coordenador da Defesa Civil Municipal, Ary Franco; secretário de Infraestrutura e Urbanismo, Marcos Maciel; e pelo vereador Nivaldo Aquino (PTN).
A comitiva percorreu os bairros: São Francisco, Perpétuo Socorro, Bela Vista, Santa Terezinha, Cidade Nova, Fátima, e o Centro de Abastecimento da Cosanpa. Os lugares visitados foram avaliados e registrados. As informações farão parte de um estudo técnico de levantamento da atual situação de cada uma das áreas de risco catalogadas pelos agentes da Defesa Civil Estadual.
Além da ação danosa das fortes enxurradas em vários pontos da cidade, a enchente do rio Amazonas também foi verificada. O nível do rio está atualmente na marca dos 7,10 m, abaixo da cota de alerta para Óbidos que é de 7,73 m. Segundo informações dos órgãos que monitoram o clima na região, a marca de 2017 está apenas 37 centímetros abaixo da marca de 2009, ano em que foi registrado uma das maiores enchentes no Baixo-Amazonas.
Para o prefeito Chico Alfaia, há elementos suficientes para o município decretar situação de emergência, e o levantamento realizado pelos agentes da 4ª Redec é o primeiro passo para oficializar essa situação. “É nosso desejo, e vamos decretar situação de emergência assim que for possível, mas temos que percorrer alguns caminhos. Então por isso solicitamos a presença deles, para que a defesa civil do estado conheça de perto os problemas existentes aqui. As chuvas têm sido muito fortes e por isso toda a cidade está enfrentando sérios problemas de infraestrutura, colocando em risco a vida de muitas das nossas famílias”, afirmou o prefeito obidense.
Entre as situações mais graves, estão as ruas 1º de maio, Cabanagem e Travessa Independência no bairro São Francisco; Rua Osvaldo Matos no bairro Cidade Nova; Antônio Fernandes (área Juncal) no bairro de Fátima, a área localizada no final da Rua D no bairro Perpétuo Socorro, além da situação da barreia nos trechos próximos a AABB e ao Cliper de Sant’Ana no Centro da cidade, onde foram registrados grandes deslizamentos de terra. “Nós entendemos que não há apenas como o município manter essa situação sob controle. Estamos monitorando quase que 24 horas por dia essas e outras áreas, mas infelizmente não podemos trazer de imediato a solução para tantos problemas. Por isso, junto com os nossos gestores estamos tomando todas as providências necessárias para conseguir ajuda dos governos federal e estadual”, disse Ary Franco, coordenado da Defesa Civil Municipal.
A princípio, caso seja decretada a situação de emergência no município, as erosões e deslizamentos causados pelas enxurradas seriam a motivação. Os danos causados preocupam os órgãos de monitoramento. Em alguns casos áreas que não apresentavam problemas há vários anos, foram afetadas na última chuva. “Estamos realizando a inspeção completa nas áreas que tiveram prejuízo e danos durante a última forte chuva . Nosso objetivo é mapear todas essas áreas com a defesa civil local, tentando projetar a possibilidade de critérios para uma possível decretação de emergência. Temos situações graves, mas vamos analisar com calma todos os casos para ver se eles subsidiam um processo de decretação”, explicou o sargento Riler Lopes, representante da 4º Redec.
AUXÍLIO
A Defesa Civil Óbidos já realizou o remanejamento de dezenas de famílias das áreas de risco desde o início do período mais intenso do inverno amazônico. Por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), as famílias foram alocadas em abrigos da Prefeitura de Óbidos e recebem cesta básica para ajudar na alimentação. Em outros casos o auxílio é feito por meio do aluguel social, o que permite moradia digna para os afetados pelos desastres naturais. Além disso, assistentes sociais acompanham essas famílias e prestam apoio.
INFRAESTRUTURA
Trabalhos paliativos realizados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanismo (Seurb), têm possibilitado a passagem de veículos e pedestres em algumas das áreas afetadas. Homens do setor de limpeza estão trabalhando na desobstrução de bueiros e caneletas, e realizando capina e corte de árvores, para garantir condições mínimas de trafegabilidade para os moradores dessas localidades.
Em várias situações a Seurb está atuando para manter a trafegabilidade nas vias urbanas, estradas e vicinais do município, que têm sido castigadas pelas fortes chuvas. O setor está auxiliando ainda, na remoção dos desabrigados.
Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/PMO