Governo estuda comprar munições na campanha do desarmamento
O governo federal estuda pagar também pelas munições entregues durante a nova campanha do desarmamento que deve começar em maio, segundo afirmou nesta terça-feira (12) o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
“Em relação a armas, não há dúvidas por causa das normas em vigor. Em relação a munições estamos estudando tecnicamente, seja do ponto de vista do orçamento, seja do ponto de vista da legislação em vigor. Se isso (compra de munições) se mostrar viável, nós obviamente adotaremos a medida”, disse Cardozo, após seminário no Ministério da Justiça sobre o novo Código de Processo Civil.
O governo anunciou na segunda (11) que deciciu, em parceria com entidades da sociedade civil, antecipar para maio o lançamento da campanha do desarmamento. A previsão inicial do ministério era dar início à campanha em junho.
Por sugestão do governo, a campanha deverá começar no próximo dia 6 de maio, quase um mês depois da tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, que resultou nas mortes de 12 crianças e do atirador. A campanha vai durar até o final do ano, segundo o ministro.
Uma reunião da comissão para organizar a campanha, formado por integrantes do governo federal e da sociedade civil, será realizada na próxima segunda-feira (18) para discutir detalhes.
Na última campanha do desarmamento, realizada entre 31 de dezembro de 2008 e dezembro de 2009, foram recolhidas mais de 40 mil armas, havia informado o ministro durante o anúncio da antecipação da campanha.
O ministro afirmou que ainda não há valor definido para o pagamento das armas entregues – o orçamento da campanha é de R$ 10 milhões, segundo ele. Representantes do Banco do Brasil serão responsáveis por esse estudo. Na última campanha, os valores variavam entre R$ 100 e R$ 300 por arma entregue.
Referendo
Nesta terça, o ministro voltou a comentar a possibilidade de um novo referendo do desarmamento, aos moldes do que foi realizado em 2005, quando a maioria da população dediciu pela manutenção da venda de armas no país.
“Há aqueles que acham que devemos reduzir o número de armas, outros que deixemos como está. (…) Não foi iniciativa nossa, mas somos favoráveis ao debate. Essa é a discussão que temos que colocar à sociedade.”
Na segunda, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que iria propor o tema na próxima reunião de líderes da Casa, que deve ocorrer ainda nesta semana.
Do G1