Médico Erik Jennings, organizador do evento, diz que isso é um investimento em educação, não uma despesa, e que vai garantir um retorno muito bom, por meio de melhores práticas e mais segurança em saúde para as nossas crianças
Nos dias 10, 11 e 12 de agosto alguns dos maiores especialistas em Neurocirurgia da América Latina estarão reunidos em Santarém para participar do Curso Internacional de Neurocirurgia Pediátrica. O evento é realizado pela Sociedade Internacional de Neurocirurgia Pediátrica (ISPN) em conjunto com a Federação Latino-Americana das Sociedades de Neurocirurgia (Flanc). A programação é aberta à participação de médicos de todas as especialidades, bem como estudantes da área.
O curso é uma atividade de educação continuada e disseminadora de conhecimentos e da prática neurocirúrgica segura. Apenas dois cursos desse tipo são realizados anualmente na América Latina. O primeiro deste ano aconteceu em Buenos Aires, na Argentina, e o segundo será no Brasil, em Santarém. “Temos a compreensão de que isso é um investimento em educação, não uma despesa, e que vai garantir um retorno muito bom, por meio de melhores práticas e mais segurança em saúde para as nossas crianças”, afirma o neurocirurgião Erik Jennings, organizador local do evento.
A Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, por meio do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), e o governo do Pará são parceiros na realização do evento. A ideia é promover o conhecimento no interior da Amazônia, visto que, apesar dos avanços tecnológicos e da disseminação do conhecimento científico médico, grande parte da comunidade neurocirúrgica não tem acesso direto aos núcleos acadêmicos que produzem tais conhecimentos. Essa dificuldade se ressalta ainda mais na região Amazônica, onde existe um vasto território com poucos centros formadores e produtores de conhecimento.
“São apenas dois eventos promovidos anualmente por essas instituições em todo o continente americano, e nós teremos a oportunidade de sediar um desses cursos, que tem abrangência internacional e reúne palestrantes de todo o mundo. Vai ser uma oportunidade única tanto para eles, de compartilharem seus conhecimentos com os neurocirurgiões, residentes e acadêmicos do País e, particularmente, da nossa região, como para nós”, diz o diretor de Ensino e Pesquisa do HRBA, Luiz Fernando Gouvêa.
Também será uma oportunidade para que os professores convidados e demais participantes estrangeiros possam conhecer um pouco mais da região e da cultura Amazônica.
Ensino e pesquisa
O HRBA é habilitado como Hospital Ensino desde 2014, tendo como missão institucional aliar o ensino e a pesquisa à assistência aos usuários. Em dez anos, o HRBA desenvolveu 163 projetos de pesquisa. Nos últimos dois anos, a unidade recebeu mais de 2.300 estudantes, das mais diversas áreas.
“O hospital reforça sua contribuição na área da saúde. Além de ser um polo de referência no tratamento de várias patologias, o HRBA é um centro de formação que possibilita a disseminação da informação, melhorando a qualidade de vida dos usuários e da população, pois, ao capacitar os profissionais para atuar em sua própria região, ele evita que os pacientes que necessitam de atendimento tenham que se deslocar para outros estados. Lutamos para que tudo possa se resolver aqui, com a formação de mais profissionais”, destaca Luiz Fernando.
O hospital oferece 33 vagas em 12 especialidades de residência médica, nas áreas de Anestesiologia, Cancerologia Clínica, Cancerologia Cirúrgica, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Infectologia, Medicina da Família e Comunidade, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia e Pediatria.
Além da Residência em Medicina, o Hospital Regional dispõe de 27 vagas em seis habilitações destinadas à Residência Multiprofissional, que atende especialidades no programa Atenção Integral em Ortopedia e Traumatologia, nas áreas de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
Santarém
O município de Santarém tem uma população de 300 mil habitantes e está localizado na região oeste do Pará, distante cerca de 850 km da capital do estado, Belém. Tem no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) uma unidade de referência no atendimento em alta e média complexidade. A instituição pertence ao Governo do Pará e é administrada desde 2008 pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar. O HRBA foi o primeiro hospital público do Norte a conquistar o certificado máximo de qualidade, a ONA 3 – Acreditado com Excelência. Em 2016, foi considerado o melhor hospital público do Norte e Nordeste do Brasil.
Santarém conta com o curso de Medicina ofertado pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), que há três anos mantém a residência médica em Neurocirurgia, em parceria com o HRBA.
Inscrições
As inscrições devem ser feitas pelo site ispn-flanc2017.com. O curso será realizado no auditório Selva, da Casa do Saulo, a 20 quilômetros do centro da cidade.
Programação
10/08 (quinta-feira)
14h – Introdução ao curso ISPN (W. Harkness)
14h10 – Patologias neurocirúrgicas em uma tribo de recente contato na Amazônia (E. Jennings)
TRAUMA
14h30 – Lesão na cabeça não acidental em lactentes (R. Tude Melo)
14h45 – Craniectomia descompressiva em crianças: técnica (S. Valenzuela)
15h – Craniectomia descompressiva em crianças: resultados (R. de Oliveira)
15h15 – Tratamento de TBI na América do Sul (mesa redonda)
15h30 – Discussão de casos (W. Harkness)
16h – Cranioplastia em crianças (H. Matushita)
16h15 – Intervalo
16h45 – Vídeo sessão: trauma, cranioplastia
17h30 – Cerimônia de boas-vindas
11/08 (sexta-feira)
MALFORMAÇÕES E DEFORMAÇÕES CRANIANAS
8h – Princípios da cirurgia craniofacial (H. Matushita)
8h15 – Correção minimamente invasiva versus ‘aberta’ na craniossinostose: prós e contras (Jorge Bizzi)
8h30 – Discussão de caso/sinostose (R. de Oliveira)
8h40 – Conduta na deformação postural (J Bizzi)
8h55 – Encefaloceles (P. Dastoli)
9h10 – Discussão de caso/malformações de crânio (A. da Cunha)
9h30 – Intervalo
TUMORES
9h45 – Classificação real da OMS (J. Bizzi)
10h – Medulloblastomas e Ependimomas: estado da arte (Tom Tomita)
10h15 – Mutismo cerebeloso (W. Harkness)
10h30 – Discussão de caso (T. Tomita)
10h45 – Tumores do tronco encefálico: quando biopsiar (S. Valenzuela)
10h55 – Tumores do tronco encefálico: quando abordar (R. de Oliveira)
11h05 – Tumores do tronco encefálico: como abordar (Tom Tomita)
11h15 – Discussão de caso (A. da Cunha)
11h30 – Tratamento de craniofaringioma: uma aventura apaixonada de mais de um século (M. Choux)
11h50 – Discussão
12h – Intervalo
13h – Craniofaringioma: estratégias de manejo (P. Dastoli)
13h15 – Craniofaringioma: abordagens cirúrgicas (E. Jucá)
13h30 – Craniofaringioma: resultado (A. Kemel)
13h45 – Discussão de casos/craniofaringioma (PR. Jubé Ribeiro)
14h – Hidrocefalia e tumores da fossa posterior (E. Jucá)
14h15 – Cuidados pós-operatórios em tumores da fossa posterior (J. Bizzi)
14h30 – Discussão de caso/tumor da fossa posterior (H. Matushita)
15h – Intervalo
15h30 – Cirurgia de epilepsia: quais indicações (J. Bizzi)
15h45 – Operação do lobo temporal (W. Harkness)
16h – Calosotomia: indicações e técnica (S. Valenzuela)
16h15 – Discussão de casos/epilepsia (W. Harkness)
16h30 – Moya Moya (H. Matushita)
16h45 – Vídeo sessão: tumores, epilepsia
12/8 (sábado)
HIDROCEFALIA
8h – Tratamento de hemorragia intraventricular (P. Dastoli)
8h15 – Hidrocefalia pós-hemorrágica (W. Harkness)
8h30 – Discussão de casos (R. de Oliveira)
8h45 – Tratamento de ventriculite (A. da Cunha)
9h – Tratamento do complexo de hidrocefalia (T. Tomita)
9h15 – Discussão de caso [pós-infecciosa] (S Valenzuela)
9h30 – Anatomia endoscópica e ETV (E. Jucá)
9h45 – ETV: como evitar complicações (R. Dezena)
10h – Discussão de casos/ETV (N Zanon)
10h15 – Intervalo
10h35 – EVD: como eu faço isso (W. Harkness)
10h50 – VP shunt: como eu faço isso (P. Dastoli)
11h05 – prevenção de complicações de shunt de VP (W. Harkness)
11h20 – Hidrocefalia, que acompanhamento (C. Kondageski)
11h35 – Discussão de casos/complicações de VP shunt (G. Kemmel)
11h50 – Cistos aracnoides (T. Tomita)
12h05 – Intervalo
DISRAFISMO ESPINHAL
13h30 – Diretrizes do tratamento pós-natal de mielomeningocele (T. Protzenko)
13h45 – Manejo de mielomeningocele pré-natal: resultados ’em longo prazo’ (H. Matushita)
14h – Prevenção de mielomeningocele (MC. da Silva)
14h15 – LDM: diagnóstico e tratamento (J. Bizzi)
14h30 – Tratamento de lipomas espinhais (Tom Tomita)
14h45 – Discussão de caso (R. de Oliveira)
15h – Intervalo
15h30 – Vídeo sessão sobre disrafismo espinhal, hidrocefalia
16h30 – Encerramento |