Thiago Vieira: “Devemos garantir uma formação digna para nossos estudantes”
Professor é candidato à reitoria da Ufopa, em eleição que acontece em dezembro
A reportagem da TV Impacto e Jornal O Impacto conversou com mais um candidato ao cargo de reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), trata-se do professor Thiago Vieira. Em sua entrevista à nossa reportagem, ele explica suas ideias e o que o levou a se candidatar à reitoria da Ufopa.
“Sou Thiago Vieira, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará, vim no primeiro concurso, ainda realizado no edital da UFPA com UFOPA em 2009, mas o certame se realizou em 2010, eu cheguei em Santarém em abril de 2010. Sou de Belém, sou engenheiro florestal, tenho mestrado em Ciência Florestal, tenho doutorado em Ciências Agrárias. Na minha formação eu fui um dos que peocurou sair da sua zona de conforto e fui estudar pessoas. Como engenheiro florestal, fui estudar agricutura familiar, relações de gênero, qualidade de vida dos agricutores familiares, então, nessa minha formação eu procurei fazer diferente da formação tradicional da Engenharia Florestal. Sou professor lotado em Engenharia Florestal, dou aulas de Agronomia, no curso de bacharelado em Ciências Agrárias, sou professor permanente no mestrado em Sociedade, Ambiente de Qualidade de Vida, que inclusive é de outra unidade acadêmica nossa, que trata-se do Centro de Formação Interdiciplinar, bem como contribuo também em outros cursos de pós-graduação, atualmente no curso de Pedagogia da Alternância, Desenvolvimento Rural do Instituto Ciências da Educação. Minha atuação é realmente voltada para as questões mais ligadas à pessoa, à formação de recursos humanos e tento fazer isso. Na universidade, desde 2010 venho atuando além da sala de aula, em orientações e atividades acadêmicas, venho trabalhando na parte administrativa. Em 2010 me foi dada uma missão de bolar um curso de especialização, eu com mais três professores, idealizamos o curso de especialização em Agro-Ecologia na Amazônia, esse curso iniciou em 2011 e terminou em 2012. Eu fui o coordenador do curso de Ciências Agrárias, que era naquela altura constituído pelo curso de Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia. Nessa oportunidade eu fui o responsável por protocolar junto ao MEC o pedido de reconhecimento desses três cursos. Hoje esses três cursos são nota quatro na nossa universidade, em uma escala que vai de 01 a 05. Eu assumi interinamente esse programa de Ciências Agrárias, porque a coordenadora na época saiu de licença maternidade, na volta ela resolveu se dedicar à maternidade e eu fiquei como coordenador. A gente conseguiu, através de uma luta nossa, conquistar que cada coordenação tivesse o seu coordenador, não só uma pessoa para os três cursos, então, eu fui o primeiro coordenador da Engenharia Florestal. Três meses depois eu fui convidado pela professora Raimunda Monteiro, exercendo o mandato de reitora pro tempore naquela altura, para assumir a Diretoria de Cultura da universidade ligada à pró-reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão. Quatro meses depois eu assumi a titularidade da pró-reitoria da Cultura por Unidade de Extensão. Então, sou pró-reitor da “Proce”, desde 2014 até agora. A”Proce” me permite entrar no Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão e nossa atuação passa a ser conhecida nacionalmente dentro da extensão. Nesse mesmo Fórum a gente discute a cultura amazônica, a cultura daqui da região passa a ser reconhecida pelos nossos colegas das outras universidades públicas. Em 2016 eu assumi a Regional Norte dentro do Fórum e em 2017 eu passei o bastão para a Universidade Federal de Roraima”, afirma o professor Thiago Vieira.
Ao ser questionado qual a avaliação que faz com relação à evolução da UFOPA, desde 2010 quando começou, até hoje, o professor foi enfático ao responder: “Eu acho que se nós pensarmos que a Universidade tem sete anos e meio, chegando na verdade ao oitavo ano, posso dizer que nós estamos em um ritmo normal. Se olharmos para trás, para as universidades que hoje têm 60 ou 100 anos possívelmente quando elas tinham oito anos de instalação, elas não tinham a estrutura e o pessoal que nós temos agora. Então, eu acho que se nós compararmos as universidades hoje, a gente está no caminho certo, é evidente que temos problemas, mas precisamos saná-los. Se a gente olhar na época da entrada da Universidade a ideia foi investir em pessoal, em corpo docente, nos servidores técnicos administrativos em educação. Essa foi uma grande prioridade na gestão do professor Seixas Lourenço e eu estou hoje aqui por conta dessa prioridade dada no passado. Em 2011 a Universidade ousou em abrir um processo seletivo para entrada de mil e duzentos alunos, sendo que naquela hora nós não tínhamos grandes estruturas para receber esses alunos e aí começou o nosso problema de infraestrutura, que hoje eu acho que seria um dos grandes problemas da nossa universidade”, decalrou.
Sobre o desvinculamento da chapa; antes Thiago Vieira era apontado como vice na chapa do professor Anselmo Colares e agora se lança como candidato. “Acredito que isso se deve à diversidade de ideias. Nossa Universidade é conhecida, inclusive nacionalmente por sua diversidade cultural e claro que a diversidade de ideias vai surgir, então, o professor Anselmo é uma pessoa muito querida e respeitada, por quem eu tenho muito apreço e havia um coletivo que me recomendou que naquele momento eu não saisse de vice, que eu apoiasse a chapa e assim eu fiz. Eu tive uma conversa com ele nesse sentido, de anunciar que eu sairia da chapa, mas eu continuava apoiando-o. Eu estava viajando quando ocorreu isso. Vim pra cá, fiz uma reunião, apresentei essas questões e o professor no dia seguinte achou por bem que não deveria também vir e que dava para abrir espaço para uma nova candidatura e aí ele abre espaço para aquele coletivo que me apoiava a me procurar, quando me abordaram perguntando se eu deveria ir para cabeça da chapa ou compor com outro colega. Aí foi se desenhando, primeiro eu na cabeça, até que realmente a gente consolidou a proposta e assim, então vem uma proposrta com candidato da chapa e hoje o professor tem uma candidatura a qual a gente respeita e considera”, afirmou Thiago Vieira.
“Nossa ideia é que a gente deve garantir o cumprimento do papel da Universidade em prol da sua função social, que é garantir uma formação digna para nossos estudantes, contribuir para o desenvolvimento social da nossa região, não só do nosso entorno, próximo aos muros da Universidade, mas de toda a região Oeste do Pará, que são vinte municípios. Então, até aonde nós estamos indo? O que estamos fazendo? A ideia é que a Universidade possa realmente sair do seu espaço, dos seus campi e realmente contribuir para o desenvolvimento social, sócio-ambiental da região que ela está inserida e para isso, claro, a ideia é validar todas as ações que já foram feitas através da gestão do professor Seixas Lourenço, passando pela gestão da professora Raimunda Monteiro.
A gente sabe que com coragem e compromisso podemos realmente chegar lá. A situação está adversa no País em termos de recursos financeiros e temos o compromisso; apresentamos uma chapa de professores jovens e nosso compromisso é realmente em prol da Universidade. A Universidade tem uma função social a cumprir, no passado ela era considerada como a detentora do conhecimento, então, um movimento muito forte estudantil afirmou o seguinte: ‘A Universidade tem de sair dos muros do seu espaço’. Foi aí que originou-se os movimentos extras-muro em que a Universidade mostra para a sociedade o que ela é capaz de fazer e ela traz para dentro da Universidade também essas pessoas. A ideia é democratizar realmente a entrada e a contribuição da Universidade para o desenvolvimento social dessa região.
Sobre os aluguéis que hoje assombram a Universidade Federal do Oeste do Pará, de fato ela está entre as primeiras com o maior gasto de aluguéis no Brasil. É uma nova Universidade que ainda também não tem muitas estruturas e que a gente concorda que o gasto que temos mensal com aluguel é demais. Se pensarmos que o grande prédio que a gente ocupa na Mendonça Furtado estabelece um gasto de mais de 500 mil reais por mês, imagine o quanto a gente poderia investir em bolsas, contratos como de segurança, energia e de limpeza! Em um momento de crise nacional a gente não deveria fazer opção por contrato. A gente quer realmente é se livrar do aluguel. Eu acredito que precisamos realmente ir para espaços próprios e nos livrarmos dos aluguéis. Com relação a novos cursos, hoje chegamos na atual situação em que há um limite de números de vagas para novos docentes. Nós não teríamos espaço, isso deve ser tratado junto ao MEC, que também faz trativa junto ao Ministério do Planejamento. As universidade fazem longas discussões e demoram para ver novos códigos de vagas; a ideia em números de cursos é se o nosso corpo docente que temos hoje está suficiente para criar novos cursos. Dentro de novos curso a gente tem também os cursos de mestrado e doutorado, que o atual corpo docente se une para se submeter a novas propostas e aprovar novos mestrados e doutorados para região. Isso é um impacto do corpo docente em novos cursos, não só da graduação como mestrado e doutorado. Com relação aos campi, nós temos os códigos de vagas já destinados para eles, que estão se implantando, alguns com um curso e outros com dois cursos. Só para entender que lá em 2010 existia uma pactuação que era para cinco cursos por Campi, mas não foi possível atender, reduzimos para dois e alguns para um curso, mas o que nós vamos investir muito é na Educação a Distância. Então, temos de investir na capacitação dos nosso docentes para que eles possam atuar como professores a distância”, finalizou o professor Thiago Vieira.
Por: Allan Patrick
Fonte: RG 15/O Impacto