MILTON CORRÊA Ed. 1186

Novo Ensino Médio: o que mudou em um ano nas escolas brasileiras
Aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ainda é o principal desafio a ser enfrentado pelo governo
Novo Ensino Médio ainda deve ser aprimorado para obter resultados significativos em sala de aula. A reportagem está publicada na Agência do Rádio e assinada Por Cintia Moreira. O texto que estabelece a segmentação de disciplinas de acordo com áreas do conhecimento e a implementação gradual do ensino integral, conhecido como Novo Ensino Médio, completou um ano na sexta-feira, (16 de fevereiro de 2018, ainda com desafios a serem cumpridos. O principal deles é, sem dúvida, a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que sofreu com atrasos e discussões sobre pontos polêmicos em 2017. As mudanças práticas nas escolas brasileiras ainda dependem da homologação da BNCC, ainda sem data para acontecer. Se a Base for aprovada ainda este ano, por exemplo, as escolas teriam até 2020 para se adaptar à proposta. De toda forma, alguns avanços podem ser notados. Segundo o coordenador de Ensino Médio do Ministério da Educação, Wisley Pereira, ampliar o tempo de permanência do aluno nas escolas ainda é um dos objetivos da reforma do Ensino Médio. “Estamos completando um ano que o nosso presidente sancionou o Novo Ensino Médio. Neste um ano, o ministério da Educação ampliou a oferta de educação em tempo integral para o Ensino Médio, com o Programa Ensino Médio em Tempo Integral, em que nós temos aproximadamente quase mil escolas participando do programa. Nossa intenção é dobrar o número de matrículas de Ensino Médio em tempo integral”, explicou Pereira. Uma pesquisa feita pelo MEC com diretores e ex-diretores de 401 escolas que implementaram o ensino médio em tempo integral no ano passado revela que 91% deles acreditam no impacto das mudanças. Para esses 91%, houve melhora significativa nas habilidades cognitivas dos estudantes. O professor e especialista em educação Célio Cunha vê as mudanças com bons olhos, mas alerta que somente a aplicação da Base Nacional Comum Curricular não resolverá todos os problemas enfrentados por professores e alunos do ensino médio. “Há uma série de desafios na educação brasileira que precisam ser enfrentados conjuntamente. Não adianta você ter apenas um bom currículo se você não tiver professores, instalações, infraestrutura de escola, participação da sociedade, da família. Ou seja, é preciso que todos os fatores associados à categoria do ensino, associados à aprendizagem, caminhem juntos”, opinou. Se a Base Nacional do Ensino Médio for aprovada ainda este ano, as escolas teriam até 2020 para se adaptar à proposta.


INVESTIMENTOS
No mês passado, o governo anunciou a liberação de R$ 406 milhões para o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. O recurso será destinado às 27 unidades da Federação ao longo deste ano. Com o programa, o governo pretende ampliar a jornada escolar de 800 para 1000 horas, obrigatoriamente. Isso significa que os turnos vão passar das atuais quatro horas para cinco horas diárias. Depois, essa carga anual deve chegar a 1.400 horas, mas não há prazo estipulado para cumprimento dessa meta. Para aderir ao programa, as secretarias de educação dos Estados e do Distrito Federal devem apresentar um plano de implementação ao MEC. Entre os itens que serão avaliados pela pasta, está o número mínimo de 60 matrículas em tempo integral por ano escolar e carga horária de nove horas diárias. Além das matérias obrigatórias, os alunos podem escolher disciplinas de acordo com o seu objetivo. Dados do Censo Escolar 2017, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que as matrículas no ensino integral da rede pública cresceram em todos os níveis da educação básica. Nas escolas de ensino médio, esse aumento foi de 22% e o percentual de alunos matriculados nessa modalidade também aumentou: em 2016, era 6,7%, enquanto no ano passado chegou a 8,4%.


Homologada licitação para obras do terminal hidroviário de Santarém
Foi publicada na edição da sexta-feira (16/02), do Diário Oficial do Estado, o Termo de Homologação do processo licitatório para construção do terminal hidroviário de cargas e passageiros do município de Santarém, na região oeste do Pará. Após constatar que todo o trâmite ocorreu de maneira legal, a Companhia de Portos e Hidrovias do Estado (CPH) declarou vencedor o Consórcio Tapajós. A notícia foi divulgada pela Agencia Pará, em reportagem assinada por Samuel Alvarenga
Construído com recursos oriundos da Caixa Econômica Federal, por meio de contrato de financiamento firmado com o Governo do Estado, o terminal de Santarém está orçado em R$ 59.884.105,61. A estrutura portuária vai finalmente atender a demanda de trabalhadores, donos de embarcações e da população. A expectativa, segundo a CPH, é que o terminal receba em média duas mil pessoas por dia. O terminal será instalado no bairro da Prainha, no espaço onde funcionou a antiga fábrica da Tecejuta. Ele será dotado de um terminal de passageiros com 3,6 mil metros quadrados de área construída e contará com a seguinte estrutura: embarque e desembarque de passageiros; guichês para venda de passagens; guarda-volume; banheiros masculino, feminino e para portadores de necessidades especiais; fraldário; praça de alimentação com 404 lugares; área de espera com 801 lugares; espaço para órgãos intervenientes (Arcon, Juizado, Conselho Tutelar, Sefa, Capitania dos Portos, Receita Federal e Polícia Militar); quiosques de informações e loja; escada rolante e plataforma vertical. O empreendimento contará, também, com área para estacionamento, com 120 vagas para carros (90 para motos e 60 para bicicletas) e terá, ainda, ponto de táxi e paradas para ônibus e micro-ônibus. Já o terminal de cargas terá 5,6 mil metros quadrados de área para uso das empresas de transporte fluvial. A estrutura naval terá um píer flutuante com 3.600 m², oito fingers de atracação (4,00 x 15,00 metros), rampa metálica bi-articulada de 10 x 70 metros para acesso ao flutuante e passarela em concreto de 2.494 m², com circulação separada entre passageiros e cargas. Ela terá capacidade para atracação de 17 embarcações ao mesmo tempo, de maneira organizada. Nos próximos dias deve ser assinada a Ordem de Serviço para início imediato da obra. O terminal hidroviário de Santarém soma-se a outros seis já em construção (Santana do Tapará, Curuá, Almeirim, Prainha, Terra Santa e Faro) que devem impulsionar e melhorar o transporte fluvial na região oeste e dinamizar a economia dos municípios. O investimento total é de mais de R$ 80 milhões, fruto de financiamento entre o Governo do Estado e a Caixa Econômica Federal.

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